Pouco mais de um ano ap�s ter assumido a presid�ncia do Instituto Nacional de Coloniza��o e Reforma Agr�ria (Incra), o agr�nomo Celso Lacerda foi informado nessa quinta-feira de que ser� substitu�do. O ministro do Desenvolvimento Agr�rio, Pepe Vargas, escolheu para seu lugar o funcion�rio de carreira da institui��o Carlos Guedes de Guedes - que deve tomar posse no dia 24.
A substitui��o ocorre num momento delicado. H� uma greve de funcion�rios, que perdura h� um m�s e j� atinge 28 das 30 superintend�ncias regionais espalhadas pelo Pa�s, e est� em curso a discuss�o de um projeto de reestrutura��o da autarquia, solicitada diretamente pela presidente Dilma Rousseff.
Seu substituto, funcion�rio de carreira do Incra, � petista e alinhado com a Democracia Socialista (DS), tend�ncia que controla o MDA. Na partilha de poder feita entre as diversas tend�ncias do PT em 2003, quando Luiz In�cio Lula da Silva chegou ao poder, esse foi o minist�rio que coube �quela tend�ncia, situada mais � esquerda no espectro ideol�gico do partido.
Amea�ado
Lacerda assumiu o Incra por indica��o da presidente Dilma, � revelia do ent�o ministro Afonse Florence - petista baiano que, apesar de apadrinhado pela DS, teve que ser afastado por absoluta falta de afinidade com as atividades que lhe cabiam. Desde a ascens�o do ga�cho Vargas, o presidente do Incra sabia que as suas chances de perman�ncia eram pequenas.
A DS pressionava o ministro para que designasse um de seus integrantes para o Incra, que, embora subordinado ao minist�rio, tem uma estrutura administrativa e um n�mero de cargos comissionados maiores. Em abril, o Minist�rio do Planejamento praticamente engessou a autarquia ao contingenciar 70% dos recursos destinados ao custeio de suas atividades.
Em nota oficial distribu�da na quinta-feira, a assessoria do Desenvolvimento Agr�rio informa que a substitui��o foi decidida em conjunto entre Vargas e Lacerda, “como consequ�ncia do processo de transi��o no MDA a partir da posse do ministro”.
Em entrevista ao jornal, Lacerda afirmou que “a troca faz parte de um processo natural, porque o ministro deseja algu�m mais pr�ximo dele”. Tamb�m assinalou que foi chamado pela presidente Dilma para reestruturar o Incra.
“Ela queria que a autarquia desse mais �nfase ao seu papel original, como �rg�o respons�vel pela estrutura fundi�ria do Pa�s. Ela vinha cobrando sobretudo maior efici�ncia nas a��es”, afirmou. “Saio tranquilo com o que fiz. O ruim seria sair sob acusa��o de incompet�ncia ou por corrup��o.