(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

PT e PSDB se agrediram muito na largada eleitoral


postado em 24/02/2013 00:12 / atualizado em 24/02/2013 07:52

Tereza Cruvinel

Nos rituais da largada eleitoral, na semana passada, PT e PSDB se agrediram muito, mas tinham um objetivo comum: manter a polariza��o rec�proca, que marca a pol�tica brasileira desde 1994. Desta vez, ter�o menor controle sobre essa vari�vel. Mas a corrida de 19 meses agora seguir�, com momentos de maior ou menor acelera��o. Amanh�, o senador A�cio Neves (PSDB-MG) volta ao palco recebendo o ex-presidente Fernando Henrique (PSDB) para o primeiro dos semin�rios mensais que o PSDB far�. Os semin�rios viraram biombos para a campanha antecipada. Na quinta-feira, o ex-presidente Lula e talvez a pr�pria presidente Dilma participam, em Fortaleza, do primeiro dos 13 semin�rios organizados pelo PT, ainda celebrando os 10 anos no poder. No fim de mar�o, come�am os do PSB, denominados “di�logos para o desenvolvimento”. O Rede de Marina Silva tamb�m faz os seus.

Tratemos ent�o de avaliar o que houve e tentar enxergar, at� onde a vista alcan�a, o que est� no horizonte, para uns e para outros. Para o campo governista, a largada cumpriu alguns objetivos. Para come�ar, enterrou o “queremismo” de parte da milit�ncia que sonhava com a volta de Lula. Lan�ando Dilma, ele acabou com isso. Voltou com a performance de grande comunicador, embora a voz j� n�o seja a mesma, e com fome de briga. O PT exibiu unidade e �nimo novo, depois do infort�nio com o mensal�o. Dilma � que, apesar da roupa vermelha e do acento crescentemente eleitoral em seus discursos, precisar� muito de seu treinador, Lula. Como diz um aliado, ela entrou na campanha, mas n�o levou, ainda, sua coaliz�o.

A�cio saiu no lucro, pois n�o precisou nem produzir uma festa. Com o discurso no Senado, ganhou um banho de luz da m�dia, contentou os tucanos que lhe cobravam postura mais agressiva e inibiu os concorrentes internos. Com o semin�rio de amanh� e novas b�n��os de Fernando Henrique, vai tornando sua candidatura natural e inquestion�vel. Mostrou-se afiado para atacar o governo, mas, daqui para a frente, precisar� tamb�m apresentar alternativas.

Por fim, numa evid�ncia de que, desta vez, a polariza��o pode ser efetivamente quebrada, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), embora ainda n�o assuma sua candidatura como os outros, entrou na festa largada a partir de um semin�rio (claro!) com prefeitos no agreste pernambucano. Condenou a antecipa��o e a polariza��o, que chamou de “velha rinha”.

Quest�es que contam

Elei��o n�o � aritm�tica, mas alguns elementos contam muito.

M�quina – Disputar a reelei��o no cargo � uma vantagem avassaladora. Dilma � uma presidente popular, mas isso n�o basta. Seu governo � bem avaliado, em que pese o baixo crescimento da economia. Mesmo assim, a grande m�quina federal conta muito, e o PT aprendeu a us�-la. A�cio contar� com os governos estaduais tucanos, mas Dilma, sem d�vida, leva vantagem.

Coliga��es – A uni�o de muitos partidos determina o tempo de televis�o e passa a ideia de que o candidato � o mais forte, o preferido. Dilma teve o apoio de 10 partidos em 2010, batendo o pr�prio Lula. Deve perder o PSB, mas ganhar� o PSD. Entretanto, ainda precisa acomodar todo mundo no governo, na reforma que vem adiando. A�cio deve reproduzir a alian�a hist�rica do PSDB com o DEM e o PPS. Afora algumas pequenas siglas, a oferta de aliados ser� escassa, o que vale tamb�m para Campos.

Televis�o – Isso � fundamental. Em 2010, Dilma teve 10 minutos em cada edi��o de 25 minutos do hor�rio eleitoral, contra sete minutos de Serra e um minuto e pouco de Marina Silva. Deve ampliar esse tempo, mesmo perdendo o PSB, pois outros partidos cresceram sob o fermento do poder. A�cio e Campos devem ter menos tempo que Serra em 2010.

Palanques estaduais – Candidatos a presidente precisam de palanques estaduais. De bons candidatos a governador e a senador. A antecipa��o nacional est� acelerando os arranjos locais. Como no Rio, onde a base dilmista j� rachou: o PT lan�ou a candidatura de Lindbergh Farias e o governador S�rgio Cabral, do PMDB, lan�ou seu vice, Pez�o. Disputando os outros aliados, os dois partidos anunciam que ter�o Francisco Dornelles, do PP, como candidato a senador. Ele finge que n�o ouve, mas dificilmente romper� com Cabral.

Agendas positivas

Chove l� for a, mas o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), vai dando curso � sua agenda de recupera��o pol�tica da Casa. Depois dos primeiros pontos da reforma administrativa, que economizar� alguns milh�es, e das medidas de transpar�ncia, anunciou provid�ncias legislativas que foram aplaudidas at� por um falc�o advers�rio — Randolfe Rodrigues. O regimento ser� reformado, permitindo sess�es especiais mais longas para debates tem�ticos. Em breve, entra em pauta projeto do pr�prio Senado, exigindo a presta��o de contas anual das ag�ncias reguladoras, essas caixas-pretas. E, ainda, a regulamenta��o do papel constitucional do Senado na formula��o da pol�tica tribut�ria.

Na C�mara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) pensa colocar em vota��o o fim dos 14º e 15º sal�rios dos deputados, que seriam compensados pela equipara��o aos vencimentos dos ministros do STF. Teria sido desaconselhado pelo l�der do PMDB, Eduardo Cunha: essta equipara��o agora s� vai gerar agenda negativa. Na outra Casa, Renan teria avisado que ela n�o ser� votada, para conter o desgaste.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)