Bras�lia – A presidente Dilma Rousseff evitou dar qualquer sinaliza��o em rela��o ao seu futuro pol�tico em 2014, sob a alega��o de que o momento atual � de se concentrar nas a��es da sua administra��o, mantendo todo o vigor do primeiro dia de governo. "N�o respondo isso nem amarrada", disse ela, rindo, ao ser questionada se ser� candidata � reelei��o em 2014, durante caf� da manh� com jornalistas no Pal�cio do Planalto.
No ano em que o PT foi o centro das aten��es ao ver alguns de seus integrantes serem julgados publicamente pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a presidente, maior representante do partido no poder, poucas vezes deixou sua imagem ser atrelada � legenda. Ontem, por�m, ao ser provocada pelos jornalistas Dilma defendeu, com ressalvas, a legenda, dizendo que reconhece a import�ncia de outros partidos, mas que o PT, para ela, � “um dos grandes produtos da democracia” do pa�s. A presidente tamb�m admitiu que a agremia��o tem falhas. “Como qualquer obra humana, (o PT) n�o � perfeito”, ponderou.
Dilma comentou a rela��o com a sigla ao responder a uma pergunta sobre como avaliava o ano para o partido, que enfrentou, al�m do julgamento do mensal�o, a Opera��o Porto Seguro, da Pol�cia Federal, que desbaratou uma quadrilha de venda de pareceres com tent�culos na alta c�pula do governo, inclusive no gabinete da Presid�ncia em S�o Paulo. “O PT � um dos grandes produtos da democratiza��o do pa�s. D� grandes contribui��es ao pa�s. N�o s� respeito, como integro o PT. O Brasil deve muito ao que o PT fez”, argumentou.
As declara��es foram feitas a menos de um m�s da conclus�o do julgamento do mensal�o, que condenou petistas hist�ricos — como o ex-ministro da Casa Civil Jos� Dirceu e o ex-presidente da sigla Jos� Genoino. Ainda assim, a presidente se esquivou do assunto e disse que n�o comentaria a decis�o do Supremo Tribunal Federal. “Voc�s n�o v�o me ver me manifestar sobre isso. Tem dois aspectos: eu n�o me manifesto sobre decis�es de outro poder. Eu posso concordar, discordar, divergir ou n�o. Como presidente da Rep�blica, se eu fizesse isso, se eu manifestasse as minhas opini�es, eu n�o estaria contribuindo para a governabilidade deste pa�s”, contestou. “A separa��o dos poderes � a pedra basilar da democracia”, completou.
A rela��o de Dilma com o PT tem sido naturalmente conflituosa. Os petistas n�o gostaram, ao longo de 2012, das concess�es feitas � iniciativa privada para investimentos em rodovias e ferrovias, apontadas pelos tucanos como privatiza��o. Outro foco de ci�mes � o bom di�logo que ela tem com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. A rela��o com os correligion�rios foi amenizada ap�s a presidente divulgar uma nota rebatendo as cr�ticas de FHC ao governo Lula.
A presidente tamb�m respondeu se tinha arrependimento sobre a indica��o ao STF do ministro Luiz Fux, que acompanhou o relator do processo na condena��o de alguns dos r�us do mensal�o. “Eu n�o me arrependo de nada, estou muito velha para isso”, brincou. Mas fez quest�o de sustentar que, depois de indicados, eles t�m uma “dist�ncia integral” da presidente. “Pelo fato de eu os ter indicado, esse � um ato do Poder Executivo, n�o � um ato da presidente Dilma Rousseff. E, portanto, a partir da�, eles vivam as suas vidas”, filosofou.
Rena engra�adinha
A presidente Dilma Rousseff reagiu com bom humor � s�tira do jornal brit�nico Financial Times, que fez piada com a situa��o econ�mica brasileira. Estrelando um bate-boca com o Papai Noel, Dilma � caracterizada no conto como a rena do nariz vermelho, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, como "Guido, o elfo vidente". Dilma disse ontem que achou estranho ela ser a rena, porque n�o existe esse animal no Brasil. Segundo a presidente, ela preferia ser um "an�o" ou uma "elfa" que ajuda o Papai Noel. Minutos depois, retomou o tema. "A rena � bem engra�adinha, n�o se incomodem com isso", disse ela depois do caf� da manh� com os jornalistas.