Cantar vit�ria � f�cil. Prever a ades�o da maioria das prefeituras mineiras para refor�ar a campanha em 2014 e ter palanques certos para buscar votos tamb�m. Os n�meros, por�m, mostram que, embora os dois lados apostem que t�m maioria, o senador A�cio Neves (PSDB-MG) e a presidente Dilma Rousseff (PT) v�o ter que se esfor�ar para garantir o apoio das bases dentro de casa, caso os dois realmente concorram ao Pal�cio do Planalto daqui a dois anos. Isso porque a maioria dos munic�pios de Minas Gerais estar� nas m�os de partidos h�bridos, ou seja, que s�o aliados tanto do governo estadual quanto do federal.
No discurso dos eleitos, � muito cedo para definir qual rumo tomar em 2014, e as candidaturas � Presid�ncia da Rep�blica ainda nem est�o colocadas. Tamb�m � preciso avaliar o comportamento do partido no plano nacional. O prefeito Marcio Lacerda (PSB), vitorioso em Belo Horizonte, no dia seguinte � sua reelei��o n�o deu garantias ao seu apoiador no pleito. Pelo contr�rio. Afirmou que, se a sucess�o presidencial fosse hoje, seguiria seu partido, ou seja, estaria com Dilma.
Prefeito de Sete Lagoas pelo PP, partido entre os aliados h�bridos que fez o maior n�mero de prefeitos em Minas (foram 70), M�rcio Reinaldo diz que a parte mineira da legenda fica com A�cio. O partido � comandado pelo vice-governador Alberto Pinto Coelho, que foi presidente da Assembleia na gest�o de A�cio. “Sou amigo particular do A�cio e o partido em Minas deve marchar com ele. Nacionalmente a tend�ncia � apoiar Dilma, mas vai depender do trabalho que o senador fizer com as bancadas do Nordeste e sobretudo do Sul”, afirmou.
Outro aliado dos dois � o PTB, que conquistou 50 prefeituras. Segundo o presidente estadual, Dilzon Melo, o PTB mineiro estar� com A�cio. “No passado o PTB apoiou nacionalmente Dilma e tem tirado dividendo disso, tanto que � base do governo dela. Acho que isso perdura dois anos at� 2014, quando ser� hora de definir”, disse.
Vis�es divergentes
Os presidentes do PT e do PSDB no estado t�m vis�es completamente divergentes do resultado eleitoral. O deputado federal petista Reginaldo Lopes acredita que os aliados estar�o com Dilma, enquanto o parlamentar tucano Marcus Pestana est� convicto de que eles apoiar�o A�cio. “Na din�mica local eles sempre estiveram conosco. Na din�mica mineira se desfaz a l�gica de Bras�lia para efeito do jogo. � a constru��o de uma candidatura de Minas para 2014 e a maioria absoluta vai ficar com o A�cio”, afirma Pestana, que, quando questionado sobre o fato de Dilma tamb�m ter nascido no estado, rebate afirmando que ela tem domic�lio eleitoral em Porto Alegre. Ainda de acordo com o dirigente tucano, at� mesmo aliados da petista podem migrar o apoio ao tucano. “Mais da metade dos prefeitos do PMDB se alinharam com Anastasia na elei��o”, argumenta.
O presidente do PT mineiro afirma que o eleitor de Minas ficar� com Dilma e, quanto aos partidos, acredita que as pesquisas de opini�o, que hoje indicam maioria para a petista, ser�o decisivas. “Tirando PT, PMDB e PCdoB, que est�o no n�cleo duro do governo Dilma e nos apoiam em qualquer hip�tese, os demais v�o ficar de olho nas pesquisas para tomar uma posi��o”, afirmou. Os petistas garantiram fatias importantes do eleitorado, comandando algumas das maiores cidades do estado, que, juntas, somam 1,4 milh�o de potenciais votos.
Tradicionais aliados de Dilma, PT e PCdoB foram apoiados pelo governo tucano no segundo turno das elei��es, depois que candidaturas do PSDB foram derrotadas inicialmente. Segundo Carlin Moura, eleito prefeito de Contagem, os apoios que fechou foram em fun��o das quest�es locais. “Em momento algum entrou em discuss�o a quest�o nacional. Em 2014, o PCdoB vai tomar suas posi��es e eu vou seguir a orienta��o do partido”, afirmou. Apesar do apoio recebido, Carlin disse que no Legislativo mineiro o PCdoB continua sendo oposi��o.
J� Bruno Siqueira (PMDB), que ganhou a Prefeitura de Juiz de Fora, tendo no segundo turno o apoio dos tucanos, n�o nega a origem pol�tica. Ligado ao grupo do falecido ex-presidente Itamar Franco, n�o garante qual ser� a postura do partido, mas faz quest�o de ressaltar a prefer�ncia pessoal por A�cio. “N�o sabemos nem quem ser�o os candidatos. O PMDB vai ter sua decis�o no momento oportuno. Agora, em Juiz de Fora, o que tenho a dizer � que minha rela��o com A�cio, a partir do momento que ele me apoiou no segundo turno, � a melhor poss�vel”, disse. Detalhe: nem Carlin nem Bruno tiveram o apoio do Pal�cio do Planalto, que teve nos dois munic�pios candidaturas do PT.