O ministro de Minas e Energia, Edison Lob�o, afirmou, nesta quarta-feira (9), que n�o vai haver racionamento de energia e que est� mantida a redu��o de 20% nas contas de luz.
O ministro tamb�m assegurou que as ind�strias continuar�o sendo abastecidas normalmente e que a situa��o dos reservat�rios tende a melhorar por conta das recentes chuvas registradas em todas as regi�es. A escassez de chuvas reduziu os n�veis dos reservat�rios que alimentam as usinas hidrel�tricas, o que fez o governo recorrer �s termel�tricas.
Repercuss�o
Para o deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP), integrante da Comiss�o de Minas e Energia e presidente da Frente Parlamentar da Infraestrutura Nacional, a situa��o � delicada por conta do risco na oferta de energia. Ele atribui o atual cen�rio � falta de planejamento do governo e � dificuldade na obten��o de licenciamento ambiental para uma s�rie de empreendimentos na �rea.
Jardim aponta medidas para ajudar o setor e que ser�o incentivadas pela frente parlamentar j� no in�cio dos trabalhos legislativos, a partir de fevereiro. Entre essas a��es, est�o a realiza��o de leil�es espec�ficos conforme a fonte energ�tica, a fim de incentivar a energia gerada a partir da biomassa, e a ado��o de procedimentos administrativos que deem maior agilidade nos licenciamentos ambientais e no sistema de gera��o de hidroeletricidade. “E, finalmente, precisamos recuperar as Pequenas Centrais Hidroel�tricas (PCHs), que est�o hoje invi�veis economicamente", completou.
J� o deputado Fernando Ferro (PT-PE), que tamb�m integra a Comiss�o de Minas e Energia, descarta o risco de racionamento imediato por conta dos investimentos maci�os do Executivo na �rea de gera��o de energia, como � o caso dos empreendimentos no rio Madeira e a hidrel�trica de Belo Monte.
Arquivo/ Beto Oliveira
Fernando Ferro
Fernando Ferro: motiva��o pol�tica quer criar clima de que o Pa�s estaria � beira de colapso energ�tico.
Ferro reconhece que o Brasil passa por uma das piores estiagens dos �ltimos 50 anos, mas ressalta que o Pa�s possui alternativas para o abastecimento de energia, como as termoel�tricas, o que afasta a possibilidade de falta de energia. “Compreendo que h� uma preocupa��o justa por conta da situa��o clim�tica, por�m h� tamb�m uma motiva��o pol�tica de querer criar um clima de que n�s estar�amos � beira de um colapso energ�tico. Isso � do uso da disputa pol�tica, mas me parece que � mais exagero", declarou.
Especialista
Na avalia��o do professor de Engenharia El�trica da Universidade de Bras�lia (UnB) Rafael Shayani, h� muito barulho sem um problema real � vista, uma vez que o sistema el�trico brasileiro � monitorado diariamente. Segundo ele, o crescimento econ�mico aumentou o consumo de energia, houve um alerta preventivo, mas h� tempo h�bil para a ado��o de medidas que garantam o abastecimento.
Por outro lado, Shayani diz que � necess�ria uma reflex�o quanto � energia t�rmica, que � mais cara e poluente porque utiliza g�s e �leo combust�vel. Na opini�o do docente, poderia ter havido mais investimentos em fontes renov�veis de energia, como a gera��o distribu�da, pr�tica regulamentada pela Ag�ncia Nacional de Energia El�trica (Aneel) em abril 2012 conforme a qual cada consumidor pode ter em sua casa pequenos equipamentos de energia solar e e�lica.
"� chamada microgera��o e�lica, na qual a energia que voc� gera, voc� consome na sua casa; se a casa estiver vazia e ventar ou fizer sol, voc� pode emprestar � rede el�trica a energia n�o consumida. As pessoas interessadas j� podem procurar uma empresa especializada para fazer a instala��o e a concession�ria de distribui��o fica respons�vel por ligar o sistema", explicou.
De acordo com o professor, se a instala��o fosse feita nos 60 milh�es de telhados brasileiros, seria gerada uma energia “consider�vel”, capaz de diminuir a depend�ncia de outras fontes.
Com Ag�ncia C�mara