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Estado de Minas

Candidatos �s elei��es 2012 dizem ter 'bilh�es' em casa


postado em 20/07/2012 09:03

Os candidatos �s elei��es 2012 dizem ser propriet�rios de um verdadeiro cofre do Tio Patinhas. No total, as declara��es de bens registradas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) somam mais de R$ 1 bilh�o em dinheiro vivo, fora de banco ou de qualquer fundo de investimento, dentre os R$ 62 bilh�es totais declarados. Em notas de R$ 10, o valor seria suficiente para preencher mais de 30 cont�ineres e pesaria 100 toneladas.

� quase tr�s vezes mais do que os candidatos declararam ter em caderneta de poupan�a: R$ 362 milh�es. O valor tamb�m � superior a outros tipos de investimento, como renda fixa (R$ 473 milh�es) e a��es (R$ 392 milh�es).

Mas este valor pode ser fict�cio. Segundo contadores, � uma pr�tica usual deixar um “caixa” de dinheiro vivo, fora do banco, na declara��o do Imposto de Renda, mesmo que o valor n�o exista de verdade. Isso ocorre quando os gastos declarados s�o menores que as receitas. Ao longo do tempo, o dinheiro acumulado na declara��o pode ser usado para justificar investimentos para a Receita Federal.

“Este valor n�o � sobra de dinheiro, porque ningu�m mais deixa dinheiro em esp�cie guardado debaixo de colch�o (…) Fisicamente esse dinheiro n�o existe, sen�o estaria aplicado em algum lugar” afirma o presidente do Sindicato das Empresas de Servi�os Cont�beis de S�o Paulo (Sescon-SP), Jos� Maria Alc�zar.

“A pessoa pode ter omitido despesas, como viagens e gastos que n�o precisam constar na declara��o (…) e acha que com esse dinheiro vai poder justificar a compra de um im�vel, barco, mans�o”, diz Alcazar.

R$ 128 milh�es. No total, 28 mil candidatos declararam ter dinheiro em casa. Mas somente 10% deles s�o respons�veis por 60% do montante total, de R$ 1,027 bilh�o. S�o 2.006 pessoas que disseram ter mais de R$ 100 mil em dinheiro vivo. Acima de R$ 1 milh�o em esp�cie, s�o 33 candidatos.

No topo da lista do TSE est� Juarez Gontijo, o Juarez da Papelaria Comercial, candidato a vereador pelo PT do B no munic�pio de Inhumas (GO). Segundo os registros, ele teria “debaixo do colch�o” R$ 128 milh�es. Mas, de acordo com o candidato, novato nas elei��es, o valor informado est� errado. O correto seria R$ 128 mil. “� zero demais da conta.”

Devido ao engano, o comerciante afirma que j� foi at� amea�ado por telefone. “Eu passei muita dificuldade com isso, muito medo. Mas n�o tem l�gica um candidato a vereador em uma cidade pequena (ter este valor em esp�cie). Mas o Brasil � cheio de coisa estranha, d� para entender (que as pessoas acreditem que o valor � de R$ 128 milh�es)”, diz Gontijo.

Segundo ele, os R$ 128 mil tamb�m n�o existem em esp�cie. “Dinheiro guardado n�o tem. Quando a gente faz declara��o de Imposto de Renda, vai acumulando ‘dobrinha’ que tem direito a n�o pagar imposto. A�, tem esse dinheiro, coisa de papel, que vai guardando”, explica o candidato.

Atr�s do dono da Papelaria Comercial, aparece Jair Correa, o Nozinho Correa, candidato a prefeito de Linhares (ES) pelo PDT. Pecuarista, ele declarou ter R$ 4,5 milh�es em dinheiro vivo. Em entrevista para o site da revista Carta Capital, Correa afirmou nunca ter visto o valor. Depois, retificou o que disse. Segundo ele, o neg�cio de gado movimenta valores altos e � poss�vel que o montante tenha ficado dispon�vel em dinheiro vivo.

Ilegal


O presidente do Sindicado dos Contabilistas de S�o Paulo (Sindcont-SP), Victor Galloro, explica que ter tanto dinheiro em casa “n�o � comum, mas pode acontecer”. “Depende da circunst�ncia, do ramo. Se o sujeito vendeu a casa em 31 de dezembro e recebeu em dinheiro, por exemplo, pode declarar para a Receita que o valor ficou em caixa”, exemplifica Galloro.

Mas, se o dinheiro n�o existir, a declara��o � ilegal. “Perante a Receita, isso chama-se simula��o. � iilegal. � um dinheiro que n�o tem sustenta��o para nenhum uso futuro em qualquer investimento. � uma estrat�gia ultrapassada e uma orienta��o de risco para o contribuinte”, afirma Alcazar, do Sescon-SP.

O contador explica ainda que o fisco tem autuado contribuintes que usam dinheiro vivo fict�cio para justificar investimentos.

A Receita Federal foi procurada pela reportagem mas n�o se manifestou at� o fechamento da edi��o.


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