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Estado de Minas

Ponte constru�da h� sete anos no Vale do Jequitinhonha at� hoje n�o foi conclu�da


postado em 24/02/2013 00:12 / atualizado em 24/02/2013 11:40

Paulo Henrique Lobato
Enviado especial


 

Estrutura da ponte na BR-367, rodovia idealizada por JK. Na foto menor, uma das passagens de madeira que são usadas pelos motoristas(foto: Marcos Michelin/EM A Press)
Estrutura da ponte na BR-367, rodovia idealizada por JK. Na foto menor, uma das passagens de madeira que s�o usadas pelos motoristas (foto: Marcos Michelin/EM A Press)
Minas Novas, Berilo e Chapada do Norte – Nem o Vale do Jequitinhonha, regi�o mais carente do estado e uma das mais pobres do pa�s, escapa de servir de cen�rio para imensos monumentos ao desperd�cio. H� sete anos, a imponente ponte de 150 metros sobre o Rio Fanado, que corta as montanhas da cidade hist�rica de Minas Novas, foi erguida, ao custo de R$ 3 milh�es, e ainda n�o tem serventia alguma: a estrutura aguarda a obra de encabe�amento na BR-367, outro exemplo de obra inacabada.

A rodovia liga Diamantina a Porto Seguro (BA) e foi projetada no governo Juscelino Kubitschek (1902-1976), para ajudar no desenvolvimento do Jequitinhonha e – ao mesmo tempo – encurtar o caminho da regi�o ao litoral. Mais de 50 anos depois de o presidente bossa-nova ter governado o pa�s, de 1956 a 1961, a estrada continua com dois longos trechos de terra, de Minas Novas a Virgem da Lapa (60 quil�metros) e de Almenara a Salto da Divisa (60 quil�metros). Por ironia, al�m de abrigar uma ponte de cimento inacabada, a 367 conta tamb�m com cinco estreitas pontes de madeira – as passagens n�o t�m prote��o lateral e j� foram palcos de acidentes.

Envie fotos e relatos de obras inacabadas em sua cidade para o e-mail [email protected]

“A situa��o da ponte de cimento, que custou R$ 3 milh�es, � um desrespeito com a gente. Como ela n�o est� pronta, caminh�es pesados passam pela cidade, abalando a estrutura de pr�dios centen�rios. No fim de janeiro, no encontro de prefeitos com a presidente Dilma Rousseff, estivemos em Bras�lia e representantes do governo federal nos prometeram fazer o encabe�amento”, afirmou o presidente da C�mara Municipal de Minas Novas, Am�rico de F�tima Alves J�nior. A situa��o da ponte e a da estrada chamaram aten��o at� da presidente da Rep�blica. Em 2010, durante a campanha eleitoral, a ent�o candidata do PT esteve na regi�o e prometeu terminar o projeto idealizado por JK.

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) informou que as obras devem come�ar ainda este ano, mas n�o h� previs�o exata para a inaugura��o da ponte e da pavimenta��o dos dois trechos (Minas Novas/Virgem da Lapa e Almenara/Salto da Divisa). A ponte de cimento foi constru�da pelo governo do estado. Mas a obra de encabe�amento precisa ser feita pela Uni�o, respons�vel tamb�m pela pavimenta��o dos trechos de terra. Enquanto isso, moradores de cidades cortadas pelo caminho de terra lamentam o sofrimento. Na �poca de chuva, a lama impede consumidores de irem �s compras em cidades vizinhas. No calor, a vil� � a poeira: o p� levantado por caminh�es e carros atrapalha a vis�o de motoristas.

Em qualquer dia, com barro ou terra seca, os buracos e as lombadas interferem no custo do frete, encarecendo o pre�o final dos produtos. “De Berilo a Ara�ua�, passando por Virgem da Lapa, h� 30 quil�metros de terra. As pessoas preferem dar uma volta de mais de 70 quil�metros para usar o trecho de asfalto. Em raz�o disso, o movimento em meu com�rcio est� fraco. Custa a parar um carro. S� continuo aqui porque crio gado. Do contr�rio, teria sa�do. O asfalto precisa chegar com urg�ncia � BR-367”, reivindica C�sar Alves Soares, dono de uma pequena mercearia �s margens da antiga rodovia, no trecho entre Berilo e Virgem da Lapa.

C�sar n�o esconde a emo��o ao falar da rodovia planejada por JK: “A ponte que havia sobre o C�rrego Barbosa, a cerca de 200 metros do meu com�rcio, foi levada pela chuva em 2004. At� hoje outra n�o foi erguida”. A sorte dos usu�rios da rodovia � que, durante boa parte do ano, devido ao clima semi�rido da regi�o, o leito do c�rrego fica seco. “No per�odo de chuva, por�m, a �gua corre no local”.

O comerciante n�o � o �nico a clamar por asfalto na 367. Dona Ros�ngela Louren�o, que herdou uma mercearia do pai, no munic�pio hist�rico de Chapada do Norte, tamb�m lamenta a falta de investimentos no trecho. “Quando a �gua vem e forma muita lama, muitos de meus clientes, que moram na cidade vizinha de Berilo, n�o v�m para essas bandas, pois o �nibus que percorre o trajeto suspende a viagem”.


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