
Apesar de n�o ter aprovado a elabora��o de um documento insuflando a milit�ncia a se rebelar contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e renegar o resultado do julgamento sobre o mensal�o, sugerida por alguns, o PT decidiu apoiar os condenados na base da camaradagem. O presidente do partido, Rui Falc�o, admitiu ontem que diversos petistas t�m se mobilizado para passar o chap�u com o objetivo de bancar as multas que foram imputadas os quatro r�us da legenda.
Na lista de condena��es da a��o penal 470 constam os nomes de quatro integrantes do PT: o ex-tesoureiro Del�bio Soares, o ex-ministro Jos� Dirceu, o ex-presidente da sigla Jos� Genoino e o deputado federal Jo�o Paulo Cunha (SP). Juntas, as multas aplicadas pelo Supremo a eles somam R$ 1,8 milh�o — R$ 325 mil de Del�bio; R$ 676 mil de Dirceu; R$ 468 de Genoino e R$ 370 mil de Jo�o Paulo.
Rui Falc�o nega que o PT v� assumir institucionalmente a d�vida, mas apoiou a possibilidade de uma colabora��o coletiva. “J� ouvi manifesta��o de in�meros companheiros dispostos a se cotizar, at� porque os companheiros n�o t�m recursos para pagar essas multas totalmente desproporcionais aos crimes que lhe s�o imputados", declarou. Questionado se contribuiria com a vaquinha, Falc�o n�o hesitou. "Se houver manuten��o das multas, se houver essa cotiza��o e me pedirem uma participa��o, dentro dos meus meios, eu vou contribuir", comprometeu-se.
O presidente manifestou tamb�m ser contra a perda imediata dos mandatos de parlamentares condenados. “A Constitui��o defere ao Congresso Nacional o direito de cassar ou n�o mandatos e sou favor�vel que o Congresso resolva", comentou. O caso ainda est� em discuss�o entre os ministros da Corte.
O diret�rio nacional da legenda esteve reunido nos �ltimos dois dias em Bras�lia para, entre outras coisas, fazer um balan�o das elei��es municipais. Falc�o destacou tamb�m que n�o haver� qualquer puni��o interna aos r�us com o resultado do julgamento, apesar de o estatuto partid�rio indicar que deve ser expulso quem sofrer condena��o transitada em julgado por crime “infamante” ou pr�ticas administrativas il�citas. “N�o vemos nenhum crime infamante e questionamos o car�ter pol�tico do julgamento do STF”, definiu.
Dirceu participa de discuss�es
O ex-ministro da Casa Civil Jos� Dirceu foi o �nico dos tr�s integrantes do comando do partido condenados pelo STF no julgamento do mensal�o a comparecer ao encontro do diret�rio nacional da legenda, em Bras�lia, para, entre outras coisas, fazer um balan�o das elei��es municipais. Ele participou de todos os debates nos dois dias de reuni�o, chegou a fazer coment�rios ao microfone, mas n�o atendeu a imprensa. Na mesa de debates, havia uma proposta de convocar a Central �nica dos Trabalhadores (CUT) e militantes a irem �s ruas em cr�tica ao STF e defesa dos condenados no mensal�o. A sugest�o, por�m, nem foi votada. “O Dirceu est� satisfeito com a defesa que o PT j� lhe fez”, garantiu o presidente.
PF indicia Rosemary
Apesar de o ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, ter afirmado ao longo da semana que a ex-chefe de gabinete da Presid�ncia da Rep�blica Rosemary N�voa de Noronha n�o havia participado ativamente do grupo que vendia pareceres t�cnicos do governo a empresas privadas, a Pol�cia Federal revisou a investiga��o e decidiu indici�-la tamb�m por forma��o de quadrilha. O relat�rio da PF sobre a Opera��o Porto Seguro, entregue na sexta-feira � 5ª Vara da Justi�a Federal de S�o Paulo e cujos dados b�sicos foram divulgados ontem, amplia o n�mero de indiciados e aperta o cerco contra a mulher que tinha liga��es estreita com o poder. Com isso, o balan�o da opera��o soma 23 indiciados.