Depois de trocar insultos na elei��o, a presidente Dilma Rousseff recebeu na tarde desta quinta-feira o prefeito eleito de Salvador, ACM Neto (DEM). Ap�s uma hora e 15 minutos de conversa com a presidente, Neto disse, em entrevista, que sa�a do Planalto "entusiasmado" e "empolgado".
Cada vez mais distante do discurso do DEM, ACM Neto disse em entrevista que tem muitos problemas para resolver em Salvador, como as quest�es de sa�de, habita��o e transporte coletivo. "O meu compromisso � com a cidade", afirmou o prefeito eleito, neto do ex-senador Antonio Carlos Magalh�es, advers�rio tradicional dos petistas.
O prefeito eleito foi levado ao Planalto pelo governador baiano, Jaques Wagner (PT), que derrotou o "carlismo", fac��o de ACM, nas �ltimas duas elei��es para o governo do Estado. Numa entrevista ap�s o encontro, Wagner disse que a elei��o era p�gina virada e que cabia ao governador fazer a aproxima��o entre o prefeito e o governo federal. No meio da entrevista, ele riu: "O pessoal est� achando estranho isso aqui... mas � normal".
Em conversa reservada, Wagner brincou: "� a primeira vez na hist�ria da Bahia que um governador tr�s um prefeito da oposi��o para conversar com o governo federal". Ele se referia ao av� de ACM Neto, que comandou a Bahia em tr�s ocasi�es, sempre em sintonia com o poder central e em batalha constante com os advers�rios. Sobre os ataques de ACM Neto durante a campanha, Wagner n�o perdeu a oportunidade para ironizar: "Uma coisa � o microfone, outra � a caneta".
Wagner e ACM Neto negaram que o "pacto por Salvador", como se referiram ao encontro, inclui a aus�ncia do prefeito eleito nos palanques da oposi��o. ACM Neto tamb�m negou que esteja de sa�da do DEM. "Isso n�o existe", disse. "O partido entende que eu e outros prefeitos eleitos precisam se aproximar do governo federal", afirmou. "Se n�o buscasse parcerias, eu n�o mereceria ser prefeito de Salvador."