Emocionado, Jos� Sarney (PMDB-AP) despediu-se da Presid�ncia do Senado com um longo discurso em que fez um balan�o dos seus 58 anos de hist�ria legislativa, citou projetos aprovados ao longo do �ltimo ano e os desafios que a Casa deve enfrentar em 2013. Em dois momentos, o senador chorou e foi bastante aplaudido ao final de sua fala nesta sexta-feira.
Jos� Sarney defendeu Renan, sem mencionar as acusa��es contra ele, dizendo que seu colega peemedebista � "uma das mais expressivas lideran�as de nosso partido". "Eleito senador em 1994, 2002 e 2010, tem sido um legislador criterioso, com importantes iniciativas, como a do Estatuto do Desarmamento, um articulador h�bil e um poderoso formador de consensos."
Exaltando o pr�prio perfil, que classificou como conciliador, Sarney ressaltou sempre ter trabalhado em conjunto com a mesa diretora da Casa e com as lideran�as. "Como democrata, sempre a todos ouvi, procurei compreender a posi��o dos advers�rios, respeitar as opini�es divergentes, soube que todos temos uma contribui��o a dar, busquei incansavelmente o di�logo e a concilia��o, harmonizar os conflitos. Assim, a democracia � para mim um modo de vida."
Sarney, que presidiu o Senado por quatro vezes, frisou ainda que o "Parlamento sofre hoje, em todo o mundo, cr�ticas da m�dia e incompreens�o da sociedade". Ele atribui o fato � velocidade com que as informa��es circulam nos dias atuais. "Parece que as leis podem ser feitas sem o complexo processo de examinar suas repercuss�es e alternativas, ouvir os especialistas e a sociedade, formar consensos e maiorias. Contrastam com o tempo do Legislativo os tempos do Executivo e os do Judici�rio, que podem decidir por um ato solit�rio."
Ele engrandeceu o fato de o Senado estar informatizado e lembrou a implanta��o de 80% da reforma administrativa, falando tamb�m dos desafios da Casa ao longo deste ano. "Est�o a� sem solu��o vis�vel a reforma tribut�ria, os royalties, o Fundo de Participa��o dos Estados e o Fundo de Participa��o dos Munic�pios, para citar exemplos de que ainda n�o se tem a consci�ncia pol�tica de que estes problemas n�o s�o regionais, mas nacionais."