O senador A�cio Neves (PSDB-MG) afirmou nesta quarta-feira, em Campinas, interior de S�o Paulo, que a alian�a PSB-PSDB � "natural", apesar de incomodar outros partidos, e atacou a presidente Dilma Rousseff e ministros petistas por adotarem um discurso "da ditadura" ao prometerem privil�gios na transfer�ncia de recursos federais a prefeitos apoiados pelo PT.
"O que surpreende alguns � que em v�rias partes do Brasil, sem preju�zo da alian�a nacional que o PSB tem hoje com a presidente Dilma, e eu respeito, � que h� uma alian�a muito natural do PSDB com o PSB, como aqui em Campinas e em Minas mesmo", afirmou A�cio, um dos nomes cotados para a disputa presidencial de 2014.
Segundo A�cio, os dois partidos "quase se confundem na hist�ria dos agentes pol�ticos". "Essa afinidade � real, ela n�o � eleitoral, n�o � uma constru��o artificial. Por isso a naturalidade com que nossos companheiro aqui se juntem em torno de um projeto. N�s vamos continuar fazendo isso", declarou o senador que far� ainda nesta quarta-feira campanha em Manaus (AM), para o candidato Artur Virg�lio (PSDB), que � apoiado pelo PSB, contra o PCdoB, que teve o apoio de Dilma na segunda-feira. "� uma reciprocidade."
A visita de A�cio a Campinas foi tratada na sexta-feira (19) diretamente com o presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos - outro nome cotado para as disputas presidenciais em 2014. O partido escalou o prefeito eleito de Recife no primeiro turno, Geraldo J�lio (PSB), que derrotou o PT local, para acompanhar A�cio em Campinas.
"Eu estava dizendo brincando na van que nas minhas andan�as j� por 23 dos 27 estados da federa��o que eu coloquei mais 40 no peito do que 45", brincou A�cio. Ele no entanto negou que PSDB e PSB estivessem se unindo, desde j�, para anular a for�a da presidente Dilma e do ex-presidente Lula de olho em 2014.
"O que eu quis dizer � que existem alian�as naturais entre o PSB e o PSDB no Brasil inteiro, por mais que isso incomode atores de outros partidos pol�ticos. Mas n�o digo que isso vai nos levar a uma alian�a daqui a pouco. A realidade local coloca o PT, o modus operandi, a forma de governar, em antagonismo com a do PSDB e do PSB."
O senador mineiro afirmou que o PSB ser� bem vindo em uma futura constru��o de proposta de oposi��o para o atual governo. "N�s estamos tranquilos porque vamos construir um projeto de oposi��o. Se no caminho, for�as que hoje est�o com o governo se sentirem mais confort�veis em uma nova proposta para o Brasil, naturalmente ser�o muito bem vindos."
O PSB foi a partido que mais cresceu nessas elei��es no Pa�s, dando musculatura pol�tica para os planos de Campos de disputar a presid�ncia em 2014. Segundo A�cio, esse crescimento n�o � visto como "uma amea�a" e � at� interesse do PSDB que o partido esteja forte.
"N�s do PSDB estimulamos que os partidos pol�ticos que tenham compromissos �ticos, program�ticos cres�am e se fortale�am. N�s n�o vemos isso como uma amea�a. Se o PT apenas consegue conviver com partidos que apoiam seu projeto pol�tico, � uma vis�o absolutamente distorcida. N�s n�o, queremos o PSB forte, independente de uma alian�a futura, porque � bom para a democracia."
Ditadura
A�cio voltou a criticar a postura da presidente Dilma e de ministros do governo federal, que segundo ele estariam prometendo benef�cios na transfer�ncia de recursos da Uni�o para prefeitos do PT.
"Acredito que voc�s tenham escutado o discurso da necessidade de um certo alinhamento. Olha, � preciso ser do partido da presidente da Rep�blica para que a cidade tenha benef�cios. N�o h� nada mais antigo, mais, velho e mais arcaico que esse pseudo discurso de alian�as para governar", afirmou A�cio.
"Esse discurso foi o discurso da ditadura, esse era o discurso do regime de exce��o, que decidiu que durante 20 anos n�s n�o dev�amos votar para governador do Estado ou para prefeito de capitais porque eles deveriam ser do mesmo partido do presidente da Rep�blica."
Para jornalistas, o senador afirmou que "esse � o discurso comum do PT" e fez refr�ncias �s condena��es de membros do PT no julgamento do mensal�o, pelo Supremo Tribunal Federal (STF). "N�o podem aqueles que acham que s�o inquilinos do poder achar que s�o os donos do recurso p�blico. Ali�s, acharam no passado e felizmente a Justi�a est� dando uma resposta, que n�o � assim que se trata dinheiro p�blico", disparou A�cio.
Questionado sobre as condena��es, ele foi evasivo, mas afirmou que "aqueles que cometeram delitos comprovados devem ser exemplarmente punidos, independente de que partido habitam".