O ex-diretor do Tribunal de Justi�a de Minas Luiz Carlos Gon�alo El�i est� sendo investigado pelo Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justi�a de Combate ao Crime Organizado desde fevereiro. El�i foi acusado por um empres�rio de receber propina de R$ 360 mil para favorec�-lo em uma licita��o para o fornecimento de caf� e selo de autentica��o para o Judici�rio mineiro no valor de R$ 4 milh�es, como mostrou reportagem publicada ontem pelo Estado de Minas. O servidor, afastado de suas fun��es desde o dia 2, est� sendo investigado tamb�m pelo Conselho Nacional de Justi�a (CNJ) por suspeita de irregularidades na constru��o da sede do TJ de Minas. O Minist�rio P�blico Estadual informou que as investiga��es tiveram in�cio depois que o tribunal encaminhou documentos e pediu provid�ncias.
A Procuradoria Geral de Justi�a informou que v�rias dilig�ncias j� foram realizadas para a apura��o, mas o caso est� sob segredo de Justi�a. De acordo com nota do Tribunal de Justi�a, no �mbito administrativo foi instaurada uma sindic�ncia para apurar as “graves acusa��es” que concluiu pela instaura��o do processo administrativo disciplinar. O pedido de provid�ncias do Judici�rio de Minas foi encaminhado ao procurador-geral adjunto jur�dico, Geraldo Vasques, que determinou o envio � promotoria especializada em crime organizado. O advogado Fernando Magalh�es, que defende os interesses do empres�rio, disse que seu cliente tamb�m apresentou, em maio, uma not�cia-crime contra El�i no Departamento Estadual de Opera��es Especiais (Deoesp). No entanto, a informa��o da Pol�cia Civil � que o documento n�o foi localizado.
Prova
O advogado Fernando Magalh�es – que mant�m o nome de seu cliente sob sigilo – disse que foi entregue ao Deoesp vasta documenta��o que prova a cobran�a de propina pelo servidor. Entre os documentos est�o recibos de transfer�ncias banc�rias em favor de El�i e de outras duas pessoas indicadas por ele para receber parte dos recursos. Tamb�m foi anexado, de acordo com Magalh�es, um v�deo de 25 minutos, gravado em abril, no qual El�i tenta tranquilizar o empres�rio – autor da grava��o – em raz�o da demora na libera��o do contrato com o Tribunal de Justi�a. Alto e bom som, El�i d� detalhes de como seria burlado o processo de licita��o para a milion�ria presta��o de servi�o ao TJ. Apesar de temer que fosse gravado, El�i revelou que estava tentando tamb�m diversificar sua atua��o e abocanhar R$ 22 milh�es de um contrato para a constru��o de pr�dio do programa Minha casa, minha vida, do governo federal. Contou tamb�m que sua comiss�o seria de 5%, caso o neg�cio fosse fechado.
N�o bastasse isso, segundo o advogado Magalh�es, foi apresentada � pol�cia uma nota promiss�ria no valor de R$ 410 mil assinada por El�i em favor do empres�rio. De acordo com o v�deo, a promiss�ria serviria como garantia de que o neg�cio il�cito seria conclu�do com sucesso. “S� n�o posso definir uma data”, afirma o servidor. Ele disse que a licita��o foi suspensa por problemas do governo do estado e garantiu que a investiga��o do CNJ no Judici�rio de Minas n�o afetava seus neg�cios. O advogado de El�i, Arivaldo Resende J�nior, informou que seu cliente est� deprimido e vai provar sua inoc�ncia.