Bras�lia – O futuro presidente da C�mara dos Deputados ser� o terceiro na linha sucess�ria da Rep�blica e ter� diversas oportunidades de se sentar na principal cadeira do Pal�cio do Planalto para governar o Brasil. Apesar da import�ncia do cargo para os brasileiros, a disputa pelas vagas da Mesa Diretora da Casa passa bem longe dos interesses da popula��o. O discurso dos principais candidatos � Presid�ncia da C�mara est� centrado na defesa dos interesses dos parlamentares e no corporativismo. Temas como reforma pol�tica, descriminaliza��o das drogas, revoga��o do Estatuto do Desarmamento, cria��o de uma lei anticorrup��o e criminaliza��o da homofobia – todos eles tramitando no Legislativo e de extrema relev�ncia para a sociedade – ficaram de fora da pauta de debates na corrida pela Presid�ncia da C�mara.
Considerado favorito na disputa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) tentou ganhar votos com uma promessa que tem potencial para fazer crescer os olhos da maioria dos parlamentares. Ele defende a equipara��o dos sal�rios dos deputados federais com os vencimentos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Alves tamb�m gerou pol�mica ao defender que os deputados condenados pelo STF n�o percam o mandato automaticamente e disse que n�o vai cassar os parlamentares considerados culpados por crimes graves, como os quatro condenados por envolvimento com o mensal�o.
Para ganhar a simpatia dos colegas, a tamb�m peemedebista Rose de Freitas (ES) prop�e criar um rod�zio nas relatorias de projetos e medidas provis�rias. J�lio Delgado (PSB-MG) segue essa linha e defende a proporcionalidade na distribui��o das relatorias e da presid�ncia das comiss�es tempor�rias. Com esse discurso, os dois miram os insatisfeitos com a hegemonia absoluta do PT e do PMDB na Casa. Os partidos t�m as duas maiores bancadas da C�mara dos Deputados.
Melhorias
A briga por mais autonomia para o Legislativo � outro tema propagado com fervor pelos candidatos. Delgado distribuiu ontem um panfleto em que critica a atual rela��o do Legislativo com o Pal�cio do Planalto e com o Judici�rio. “O Executivo abre e fecha os cofres p�blicos conforme os interesses da ocasi�o, transformando em favor aquilo que � o seu dever: o cumprimento da Lei Or�ament�ria”, diz o texto. “O Judici�rio, por sua vez, preenche o vazio deixado pela C�mara e pelo Senado e legisla sem mandato para tal”, acrescenta o deputado.
A melhoria da imagem dos parlamentares � outra meta dos concorrentes ao cargo m�ximo da Casa. Os tr�s inclu�ram em suas plataformas de campanha a promessa de mudan�a nos �rg�os de comunica��o da C�mara para ampliar a divulga��o de seus mandatos. Para J�lio Delgado, � preciso “garantir a participa��o equilibrada de todos os parlamentares nos espa�os da TV C�mara, r�dio e internet”. Henrique Eduardo Alves defende a cobertura das atividades dos parlamentares at� mesmo durante as viagens aos estados e nos fins de semana, sem prever o custo que haveria para os �rg�os de comunica��o da C�mara. Entre as propostas de Henrique para agradar aos colegas, existe at� mesmo a previs�o de distribui��o de aparelhos como tablets e smartphones.
A deputada Rose de Freitas nega que sua campanha esteja focada no discurso corporativista e garante que, se eleita, vai enfrentar os grandes temas nacionais de relev�ncia para a sociedade, at� mesmo aqueles onde n�o h� consenso, como a reforma pol�tica. “Existe hoje essa cultura de evitar a vota��o quando n�o h� consenso, mas n�o d� para adiar certos temas. Falta o debate de quest�es nacionais, e a Casa tem ficado como mera espectadora”, critica a deputada.