Aproximadamente 100 militantes iniciaram a campanha petista ontem, na Pra�a Sete, no Centro de Belo Horizonte, desfalcados da principal estrela: o candidato Patrus Ananias (PT). Quem aproveitou e fez �s vezes do candidato foi o atual vice-prefeito e coordenador da campanha de Patrus, Roberto Carvalho (PT). “O pedido para o registro da candidatura foi feito na quinta-feira e ainda n�o deferido. O Patrus achou melhor esperar para come�ar a campanha”, explicou Carvalho. Al�m disso, o candidato passou por uma pequena cirurgia no nariz anteontem e a recomenda��o m�dica foi evitar esbarr�es ou contatos f�sicos neste fim de semana.
Roberto assumiu a postura de criticar a administra��o de Marcio Lacerda (PSB), da qual � vice-prefeito. “Ele (Lacerda) pensa que a cidade � uma empresa”, critica. Carvalho acusa o prefeito de tentar privatizar ruas, o mercado do Cruzeiro e ter esvaziado os conselhos da juventude e os centros de cultura. “Foi eleito um governo de esquerda, mas quem governou foi a direita”, avalia Carvalho.
Outra acusa��o de Carvalho – e que deve marcar o tom da campanha – � que Lacerda n�o fez um governo voltado para os mais pobres. “N�o fez uma casa para pobres nos �ltimos tr�s anos”, afirmou. As diferen�as entre os dois come�aram, segundo Carvalho, em 2009, quando surgiu conflitos na Ocupa��o Dandara, no Bairro C�u Azul, na Regi�o da Pampulha. “O prefeito disse que eu deveria ficar de fora da comiss�o, pois sou muito bonzinho e resolveria os problemas do pessoal”, lembrou.
As rixas se seguiram-se durante todo o mandato at� o rompimento definitivo no ano passado. Carvalho foi o principal defensor da candidatura pr�pria no PT e, mesmo n�o sendo candidato, viu sua tese prevalecer quando o PSB n�o aceitou a coliga��o proporcional. O nome de Carvalho foi apontado, ele chegou a registrar a candidatura, mas depois abriu m�o para Patrus, que unia mais alas do partido. Para Carvalho, o prefeito Lacerda foi “ingrato” ao preferir o apoio do PSDB. “Eu estava errado com a alian�a, pois achei que era poss�vel, mas vi que era imposs�vel misturar �gua com �leo”, entende o vice-prefeito, que n�o deixou a prefeitura apesar das diverg�ncias. “N�o sa� porque fui eleito”, afirma.
Outra estrat�gia de ataque apontada pelo presidente estadual do PT, Reginaldo Lopes, ser� mostrar, segundo ele. que as �reas controladas pelo PSDB na PBH s�o as piores, com destaque para sa�de e transportes. “A candidatura do Marcio Lacerda segue o modelo tucano”, afirma Lopes. O presidente do PT-MG tamb�m aproveitou para criticar as d�vidas do governo estadual e se gabou, dizendo que os principais investimentos em curso em Belo Horizonte vem do governo federal, controlado pela presidente Dilma Rousseff. Lopes, entretanto, n�o garantiu a presen�a de Dilma no palanque de Patrus.
CORRERIA “Vamos ter uma semana para organizar a campanha e fazer o trabalho que deveria ser feito em dois anos”, afirma Carvalho. A pressa � maior, segundo o coordenador, pois com a desist�ncia das outras tr�s candidaturas o quadro eleitoral caminha para um pleito de um turno apenas. Leonardo Quint�o (PMDB) apoiar� Patrus e ser� um dos coordenadores da campanha petista. J� D�lio Malheiros (PV) � o vice de Marcio Lacerda (PSB) e Eros Biondini (PTB) tamb�m desistiu para apoiar Lacerda.
Propostas
O presidente municipal do PSB, Jo�o Marcos Lobo, preferiu n�o responder os ataques dos petistas. Disse que a campanha ser� propositiva e que o objetivo de Lacerda ser� mostrar o que foi realizado no governo. “A avalia��o do governo, que percebemos nas pesquisas, � que o Marcio Lacerda � o prefeito mais bem avaliado do Brasil, com quase 80% de aprova��o”, afirma Lobo. Sobre a tentativa dos petistas de ligarem Lacerda ao PSDB e nacionalizar a disputa o presidente do PSB diz que o objetivo de Lacerda ser� discutir os problemas da cidade. “A elei��o deste ano � local”, entende Lobo.