
O embate entre Marcio Lacerda (PSB) e o PSDB por causa das indica��es para o primeiro escal�o de seu segundo mandato obrigou o prefeito a adiar o an�ncio dos nomes para depois do carnaval. Em encontro com o governador Antonio Augusto Anastasia (PSDB), Lacerda tentou amenizar o atrito com os tucanos. O clima, no entanto, ainda � tenso, mesmo depois de almo�o com a participa��o dos dois e do senador A�cio Neves, na ter�a-feira. O prefeito j� vetou uma indica��o do partido, “desestimulou” outra e colocou uma terceira em banho-maria. Todas os pedidos foram feitos por A�cio para cargos na �rea de obras. J� h� quem defenda que o filho do prefeito, Tiago Lacerda, seja exonerado da Secretaria de Estado Extraordin�ria da Copa do Mundo.
O prefeito, que participou ontem, ao lado do governador Anastasia, do lan�amento de projeto para terminais de integra��o metropolitana de �nibus, disse que as negocia��es s�o longas. “Precisamos encontrar um equil�brio pol�tico e administrativo para que haja melhor governabilidade no trabalho interno da prefeitura, na rela��o com a C�mara, com o governo do estado e a sociedade. � uma engenharia pol�tica complexa e lenta e s� vai ser conclu�da no primeiro e segundo escal�es depois do carnaval”, afirmou, no evento no Pal�cio da Liberdade.
Anastasia seguiu a mesma linha. “Muitas vezes, os jornais gostam de criar fatos onde eles n�o existem. A rela��o pessoal entre o governador do estado e o prefeito, e do senador A�cio com o prefeito, � a melhor poss�vel. Inclusive, almo�amos ontem (ter�a-feira) num clima totalmente amistoso. Do ponto de vista pol�tico, tamb�m � natural que, muitas vezes, a imprensa goste de dar uma pitadinha, um tempero, mas neste caso, obviamente, isso � inexistente”, disse.
A verdade, no entanto, � que os tucanos est�o nervosos, sobretudo pelas respostas que Lacerda vem dando �s indica��es feitas pelo partido em conversas cara a cara com os indicados. Em uma, com o deputado estadual Jo�o Leite (PSDB), indicado por A�cio para a Secretaria de Obras e Infraestrutura, o prefeito afirmou que o parlamentar n�o ocuparia o cargo porque ele estava gostando muito de quem responde atualmente pela pasta, Jos� Lauro Nogueira Terror, ex-funcion�rio de empresa no setor de telefonia que Lacerda tinha antes de entrar para a vida p�blica.
A outra “indelicadeza” do prefeito, segundo os tucanos, foi com Paulo Bregunci, pai do secret�rio-geral adjunto da Governadoria do Governo de Minas, Thiago Bregunci, indicado para a Companhia Urbanizadora e de Habita��o de Belo Horizonte (Urbel). Ao receber Breguci, o prefeito disparou: “O senhor pode assumir, mas devo avis�-lo que vamos passar para a Secretaria de Obras boa parte das atribui��es da empresa. E mais: sou exigente, cobro muito, e se n�o atenderem as minhas expectativas, eu mando embora”.
A terceira indica��o de A�cio Neves foi a do diretor de Irriga��o da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), Reinaldo Alves Costa, para a Superintend�ncia de Desenvolvimento da Capital (Sudecap). O nome n�o foi vetado nem destratado diretamente por Lacerda mas, segundo tucanos, o prefeito n�o d� qualquer sinal de que chamar� Costa. Ao contr�rio, estaria “queimando” o indicado de A�cio em conversas com interlocutores.
A previs�o inicial da pr�pria base de Lacerda na C�mara era de que o secretariado fosse anunciado dias antes do carnaval. At� o momento, � certo apenas que os tucanos ser�o mantidos na Secretaria de Sa�de e na BHTrans. A avalia��o do PSDB, por�m, � de que o partido merecia mais. “A�cio Neves foi o respons�vel pela retirada de D�lio Malheiros (deputado estadual do PV) e de Eros Biondini (deputado federal do PTB) da disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte. Al�m disso, muitas empresas s� contribu�ram para a campanha de Lacerda porque A�cio apoiou o PSB na disputa”, afirma um integrante do grupo de articuladores pr�ximos ao governador Anastasia. D�lio virou vice de Lacerda. J� Biondini assumiu a Secretaria de Estado de Esportes e Juventude.
Fatura paga
O prefeito Marcio Lacerda exonerou ontem a respons�vel na Regional Oeste pela fiscaliza��o de alvar�s e documprimento do C�digo de Posturas do munic�pio, M�rcia Curvelano de Moura. A demiss�o est� sendo avaliada na C�mara de BH como a primeira fatura paga pelo prefeito ao seu novo l�der na Casa, Preto (DEM), que teria imposto a sa�da de M�rcia para aceitar o cargo. O parlamentar tem base eleitoral na regi�o. Com a indica��o do vereador, o prefeito tenta aumentar sua base na C�mara.
Repercuss�o - Leitores comentam no em.com
“Enquanto isso as nomea��es dos �ltimos concursos est�o paradas ou feitas a conta-gotas, para poder dar o lugar de quem tem direito a um bando de oportunistas despreparados para bagun�arem a PBH.”
Soares Soares
“Outra vez somente jogo de interesse! Quem deve ser nomeado para comandar as secretarias das diversas �reas tem que ter primeiramente compet�ncia e compromisso com o verdadeiro significado de servi�o p�blico.”
Fernando Antonio Ribas
“Mais uma vez fica provado que a suposta meritocracia defendida pelo prefeito n�o passa de conversa pra boi dormir. N�o tenho d�vidas em afirmar que todos esses nomes padecem de efetiva capacidade t�cnica e gerencial para atender os reais anseios da popula��o de BH. Mas quem se importa? Eles n�o...”
Fernando Lib�nio
“O que se espera do servidor p�blico � servir a sociedade nas suas demandas, que n�o s�o poucas, todavia, os preclaros politicos mineiros est�o preocupados com o loteamento de cargos de forma vergonhosa. Esperamos que oprefeito tome posi��o coerente, sem politicagem, sem toma l� d� c�.”
Geraldo Nascimento
“� uma vergonha. Trabalhar para o povo que o elegeu, nada. O povo tem que ter vergonha na cara e ir para as pra�as e acabar com essa pouca vergonha. S�o candidatos prometendo tudo, depois ficam s� brigando por cargo e aumentando seus sal�rios. Filho de um l�, neto do outro c�. E assim vai at� a pr�xima elei��o.”
Elias Amorim Santos
“A clareza da incoer�ncia! O PSDB, oposi��o, desaprova a forma de preenchimento dos cargos federais. Mas em BH age da mesma forma! J� a sociedade desaprova l� e aqui. Carece a todos os pol�ticos, sem distin��o, respeito �s pessoas. A sociedade ainda n�o abriu m�o do pensar e agir!”
M�rio Rafael Soares