O Minist�rio P�blico Federal vai investigar o ex-presidente da Rep�blica Luiz In�cio Lula da Silva com base na acusa��o feita pelo operador do mensal�o, Marcos Val�rio Fernandes de Souza, segundo a qual o esquema tamb�m pagou despesas pessoais do petista.
A integrantes do Minist�rio P�blico, Gurgel tem repetido que as afirma��es de Val�rio precisam ser apuradas. A decis�o de dar prosseguimento ao caso foi tomada no fim de dezembro, ap�s o encerramento do julgamento do mensal�o no Supremo Tribunal Federal. Condenado a mais de 40 anos de pris�o, Val�rio, que at� ent�o poupava Lula, mudou a vers�o durante o julgamento.
O depoimento de Val�rio, ainda nas m�os do procurador-geral da Rep�blica, foi prestado em 24 de setembro do ano passado e revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo quase tr�s meses depois. Os documentos apresentados por ele ser�o o ponto chave da futura investiga��o, que ficar� circunscrita a Lula.
O procurador da Rep�blica que ficar respons�vel pelo caso poder� chamar o ex-presidente para prestar depoimento. Marcos Val�rio tamb�m poder� ser chamado para dar mais detalhes da acusa��o feita ao Minist�rio P�blico em meio ao julgamento do mensal�o. N�o est� descartada, no entanto, a hip�tese de o procurador que vier a ser respons�vel pela investiga��o entender que n�o h� provas ou elementos para avan�ar nas apura��es e pe�a o arquivamento do caso. Petistas envolvidos no esquema sempre preservaram o nome do ex-presidente da Rep�blica, desde que o esc�ndalo do mensal�o foi descoberto, em 2005.
No depoimento de 13 p�ginas, Val�rio disse ter passado dinheiro para Lula arcar com “gastos pessoais” no in�cio de 2003, quando o petista j� havia assumido a Presid�ncia. O empres�rio relatou que os recursos foram depositados na conta da empresa de seguran�a Caso, de propriedade do ex-assessor da Presid�ncia Freud Godoy. Nas palavras de Val�rio, Godoy era uma esp�cie de “faz-tudo” de Lula.
Gurgel volta de f�rias na pr�xima semana e continuar� dedicado ao assunto. A auxiliares, o procurador j� havia indicado que seria praticamente imposs�vel arquivar o caso sem qualquer apura��o pr�via. No fim do ano, a subprocuradora Cl�udia Sampaio e a procuradora Raquel Branquinho, que colheram o depoimento de Val�rio, foram orientadas por ele a fazer um pente fino nas den�ncias.
O advogado de Val�rio, Marcelo Leonardo, disse que seu cliente vai aguardar “o destino que ser� dado ao expediente”.
No STF, a revela��o das acusa��es levou o presidente da Corte, Joaquim Barbosa, a cobrar investiga��es. O ministro afirmou que n�o haveria outra sa�da sen�o investigar.