Doze dias antes de ser demitido por envolvimento em den�ncias de corrup��o na Opera��o Porto Seguro da Pol�cia Federal, Jos� Weber Holanda, segundo homem na hierarquia da Advocacia-geral da Uni�o (AGU), foi nomeado pela presidente Dilma Rousseff para integrar o Conselho Deliberativo do fundo de previd�ncia complementar dos servidores p�blicos, ao lado de membros da equipe econ�mica e do secret�rio-executivo da Casa Civil, Beto Vasconcelos. Weber – que foi afastado do cargo de advogado-geral adjunto pela presidente Dilma depois que estourou o esc�ndalo – � o suplente no conselho de Fernando Luiz Albuquerque Faria, vice-advogado-geral da Uni�o. Na aus�ncia do titular, � Weber quem compareceria �s reuni�es para decidir sobre as estrat�gias de investimentos dos recursos do fundo e de pagamentos de benef�cios.
Como bra�o direito do ministro-chefe da AGU, Lu�s In�cio Adams, e de perfil t�cnico, Weber participou de decis�es e elabora��o de marcos regulat�rios de projetos estrat�gicos do governo, como das obras do Programa de Acelera��o do Crescimento e das concess�es dos aeroportos, portos e do setor el�trico. � figura conhecida no Pal�cio do Planalto. Adams tinha total confian�a no seu subordinado, a ponto de manter passagem direta entre o seu gabinete e o dele. Foi o advogado-geral da Uni�o que insistiu na nomea��o do indiciado pela PF para ser seu adjunto.
Weber j� tinha sido designado para integrar outro conselho, da nebulosa Empresa Brasileira de Legado Esportivo Brasil 2016, a Brasil 2016, criada, no �mbito do Minist�rio dos Esportes em agosto de 2011 para tocar projetos das Olimp�adas do Rio. Mesmo sem nunca ter funcionado, o balan�o de 2010 registrou preju�zo de R$ 109 mil relativo � remunera��o dos integrantes do Conselho Administrativo, do qual Weber e a ministra Miriam Belchior, do Planejamento, fazem parte.
A Casa Civil j� tinha vetado a indica��o para o posto em 2009, quando Adams assumiu o cargo de chefe da AGU em substitui��o a Antonio Dias Toffoli, que foi para o Supremo Tribunal Federal (STF). Por�m, em julho de 2010, quando Erenice Guerra assumiu a Casa Civil, Adams conseguiu emplacar Weber no cargo.
Oficialmente, o Pal�cio do Planalto minimiza a participa��o de Weber em projetos priorit�rios do governo, alegando que ele participou de poucas reuni�es. Mas o seu envolvimento nas falcatruas investigadas pela PF azedou o humor da presidente. Um dos motivos � porque a indica��o de Weber como adjunto foi uma decis�o de Adams, que Dilma acabou aceitando, apesar do contra da Casa Civil, por causa do hist�rico do indiciado pela PF. Embora s� tenha anunciado na manh� de s�bado a demiss�o de todos os envolvidos, na sexta-feira a presidente j� tinha decidido pelo afastamento deles.