
Nas duas sess�es desta semana, Barbosa tratou da compra de votos de pol�ticos no Congresso e de apoio ao governo Lula. At� agora ele condenou 11 pessoas apenas nesse cap�tulo, sendo seis ontem. Hoje, ele prosseguir� com seu voto e dever� condenar Jefferson e outros petebistas por lavagem de dinheiro tamb�m.
Para o relator, Roberto Jefferson se vendeu para o esquema que ele delatou. Ele teria passado a receber dinheiro de Marcos Val�rio a partir de dezembro de 2003, em fun��o de um acordo com o PT que previa repasse de R$ 20 milh�es para o PTB. Desse montante, o presidente do PTB recebeu R$ 4 milh�es em esp�cie. “Considero impens�vel admitir que os repasses feitos dessa maneira sejam harmoniz�veis com o s�rio exerc�cio da fun��o parlamentar pelos benefici�rios”, apontou Barbosa.
Ao deixar ontem o Hospital Samaritano, no Rio, onde esteve internado desde a semana passada com infec��o intestinal decorrente de um c�ncer, Jefferson comentou o processo do mensal�o: “Essa era a fase decisiva do julgamento. � muito angustiante e cruel, mas faz parte da democracia”. Ele se manifestou tamb�m pelo Twitter. “N�o foi por falta de avisos e, por isso, era mesmo de se esperar: o STF entrou de vez nas elei��es e na campanha”, disse, sobre o cronograma do julgamento.
Com a continuidade do voto de Barbosa, o STF deu mais um passo para reconhecer que houve compra de voto de parlamentares. O ministro detalhou que deputados do PTB e do PL (atual PR) receberam dinheiro. De acordo com o relator, o ex-presidente do PL Valdemar Costa Neto “levou milh�es para apoiar o governo”.
Na segunda-feira, Barbosa j� havia manifestado voto pela condena��o de dois integrantes da c�pula do PP na �poca do esc�ndalo – o deputado federal Pedro Henry (MT) e Pedro Corr�a (PE) –, al�m do assessor Jo�o Cl�udio Gen�. O PT teria repassado R$ 4,1 milh�es em troca de apoio do PP.
Sobre o PL, Barbosa alertou que os pagamentos do PT eram semanais, feitos �s sextas-feiras e em quantias acima de R$ 100 mil em esp�cie. Os recursos chegavam � legenda pelas m�os de Jacinto Lamas, que buscava envelopes entregues por Simone Vasconcelos, gerente financeira da SMP&B.
O esquema funcionava tamb�m por meio de lavagem de dinheiro transferido para a empresa Guaranhuns Empreendimentos, que recebia cheques e transfer�ncias eletr�nicas da SMP&B e repassava dinheiro vivo para pol�ticos do PP. Valdemar �s vezes recebia pagamentos em casa, como ressaltou Barbosa. E rebateu a tese da defesa de caixa dois: “Se os r�us pretendiam apenas pagar d�vidas de campanha, por que escolheram forma t�o sofisticada de recebimento do dinheiro?”.
Os donos da Guaranhuns, L�cio Funaro e Jos� Carlos Dias, deram detalhes do esquema por meio de um acordo de dela��o premiada e n�o foram denunciados pela Procuradoria Geral da Rep�blica. Eles respondem em primeira inst�ncia e podem conseguir benef�cios como redu��o da pena ou perd�o judicial. Irm�o de Jacinto Lamas, Ant�nio Lamas foi absolvido por falta de provas, como recomendou o procurador-geral.
A situa��o de cada um
» Valdemar Costa Neto (PR-SP)
Ex-presidente do Partido Liberal (PL), o deputado federal foi condenado por corrup��o passiva, forma��o de quadrilha e lavagem de dinheiro. � acusado de ter recebido mais de R$ 10 milh�es do PT em repasses feitos pelo empres�rio Marcos Val�rio.
» Bispo Rodrigues
O ex-deputado federal do PL-RJ foi condenado por corrup��o passiva e lavagem de dinheiro. Recebeu R$ 150 mil do PT.
» Jacinto Lamas
Ex-tesoureiro do PL foi condenado por corrup��o passiva, lavagem de dinheiro e forma��o de quadrilha.
» Roberto Jefferson
Presidente do PTB, o ex-deputado foi condenado por corrup��o passiva. Delator do mensal�o, recebeu R$ 4 milh�es em esp�cie de Marcos Val�rio.
» Romeu Queiroz
O ex-deputado federal pelo
PTB-MG foi condenado por corrup��o passiva. Recebeu dinheiro e ocultou a origem.
» Emerson Palmieri
Ex-tesoureiro informal do PTB ]foi condenado por corrup��o
passiva. Ele ajudou a intermediar a propina do mensal�o
em favor do PTB.