Oposi��o quer acesso ao inqu�rito da Pol�cia Federal

Bras�lia – Diante dos desdobramentos da Opera��o Porto Seguro, a oposi��o vai pedir amanh� o inqu�rito da Pol�cia Federal, que corre sob segredo de Justi�a. O objetivo � aumentar a muni��o e partir para o ataque apessoas pr�ximas � Presid�ncia da Rep�blica. O senador �lvaro Dias (PSDB), l�der da bancada no Senado, afirmou que a Casa tem o dever de analisar todo o conte�do da investiga��o, justamente porque � respons�vel por referendar, mediante vota��o em plen�rio, as indica��es para os cargos de comando das ag�ncias reguladoras. Antes da aprova��o dos nomes h� tamb�m uma sabatina.

“� nosso dever requisitar o inqu�rito policial. Esse � um tema do Senado. � preciso identificar quem faz o tr�fico de influ�ncia e quem o aceita. O fato � que as ag�ncias acabam sendo ocupadas por pessoas que s�o indicadas por crit�rios pol�ticos, e n�o t�cnicos. A Comiss�o de Infraestrutura do Senado tem a obriga��o de convocar os respons�veis pela Ag�ncia Nacional de Avia��o Civil (Anac) e pela Ag�ncia Nacional de �guas (ANA) para falar sobre o assunto”, afirmou Dias, que criticou o aparelhamento do Estado. “O tr�fico de influ�ncia ocorre com as pessoas que est�o mais pr�ximas do poder, a exemplo desse caso. Isso � consequ�ncia direta do aparelhamento”, salientou.

Ontem, tamb�m, o presidente do PPS, deputado federal Roberto Freire (SP), e o l�der da bancada na C�mara dos Deputados, Rubens Bueno (PR), informaram em nota que v�o apresentar requerimento de convoca��o da chefe de gabinete da Presid�ncia na capital paulista, Rosemary N�voa de Noronha, e do adjunto do advogado-geral da Uni�o, Jos� Weber Holanda Alves, n�mero dois da AGU – acima dele s� o advogado-geral Lu�s In�cio Adams –, para comparecer � Comiss�o de Fiscaliza��o Financeira e Controle da C�mara. Ambos foram indiciados na opera��o da PF.

"A Pol�cia Federal j� est� realizando o seu trabalho, mas o Congresso Nacional, que tem a fun��o de fiscalizar os atos do governo, deve acompanhar de perto mais esse caso de corrup��o no seio do governo do PT. Vamos convidar os acusados para se explicarem na C�mara", adiantou Freire, na nota. O senador do PSOL Randolfe Rodrigues (AP) classificou o caso como grav�ssimo. "Devemos apresentar um requerimento solicitando mais informa��es aos �rg�os envolvidos na opera��o na segunda-feira, possivelmente na Comiss�o de Infraestrutura", disse.

O parlamentar criticou ainda a forma protocolar com que s�o feitas as sabatinas no Senado. Dois presos na opera��o, os irm�os Rubens Carlos Vieira e Paulo Rodrigues Vieira, tiveram seus nomes aprovados pelo Senado para ocupar os cargos, respectivamente, de diretores da Ag�ncia Nacional de Avia��o Civil (Anac) e da Ag�ncia Nacional de �guas (ANA). Paulo Vieira � acusado pela PF de ser o chefe do esquema. "A Constitui��o fala em arguir e sabatinar e, da forma como � feita hoje, � meramente pr�-forma", afirmou. "O absurdo � que, quando h� um questionamento mais apurado, como no caso do ministro Teori Zavascki (indicado pela presidente Dilma Rousseff para o Supremo Tribunal Federal), h� um reclame generalizado, como se o questionamento apurado n�o viesse ser a regra", completou ele, ao defender mudan�as no formato das sabatinas para evitar novas suspeitas de corrup��o envolvendo pessoas que passaram pela triagem dos senadores.

Cautela O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) disse que � preciso cautela no momento. “Precisamos entender que ainda estamos na fase do inqu�rito policial. Vamos aguardar a apura��o da Pol�cia Federal e, depois, analisar todas as responsabilidades. N�o podemos concordar com a precipita��o acusat�ria da oposi��o. Na minha opini�o, qualquer pessoa � suscet�vel a ter um subordinado envolvido com algum tipo de irregularidade”, declarou. (Com ag�ncias)