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Estado de Minas

Passado mais de um m�s da posse, cidades endividadas ainda tentam p�r ordem na casa

Prefeitos que tomaram posse no in�cio do ano ainda convivem com escassez de verbas e de m�dicos e n�o conseguem manter os servi�os essenciais. At� agora, s� sobram d�vidas


postado em 07/02/2013 06:00 / atualizado em 07/02/2013 07:18

A demanda da UPA do Bairro São Benedito, em Santa Luzia, aumentou três vezes depois que os postos de saúde dos bairros vizinhos foram fechados(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
A demanda da UPA do Bairro S�o Benedito, em Santa Luzia, aumentou tr�s vezes depois que os postos de sa�de dos bairros vizinhos foram fechados (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

 

O cen�rio ca�tico em que v�rias cidades mineiras iniciaram o ano est� longe de ser resolvido. Passado um m�s da posse dos novos prefeitos, d�vidas pendentes das administra��es passadas, sal�rios atrasados de funcion�rios e falta de dinheiro at� mesmo para servi�os b�sicos como coleta de lixo e atendimento nos postos de sa�de ainda geram dor de cabe�a � popula��o. Isso sem contar o cancelamento do carnaval. Em algumas cidades, a folia foi barrada na �ltima hora por escassez de verba e de estrutura. Como se n�o bastasse a aus�ncia de recursos para normalizar rapidamente as demandas dos moradores, os prefeitos herdaram de seus antecessores outro problema causado pelas d�vidas municipais: a proibi��o de firmar novos conv�nios com os governos federal e estadual.

De todos os transtornos constatados nesta semana pela equipe de reportagem do Estado de Minas nas cidades visitadas, a �rea de sa�de � a que continua mais distante da normalidade. Em Santa Luzia, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, somente seis dos 30 postos de sa�de voltaram a funcionar at� ontem. Na maioria das unidades, foram colocadas placas informando que os pr�dios passam por reformas e que haver� novos m�dicos contratados para atender a popula��o, por�m n�o h� previs�o de reabertura.

As portas fechadas da Unidade B�sica de Sa�de (UBS) Tia Lita, no Bairro Palmital, fizeram com que a diarista Edinalva Felismino de Jesus, de 54 anos, adiasse mais uma vez sua consulta na manh� de ontem. “Vim hoje para medir minha press�o e procurar alguma ajuda, porque j� tem tempo que n�o me sinto bem. Desde que o posto foi fechado, ficamos sem op��o e ningu�m sabe informar quando � que ele vai ser reaberto”, reclamou. Como a segunda unidade mais pr�xima da casa dela, a UBS Cristina, tamb�m est� fechada para reformas, Edinalva teve que procurar atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Bairro S�o Benedito, onde foi registrada uma procura tr�s vezes maior por usu�rios desde o fechamento dos postos de sa�de dos bairros vizinhos.

Na unidade de saúde do Bairro Novo Alvorada, em Sabará, os cartazes avisam que dois médicos estão de férias(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Na unidade de sa�de do Bairro Novo Alvorada, em Sabar�, os cartazes avisam que dois m�dicos est�o de f�rias (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Segundo o prefeito Carlos Calixto (PSB), uma das dificuldades encontradas � achar cl�nicos gerais para ocupar as vagas em aberto. Ele ressalta que ao assumir a prefeitura, em janeiro, os postos de sa�de funcionavam sem m�dicos ou estrutura f�sica para receber pacientes, e garante que at� o final do m�s todos estar�o com as equipes m�dicas recompostas. “Conseguimos refor�ar o atendimento nas unidades emergenciais e j� aumentamos de R$ 9 mil para R$ 15 mil o sal�rio dos m�dicos. Nas unidades b�sicas tivemos atrasos, j� que � preciso contratar um m�dico de perfil espec�fico e que tenha disponibilidade para atender das 8h �s 17h. J� colocamos an�ncios nos sindicatos e nas r�dios”, pontuou Calixto.

Sucateamento No primeiro m�s da administra��o de Joel Martins (PTB) em Nova Serrana, no Centro-Oeste de Minas, a constata��o � de que ser� preciso mais 60 dias para que os servi�os p�blicos voltem ao normal. H� duas semanas, ele decretou estado de emerg�ncia administrativa e financeira, pedindo um prazo de 90 dias para contratar funcion�rios para limpeza urbana e comprar equipamentos b�sicos sem necessidade de licita��es. A principal dificuldade � conseguir terminar os reparos urgentes em pr�dios p�blicos, especialmente nos postos de sa�de, escolas e no centro administrativo, al�m da renova��o da frota de ve�culos, que estaria sucateada.

Atualmente, o Hospital S�o Jos� est� fechado e, para conseguir atendimento, a popula��o conta com 17 postos de sa�de da fam�lia e uma unidade de pronto atendimento (UPA). “A UPA tem funcionado como hospital e isso tem nos preocupado. � uma �rea preocupante. Estamos nos reunindo com o Minist�rio P�blico para conseguir sanar esses problemas o quanto antes. Acredito que at� abril todos os setores da prefeitura estejam em ordem”, estima.

A coleta de lixo em Santa Luzia está sendo retomada aos poucos(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
A coleta de lixo em Santa Luzia est� sendo retomada aos poucos (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
  Nas ruas, a popula��o parece concordar: a sa�de precisa de aten��o refor�ada nestes primeiros meses do ano. A esposa do gerente de produ��o, Ademiro Jos� Vasconcelos, de 40 anos, teve uma complica��o aos oito meses de gravidez. Sem ter um hospital em funcionamento, ele teve que levar a mulher a Divin�polis. “O beb� nasceu e deu tudo certo. Mas tem muita gente que acaba tendo mais complica��es por causa desse caos da sa�de. N�o sei se o primeiro m�s desse novo prefeito foi bom ou n�o. Mas a sa�de continua terr�vel. Melhor n�o ficar doente por aqui”, avisa.

Tr�s cargos em um J� em Sabar�, na RMBH, normalizar o atendimento de sa�de vai demorar pelo menos um semestre. Isso porque o concurso lan�ado em setembro do ano passado, que prev� a contrata��o de 21 m�dicos e 11 enfermeiros, passou por atrasos e a prova est� marcada para o fim do m�s. Em uma das unidades do Bairro General Carneiro, as fun��es de recepcionista, enfermeira e distribui��o de rem�dios na farm�cia no posto s�o acumuladas por uma pessoa. Segundo a funcion�ria, que n�o quis se identificar, a situa��o se tornou invi�vel desde o fim do ano passado, quando colegas foram demitidos e os sal�rios deixaram de ser pagos.

“Por aqui tem faltado tudo. O material de limpeza praticamente acabou e at� gaze para feridas menores n�s estamos ficando sem. H� uma semana, o porteiro que trabalhava aqui parou de vir e estamos com medo por causa da inseguran�a”, contou ela. Havia falta de m�dicos em outros dois postos ontem. Segundo o secret�rio municipal de sa�de, Rodrigo Leite, os trabalhos para restabelecer os servi�os essenciais est�o em andamento e at� o fim do m�s as equipes estar�o completas, com nomea��es emergenciais. “Pedimos paci�ncia � popula��o, porque encontramos a �rea da sa�de em situa��o complicad�ssima. Conseguimos impedir interrup��es no atendimento. J� aumentamos em mais da metade a cobertura”, garantiu.


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