Os atores do mensal�o frequentam dois cen�rios distintos em Bras�lia. Nos dias de sess�o do Supremo Tribunal Federal, � tarde, advogados e ministros guardam dist�ncia protocolar e, n�o raras vezes, os bachar�is s�o tratados rispidamente. � noite, em festas pela capital, os doutos se confraternizam.
O pr�prio Dirceu, que est� recluso enquanto transcorre o julgamento, fez quest�o de ligar para o anfitri�o e o felicitou. “Ele (Dirceu) me ligou parabenizando, � outra pessoa de quem gosto muito”, afirmou Grossi.
A festa reuniu os not�veis da advocacia criminal, ora defensores dos r�us do esquema que abalou o governo Lula. M�rcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justi�a e advogado do executivo Jos� Roberto Salgado, do Banco Rural; Arnaldo Malheiros Filho, que representa Del�bio Soares; Alberto Zacharias Toron, defensor do deputado Jo�o Paulo Cunha (PT-SP); Pierpaolo Bottini, constitu�do pelo ex-deputado Professor Luizinho (PT-SP).
No mesmo ambiente, estavam o procurador-geral da Rep�blica, Roberto Gurgel, e seu antecessor, Antonio Fernando de Souza, acusadores do mensal�o. Assim como o deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG), r�u de outro mensal�o - o mineiro.
L�ngua afiada
Num canto, faceiro, Marco Aur�lio estava rodeado pelos convivas e, com a l�ngua afiada, de tudo falava. Indagado sobre o que quis dizer com contraponto no julgamento, ele assim se manifestou: “Pretendi restabelecer a harmonia na Corte”.
Aqui e ali, o tema das rodinhas era o julgamento. “O coment�rio geral era a expectativa em rela��o � conclus�o do voto do relator”, disse o ministro Marco Aur�lio. “Houve uma invers�o na aprecia��o da conduta dos r�us.”
O anfitri�o ficou emocionado com o carinho recebido dos amigos. “A festa foi absolutamente democr�tica. Veio o Jos� Batista Sobrinho, do Friboi, maior abatedouro de carne bovina do mundo, e a Maria Jos�, que passa a nossa roupa h� muitos anos”, disse Grossi.