Bras�lia – Enquanto o candidato do PMDB � Presid�ncia da C�mara, Henrique Eduardo Alves (RN), navega em mares revoltos, um grupo de senadores quer ampliar a marola para o nome do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL). Na semana que vem, o grupo de dissidentes vai decidir entre os nomes do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) ou de Pedro Taques (PDT-MT), com mais tend�ncia para a segunda op��o, para disputar a Presid�ncia da Casa.
O pr�prio grupo que apoia a candidatura dissidente reconhece que as chances de vit�rias s�o m�nimas. “A candidatura em si j� � uma vit�ria”, disse o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), um dos autores e signat�rios do manifesto lan�ado ontem intitulado Uma nova presid�ncia e um novo rumo para o Senado e encaminhado para 48 senadores apenas ontem. O lan�amento do manifesto foi antecipado pelo Estado de Minas na semana passada.
Apenas na sexta-feira Randolfe foi autorizado pela dire��o partid�ria a buscar votos entre seus pares. “Eu n�o concebo uma elei��o sem debate e sem candidatos. � inadmiss�vel que no Senado tenhamos uma elei��o nos moldes da Velha Rep�blica, quando os senadores comparecer�o no plen�rio apenas para referendar um nome nas urnas”, protestou ele.
O senador Pedro Taques (PDT-MT) admite a candidatura, mas diz que pode negociar o lan�amento de outro nome do grupo, como Randolfe ou o pr�prio Cristovam Buarque. Ele explica que o objetivo � for�ar a realiza��o de um debate dentro do Senado sobre o papel e a atua��o do Legislativo. “Queremos debater propostas. Um candidato � Presid�ncia do Senado precisa trazer projetos e ideias, debater as rela��es do Executivo e do Legislativo e dizer o que pensa sobre o fato de o Senado ter virado um puxadinho do Executivo. Como n�o aceito eleitor de cabresto, n�o quero ser um senador de cabresto”, justifica Taques, que tamb�m � pr�-candidato ao governo do Mato Grosso. “Nada contra o candidato do PMDB, mas queremos discutir propostas”, conclui Taques.
Mediador desta disputa, Cristovam v� o colega de bancada com mais chances de aglutinar apoios que Randolfe. “Randolfe foi candidato da outra vez”, lembra ele. O senador por Bras�lia refuta a possibilidade de o grupo apresentar dois nomes. “Isso n�o vai acontecer. Vamos nos reunir, conversar e, na pr�xima semana, definir quem abrir� m�o para quem”, declarou.
Alternativa O l�der do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), prometeu reunir sua bancada em 31 de janeiro – v�spera da elei��o para a sucess�o da Mesa do Senado. O PSDB sempre buscou uma alternativa � candidatura do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), lembrando dos questionamentos �ticos sofridos pelo senador alagoano e que o levaram a renunciar � Presid�ncia da Casa na vez anterior.
O partido, contudo, tentou insuflar uma candidatura no PMDB. “Se o Luiz Henrique (senador pelo PMDB de Santa Catarina) tivesse aceitado, seria melhor, para n�o ferirmos o princ�pio da proporcionalidade”, declarou Alvaro Dias. “Dentre as op��es colocadas, creio que a melhor alternativa � o Taques, por ser um parlamentar de um partido da base do governo”, completou ele.
Alvaro apressa-se em dizer que, pessoalmente, n�o tem qualquer restri��o a Randolfe. Ao lado de Taques e do PSDB, o senador pelo Amap� teve atua��o de destaque na CPI do Cachoeira, que se encerrou sem ter sequer um relat�rio final aprovado. Inclusive, a presen�a de Randolfe na CPI s� foi poss�vel porque o PSDB cedeu uma de suas vagas para o senador do PSOL. “Mas ele � o �nico representante do PSOL no Senado”, justificou o tucano.
Quem s�o eles
» Randolfe Rodrigues (PSOL-AP)
Aos 40 anos, Randolfe Rodrigues pretende disputar pela segunda vez a Presid�ncia do Senado. Em 2011, logo no primeiro dia do mandato, enfrentou o atual presidente da Casa, Jos� Sarney (PMDB-AP). Eleito deputado estadual por oito anos, filiado inicialmente ao PT, migrou para o PSOL em 2005. Em 2010, tornou-se o senador mais jovem que venceu uma elei��o no pa�s. Professor de hist�ria, � visto pelo partido como potencial candidato ao governo do Amap� em 2014 ou at� mesmo � Presid�ncia da Rep�blica.
» Pedro Taques (PDT-MT)
Aos 44 anos, tamb�m est�, a exemplo de Randolfe, em seu primeiro mandato como senador da Rep�blica. Professor de direito constitucional, � ex-procurador da Rep�blica e destacou-se nacionalmente pela atua��o nas investiga��es de crimes de corrup��o e lavagem de dinheiro. Tornou-se procurador do Minist�rio P�blico Federal em 1995 e atuou em 12 estados. Entre seus casos mais famosos est� a pris�o de Jo�o Arcanjo Ribeiro, o comendador Arcanjo, considerado o maior bicheiro de Mato Grosso.