As ruas desertas e o vazio na pra�a dos Tr�s Poderes no primeiro dia de julgamento do mensal�o expressaram a dificuldade que os partidos de oposi��o t�m para mobilizar pessoas e protestar contra o governo. Eles reviveram um fantasma de 2005, quando, no auge do esc�ndalo — no dia em que o marqueteiro Duda Mendon�a admitiu ter recebido dinheiro de caixa 2 na campanha de Lula em 2002 — PSDB, DEM e PPS abandonaram a ideia do impeachment porque sabiam que n�o teriam for�a nas ruas para pressionar por uma vota��o de afastamento no Congresso.
Para ele, a aus�ncia de press�es nas ruas n�o significa que os partidos de oposi��o estejam desprezando o julgamento. “Toda vez que o assunto aparecer na televis�o, nos jornais ou nas conversas, as pessoas v�o lembrar que esse esc�ndalo de corrup��o aconteceu no governo Lula”, prosseguiu. O tucano estava em S�o Paulo para acompanhar o primeiro debate entre os candidatos a prefeito de S�o Paulo. Ele garantiu que Jos� Serra tamb�m n�o pretende privilegiar esse tema durante a campanha municipal para n�o dar visibilidade a um candidato — Fernando Haddad, do PT — ainda pouco conhecido pelo eleitorado. "Vamos mostrar as propostas de nossos candidatos para as cidades brasileiras", completou o presidente do PSDB.
“N�o vamos politizar essa quest�o, porque � tudo o que o PT quer. Seria uma atitude pouco inteligente da nossa parte pressionar sobre um assunto que � da compet�ncia do STF”, afirmou o presidente do DEM, Jos� Agripino (RN). J� o presidente do PPS, deputado Roberto Freire (SP) afirmou que o julgamento em si � a maior prova da maturidade das institui��es democr�ticas brasileiras: “Agora n�o d� para os petistas dizerem que n�o existiu o mensal�o nem Lula dizer que tudo � uma farsa. O assunto virou uma a��o penal no STF.”
Freire acrescentou n�o ver muito sentido em ruas repletas de manifestantes dizendo que confiam no Supremo. “Por que os petistas n�o fazem manifesta��es tamb�m? Alegam que querem um julgamento t�cnico? Mentira, � porque sabem que n�o h� como sair �s ruas para defender corruptos”, afirmou.