
Em meados da d�cada de 1970, foi anunciada a constru��o do Est�dio Municipal de Montes Claros. Passados quase 40 anos, a �nica “jogada” que houve no local foi a presen�a de equipes de filmagens da propaganda pol�tica de diversos candidatos a prefeito, que repetiram a promessa de tocar a obra. At� hoje, o Moc�o se resume a um amontoado de terra ao redor de um buraco no Bairro Santo Ant�nio, num desperd�cio de quase R$ 4 milh�es, em valores atualizados. Esse � mais um dos 326 exemplos de obras inacabadas em 187 munic�pios de Minas Gerais, segundo mostrou o Estado de Minas em reportagens publicadas domingo e segunda-feira. O levantamento foi feito em 2005 Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG) e a Secretaria de Estado de Transportes e Obras P�blicas (Setop), e nesses oito anos nenhum pol�tico foi punido por desperdi�ar dinheiro p�blico.
O atual prefeito de Montes Claros, Ruy Muniz (PRB), que tamb�m prometeu o novo est�dio, durante a campanha eleitoral de 2012, anuncia que agora a obra vai finalmente sair do papel. Um acordo com a Caixa Econ�mica Federal vai garantir recursos para que as os servi�os possam ser reiniciados nos pr�ximos dias, com previs�o de inaugura��o em julho do ano que vem, �poca da Copa do Mundo no Brasil.
Em 2001, no segundo mandato do ex-prefeito Jairo Ata�de (DEM), o governo federal liberou R$ 1,5 milh�o para a constru��o de uma vila ol�mpica em substitui��o ao projeto do est�dio. Por�m, foram executados somente os servi�os de terraplanagem e drenagem e comprada toda a ferragem que seria usada no empreendimento. “O que ocorreu foi que quando as obras estavam em andamento, houve a necessidade de mudar o projeto por causa da entrada em vigor do Estatuto do Torcedor. Por isso, n�o foi poss�vel concluir a vila ol�mpica e o est�dio”, afirma Ata�de.
Logo ap�s deixar a prefeitura, o ex-prefeito foi alvo de uma comiss�o legislativa de inqu�rito (CLI) que teve como objetivo apurar suspeitas de desvio de verbas destinadas ao Moc�o. “Nenhuma irregularidade foi comprovada. O dinheiro que n�o gastamos foi devolvido para a Caixa e a ferragem ficou guardada nos dep�sitos da prefeitura”, sustenta Ata�de. Na gest�o passada, a prefeitura, comandada pelo ex-prefeito Luiz Tadeu Leite, recebeu recursos de emenda federal para investimentos em um est�dio municipal, mas aplicou o dinheiro na constru��o de um outro campo de futebol, no Bairro Jo�o Botelho. O Tribunal de Contas do Estado (TCE) informou que a obra do Moc�o � alvo de auditoria t�cnica do �rg�o, que ainda est� em andamento.
O prefeito Ruy Muniz informou que um entendimento com a Caixa vai permitir a retomada da obra nos pr�ximos dias e inaugurar a primeira etapa – campo, drenagem, alambrado, ilumina��o e arquibancadas com capacidade para 10 mil ou 12 mil pessoas em 3 de julho de 2014. De acordo com Muniz, pelo acordo com a Caixa, a prefeitura vai devolver R$ 448 mil recebidos durante a gest�o do ex-prefeito Jairo Ata�de. O valor corrigido est� hoje em torno de R$ 1,7 milh�o. Outra parte do antigo conv�nio que n�o foi usado est� em torno de R$ 2,2 milh�es em valores atualizados. O est�dio com capacidade para at� 12 mil pessoas custar� R$ 30 milh�es.
'CEMIT�RIO'
Quinta maior cidade do estado, com 370 mil habitantes, Montes Claros virou nos �ltimos anos um “cemit�rio” de obras inacabadas ou abandonadas. Uma das constru��es abandonadas h� mais de 10 anos na cidade � o Parque Florestal da Sapucaia, onde um telef�rico, que seria atra��o tur�stica, hoje apodrece no meio da vegeta��o. O secret�rio-adjunto de Meio Ambiente de Montes Claros, Edvaldo Marques, disse que a prefeitura vai tentar retomar o contrato com a empresa vencedora da licita��o realizada na administra��o anterior para reestruturar o local, aplicando R$ 240 mil recebidos do governo federal. “O dinheiro � pouco, mas d� para come�ar a recuperar o parque”, afirmou Marques. Ele informou que a prefeitura pretende recuperar o telef�rico, mas ainda n�o sabe se ter� como colocar o equipamento para funcionar e estuda possibilidade de terceiriz�-lo.
Hist�rico do Est�dio Municipal de Montes Claros – o Moc�o
Lan�amento
A obra foi lan�ada no in�cio de 1971, com a visita � cidade do ent�o presidente da extinta Confedera��o Brasileira de Desportos (CBD, atual CBF),, almirante Heleno Nunes, o ent�o dirigente da Federa��o Mineira de Futebol (FMF), coronel Jos� Guilherme, e Gil C�sar Moreira de Abreu, que foi o engenheiro do Mineir�o.
Ta�a Jules Rimet
O clima festivo do lan�amento da pedra fundamental da obra incluiu at� visita � cidade da Ta�a Jules Rimet, s�mbolo da conquista do tricampeonato mundial da Sele��o Brasileira na Copa de 1970, no M�xico.
Vila Ol�mpica
EM 2001, o projeto foi abra�ado pelo Minist�rio do Esporte e ampliado para uma Vila Ol�mpica com est�dio, piscina, pista de atletismo, vesti�rios, quadras e alojamentos. Na �poca, no segundo mandato do ex-prefeito Jairo Ata�de (DEM), o governo federal liberou R$ 1,5 milh�o para a constru��o da Vila Ol�mpica. Por�m, foram executados somente os servi�os de terraplanagem e drenagem e comprada toda a ferragem que seria usada no empreendimento.
Perspectiva
Agora, o prefeito de Montes Calros, Ruy Muniz, anuncia que houve um entendimento com a Caixa Econ�mica Federal que, segundo ele, vai permitir a retomada da obra nos pr�ximos dias e inaugurar a primeira etapa – campo, drenagem, alambrado, ilumina��o e arquibancadas com capacidade para 10 mil ou 12 mil pessoas em 3 de julho de 2014. Segundo Muniz, pelo acordo com a Caixa, a prefeitura vai devolver R$ 448 mil recebidos durante a gest�o do ex-prefeito Jairo Ata�de. O valor corrigido est� hoje em torno de R$ 1,7 milh�o. Outra parte do antigo conv�nio que n�o foi usado est� em torno de R$ 2,2 milh�es em valores atualizados. O est�dio com capacidade para at� 12 mil pessoas custar� R$ 30 milh�es. O prefeito diz que tamb�m tem a proposta para firmar um acordo com uma empresa para que seja constru�do um shopping center em terreno ao redor do est�dio, atrav�s de parceria publico-privada, viabilizando recursos para a conclus�o da obra.