Bras�lia – A presidenta Dilma Rousseff chegou na madrugada desta sexta-feira a Malabo, na Guin� Equatorial, onde participa da 3ª C�pula de Chefes de Estado e de Governo Am�rica do Sul-�frica (ASA). Dilma tem atividades durante todo o dia, com almo�o, reuni�es e encerramento previsto para as 18h30 (14h30 em Bras�lia). A presidenta viajou acompanhada por v�rios ministros, como Antonio Patriota (Rela��es Exteriores), Helena Chagas (Secretaria de Comunica��o Social) e Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior).
Patriota ressaltou que a soma entre os continentes da Am�rica do Sul e da �frica resultada em um territ�rio de 48 mil quil�metros quadrados, com riqueza de recursos naturais e biodiversidade, al�m de uma popula��o considerada jovem, em um total de 1,4 bilh�o de pessoas. Segundo ele, as duas economias atingem um Produto Interno Bruto (PIB) de mais de US$ 6 trilh�es.
“Hoje, abre-se espa�o para que a voz da Am�rica do Sul e da �frica, como pa�ses em desenvolvimento, seja cada vez mais ouvida. � fundamental aproveitar o momento, promover a discuss�o da necessidade de maior participa��o de nossos pa�ses nos foros da governan�a global”, destacou o chanceler brasileiro.
Patriota reiterou a necessidade de o Conselho de Seguran�a das Na��es Unidas refletir o crescimento exercido pelos pa�ses sul-americanos e africanos. “O Conselho de Seguran�a da ONU reflete uma ordem internacional que n�o existe mais. O conselho n�o tem membros africanos ou sul-americanos no seu n�cleo decis�rio de integrantes permanentes”, disse.
Para o chanceler, “a amplia��o [do conselho], com novos assentos permanentes e n�o permanentes para pa�ses em desenvolvimento, � essencial para torn�-lo mais leg�timo e representativo. "Afinal de contas, juntas, a Am�rica do Sul e a �frica representam 66 pa�ses-membros das Na��es Unidas”, acrescentou.
Patriota aproveitou para defender a candidatura brasileira � dire��o-geral da Organiza��o Mundial do Com�rcio (OMC), por interm�dio do embaixador Roberto de Azev�do. “Na OMC, devemos aproveitar a oportunidade para eleger um novo diretor-geral proveniente de um pa�s em desenvolvimento, preferencialmente da Am�rica do Sul ou da �frica”, disse.
O chanceler lembrou que os continentes est�o empenhados em vencer o que chamou de “desafios comuns”, como a erradica��o da pobreza, a garantia da seguran�a p�blica, a promo��o da competitividade econ�mica e a distribui��o mais equitativa da renda proveniente de recursos naturais.
O interc�mbio comercial entre as duas regi�es aumentou consideravelemente no per�odo de 2002 a 2011. Pelos dados do governo brasileiro, o com�rcio entre o Brasil e a �frica passou de US$ 5 bilh�es, em 2002, para US$ 26,5 bilh�es, em 2012. “Mas � essencial continuar a construir pontes - por meio de linhas mar�timas e a�reas, cabos de fibras �ticas, turismo e encontros culturais - para que haja uma genu�na aproxima��o entre nossas sociedades”, destacou Patriota.
O ministro lembrou ainda a hist�ria que une as duas regi�es: “A verdade � que a �frica civilizou boa parte da Am�rica do Sul, o que faz deste um encontro entre irm�os. No passado, o Atl�ntico Sul foi marcado por s�culos de viola��es sistem�ticas dos direitos humanos em que milh�es de africanos migraram para o nosso continente como escravos”.
Patriota ressaltou que hoje, em contraste com aquele passado atentat�rio � dignidade humana, os dois continentes trabalham para a constru��o de sociedades que conjuguem paz, desenvolvimento sustent�vel e justi�a social, em benef�cio de uma ordem internacional mais democr�tica.