Acusado na Opera��o Porto Seguro de integrar uma quadrilha que favorecia empresas privadas dentro de �rg�os do governo federal, o ex-diretor da Ag�ncia Nacional de �guas (ANA) Paulo Vieira promete divulgar seus extratos banc�rios dos �ltimos cinco anos para tentar provar que n�o recebeu propina ou outros benef�cios ao ocupar cargos p�blicos. Ele afirma que vai publicar os documentos na internet para provar sua inoc�ncia.
Ele diz que n�o houve corrup��o, pois fez manifesta��es oficiais aos �rg�os p�blicos envolvidos no esquema, como a Advocacia-Geral da Uni�o (AGU) e a Ag�ncia Nacional de Transportes Aquavi�rios (Antaq). Sustenta, tamb�m, que n�o recebeu dinheiro de nenhuma empresa nem ofereceu vantagens a servidores p�blicos. Diz que fez articula��es nos �rg�os p�blicos por motiva��o pol�tica - ele � aliado do ex-senador Gilberto Miranda e do deputado Valdemar Costa Neto (PR), e pretende ser candidato a deputado federal pelo PT em 2014.
Vieira apresentou ao jornal O Estado de S. Paulo os extratos de uma conta no Banco do Brasil, que diz ser a �nica que possui. Ele imprimiu os documentos na ag�ncia que fica no pr�dio onde est� instalado o gabinete da Presid�ncia da Rep�blica em S�o Paulo - espa�o onde ele costumava se encontrar com a chefe de gabinete Rosemary Noronha, tamb�m acusada de corrup��o.
Os pap�is de outubro, um m�s antes da deflagra��o da opera��o, reproduzem os dep�sitos de seus sal�rios (R$ 6.967,68 do Minist�rio da Fazenda, onde � funcion�rio de carreira, e R$ 4.022,25 da ANA), no dia 1.º. H� tamb�m um saque de R$ 18 mil, no dia 5, e pagamentos de assinaturas de jornais, refei��es e em lojas de roupas.
Os extratos mostram que, todos os meses, Vieira tem descontados de sua conta R$ 333,09 referentes � mensalidade que o PT cobra dos filiados ao partido que trabalham em cargos de confian�a. N�o aparecem nas movimenta��es banc�rias de Vieira no Banco do Brasil os recursos obtidos pela Faculdade de Ci�ncias Humanas de Cruzeiro (Facic), controlada por uma funda��o registrada em nome de sua mulher. Na conta da institui��o est�o depositados R$ 989 mil. A conta foi bloqueada ap�s a deflagra��o da opera��o, em 23 de novembro, e liberada no fim de dezembro.
Na defesa que vai apresentar � Justi�a, ele quer desqualificar o principal trunfo da den�ncia: Cyonil Borges, ex-auditor do Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) que delatou o suposto esquema de compra e venda de pareceres t�cnicos em �rg�os p�blicos.
“Ele (Cyonil) sempre me pedia favores, empregos para parentes e ajuda financeira ”, afirma Vieira. Ele est� disposto a dedicar um cap�tulo da defesa exclusivamente a Cyonil, que declarou que Vieira lhe ofereceu R$ 300 mil por um laudo sob encomenda.