O delegado da Pol�cia Federal Luiz Fl�vio Zampronha, respons�vel pelo inqu�rito sobre o esc�ndalo do mensal�o, est� licenciado de suas fun��es � frente da Divis�o do Combate aos Crimes contra o Patrim�nio, em Bras�lia. Ele foi designado pelo diretor de Combate ao Crime Organizado do Departamento de Pol�cia Federal (DPF), Oslaim Campos, para participar de um curso na Escola Superior de Guerra (ESG), por quatro meses, no Rio de Janeiro. Coincid�ncia ou n�o, Zampronha sai de foco justamente durante o julgamento pelo Supremo Tribunal Federal do processo envolvendo o esquema de pagamento de propina a parlamentares.
Relat�rio complementar do mensal�o elaborado pelo delegado, por determina��o do Minist�rio P�blico Federal, esclarece um dos principais pontos de discuss�o durante as sess�es de julgamento dos r�us acusados de participar do esquema de propina: a origem do dinheiro. Uma das principais cr�ticas apresentadas por ministros e defesa dos acusados � que a origem dos valores movimentados no mensal�o n�o foram claramente identificadas. Isso porque as fontes dos recursos foram analisadas nesse segundo inqu�rito, conclu�do em abril de 2011, que n�o foi anexado ao volume principal.
Depois de o relat�rio ter ficado quase um ano parado na Procuradoria da Rep�blica, conforme registro de movimenta��o do STF, o Minist�rio P�blico Federal pediu, em fevereiro, que fossem feitas v�rias c�pias do inqu�rito e que elas fossem remetidas aos seus escrit�rios regionais para as provid�ncias nos estados. A compartimenta��o das apura��es terminou por transformar em um verdadeiro frankenstein o inqu�rito que tem in�cio, mas n�o fim, mesmo passados sete anos do esc�ndalo.
Motivos
Nesse inqu�rito, o delegado federal afirma que o que moveu o empres�rio Marcos Val�rio a socorrer o PT era seu interesse em manter o contrato milion�rio de sua empresa com o Fundo Visanet, firmado no governo anterior, e abocanhar novos contratos na administra��o petista. Em raz�o disso, Val�rio teria se aproximado do tesoureiro Del�bio Soares com a promessa de ajudar o partido a quitar uma d�vida da campanha presidencial de 2002, no valor de R$ 50 milh�es. Com o crescimento da rede, o empres�rio, ainda segundo o inqu�rito, passou tamb�m a captar recursos por meio de empr�stimos em institui��es financeira privadas, as quais se beneficiariam do lobby dele junto ao governo, de olho em empr�stimos consignados para servidores entre outros.
Entre as opera��es financeiras de Val�rio, est�o dois empr�stimos tomados nos bancos Rural e BMG, que mantiveram a roda girando. As opera��es, no entanto, segundo a PF, n�o tiveram qualquer irregularidade e cumpriram todas as regras institu�das pelo Banco Central e ag�ncias reguladores do setor. O Departamento de Pol�cia Federal, procurado ontem por meio de sua assessoria de comunica��o, n�o retornou a dois e-mails e dois contatos telef�nicos da reportagem. (MCP)