Bras�lia – Em depoimento de sete horas na Comiss�o de Seguran�a P�blica da C�mara, o ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, deu nessa ter�a-feira a senha para a base aliada no Congresso blindar a ex-chefe de gabinete da Presid�ncia da Rep�blica Rosemary Noronha e o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva. Segundo Cardozo, n�o existe nada, nas 11 mil p�ginas do inqu�rito da Opera��o Porto Seguro, que envolva o nome do ex-presidente Lula com a quadrilha desmontada pela Pol�cia Federal. Nem qualquer liga��o telef�nica entre Lula e Rose que tenha sido alvo de investiga��o. Acrescentou tamb�m que o sigilo telef�nico da ex-chefe de gabinete n�o foi quebrado porque os investigadores entenderam que n�o havia raz�es t�cnicas para isso. “Al�m de n�o ser integrante formal da quadrilha, os crimes praticados por ela aconteceram em 2009 e 2010. Os demais continuaram praticando irregularidades”, justificou o ministro, garantindo que a Pol�cia Federal n�o sofre press�o pol�tica.
Cardozo explicou que as investiga��es levaram ao indiciamento de cinco pessoas por forma��o de quadrilha: os irm�os Paulo, Rubens e Marcelo Vieira e os advogados Marcos Ant�nio Martorelli e Patr�cia Santos Maciel Oliveira. “Ela (Rosemary), por exemplo, n�o tinha conex�o com a a��o da quadrilha junto ao ex-n�mero dois da AGU Jos� Weber de Holanda”, completou o ministro. “Foram utilizados crit�rios t�cnicos, n�o pol�ticos ou jornal�sticos”, acrescentou Cardozo.
A oposi��o n�o saiu muito convencida sobre a “participa��o menor” de Rose na quadrilha da Opera��o Porto Seguro. “Ministro, ela interferiu diretamente nas indica��es de pessoas que foram sabatinadas pelo Senado para ocupar cargos nas ag�ncias reguladoras. Foram essas pessoas que, posteriormente, passaram a cometer crimes e a rela��o de troca de favores entre ela e os demais integrantes do grupo era constante”, protestou o deputado Ivan Valente (PSOL-SP).
Assinaturas O PPS come�ou ontem a recolher as assinaturas para a instala��o de uma CPI para investigar os desdobramentos da Opera��o Porto Seguro. “N�o � de hoje que essa senhora vinha agindo dentro do governo. Ela trabalhou anos com Jos� Dirceu e estava, desde 2003, desde o primeiro dia do governo do PT, na Presid�ncia da Rep�blica. Nos estranha o motivo de Rosemary n�o ter sido alvo de intercepta��es telef�nicas e de quebras de sigilo”, declarou o l�der do PPS na Casa, Rubens Bueno (PR). No Senado, a oposi��o tamb�m come�ou a recolher assinaturas.
O l�der do PSDB na C�mara, Bruno Ara�jo (PE), disse existir uma “n�voa” em torno das explica��es dadas por Cardozo ao Congresso. “Em outras opera��es da PF foram grampeadas pessoas que n�o tinham rela��o direta com o caso”, lembrou o tucano. Durante o depoimento, Bruno tra�ou um paralelo entre a Opera��o Porto Seguro e o julgamento do mensal�o, estranhando a prote��o a uma pessoa que tinha tanta intimidade com a quadrilha. “Genoino (Jos� Genoino, condenado pelo Supremo Tribunal Federal) deve estar se sentido injusti�ado. Ele foi inclu�do na forma��o de quadrilha e Rose, n�o”, ironizou o l�der do PSDB.
Hoje, Cardozo estar� no Senado, ao lado do advogado-geral da Uni�o, Lu�s In�cio Adams. Ontem � noite, das 20h �s 21h15, o ministro da Justi�a esteve no Pal�cio do Planalto para um encontro com a ministra de Rela��es Institucionais, Ideli Salvatti. Ao t�rmino da reuni�o, ningu�m concedeu entrevista. (Colaboraram Adriana Caitano e Juliana Braga)