Alice Maciel
Com 19 partidos aliados, todos querendo um cargo no governo municipal, o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), encontrou nos testes psicol�gicos a sa�da para vetar as indica��es das legendas, conforme contaram pessoas ligadas ele. Segundo elas, os candidatos �s vagas de primeiro, segundo e terceiro escal�o no Executivo n�o v�o escapar de serem avaliados. A decis�o de repetir a estrat�gia, usada na gest�o passada, desagradou aos aliados, j� insatisfeitos com a demora do prefeito em anunciar os nomes para assumir cargos na administra��o. Lacerda, no entanto, aguarda o retorno do senador A�cio Neves (PSDB), que est� viajando de f�rias, para anunciar as nomea��es.
O teste aplicado por Lacerda � parecido com o adotado pelos departamentos de recursos humanos de empresas do setor privado. Uma fonte – que n�o quis ser identificada –, que passou pela avalia��o em 2008, contou uma pergunta que havia na prova: “Se seu chefe lhe pedir para fazer uma coisa errada, voc� faz ou n�o?”.
De acordo com a conselheira do Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais e diretora da Comiss�o de Avalia��o Psicol�gica e dos Direitos Humanos, psic�loga J�nia Maria Campos Lara – que observou desconhecer a avalia��o aplicada na prefeitura –, o teste escrito � uma das t�cnicas adotadas para tra�ar o perfil do candidato. Esse teste, de acordo com ela, pode ser usado para avaliar intelig�ncia, racioc�nio r�pido e personalidade. J�nia Lara observou que ele nunca pode servir como crit�rio eliminat�rio numa disputa de emprego. Ela explicou ainda que v�rios testes s�o de uso exclusivo do psic�logo.
O conselheiro para assuntos de psicologia de Lacerda � o deputado federal Antonio Roberto (PV). Em seu site, o parlamentar se apresenta como consultor comportamental. Ex-empres�rio do setor de telecomunica��es, o prefeito sempre usou t�ticas de sondagens psicol�gicas para escolha de funcion�rios.
O “vestibular” da prefeitura n�o � encarado como bom-tom pelos partidos que participaram da coliga��o que reelegeu Lacerda e pleiteiam vagas no governo municipal. Dirigentes das legendas alegam que a prova n�o � aplicada a todos. “Os queridinhos do prefeito ficam de fora”, disse o presidente de um partido, referindo-se aos secret�rios de Governo, Josu� Valad�o e o de Assuntos Institucionais, Marcelo Abi-Saber.
A assessoria de imprensa da prefeitura informou ontem que a mulher do prefeito, Regina Lacerda, n�o � respons�vel por analisar os testes psicol�gicos aplicados pelo marido, por�m n�o soube informar quem seria o encarregado dla tarefa.
NOVELA DO L�DER A possibilidade de o vereador Preto (DEM), ligado ao grupo que reelegeu L�o Burgu�s (PSDB) � Presid�ncia da C�mara, ser indicado como o l�der de governo desagradou aos integrantes da Mesa Diretora da Casa. Eles estariam incomodados com o fato de o prefeito j� ter criticado o grupo e agora buscar o apoio deles. Preto disse que s� aceitaria o cargo se seus colegas estivessem de acordo. Ele contou que ainda n�o recebeu o convite formal, mas que foi sondado. Indicar o democrata para a lideran�a de governo seria uma estrat�gia do prefeito para conseguir que seus projetos tramitem com mais facilidade na Casa, j� que, o grupo de L�o Burgu�s j� disse v�rias vezes que a vida de Lacerda na C�mara vai ser mais dif�cil do que no mandato passado, quando ele conseguiu aprovar todos os projetos de seu interesse.