Nove dias depois de a presidente Dilma Rousseff lan�ar o "vale-bode" para os agricultores nordestinos afetados pela seca, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, anunciou nesta sexta-feira, em Caruaru, no agreste, o "vale-cana". Prov�vel candidato � Presid�ncia da Rep�blica, o governador tem como principal apelo a sua gest�o no Estado e tem afirmado que o governo federal, do qual � aliado, pode fazer mais.
O vale-bode da presidente Dilma consiste em um programa de retomada do rebanho dizimado pela pior seca dos �ltimos 40 anos no semi�rido. Ela prometeu, em Alagoas, no dia 13 deste m�s, que o governo federal vai recompor o rebanho depois da estiagem, com os agricultores recebendo "a cabrinha" e o "boizinho" perdidos para a seca.
O "vale-cana" de Eduardo, apresentado como a��o pioneira da Opera��o Seca, pretende reduzir a dist�ncia percorrida pelos agricultores da regi�o agreste para comprar ra��o para alimentar o que resta do rebanho. Atualmente os produtores se deslocam at� � zona da mata sul para adquirir cana-de-a��car para os animais.
Quest�o complexa
A ra��o de cana-de-a��car e milho, vinda da Conab, passar� a ser distribu�da por polos nas cidades de Caruaru, Surubim, Arcoverde, Ita�ba, Garanhuns e S�o Bento do Una. Ao todo ser�o distribu�das diariamente 600 toneladas de cana para 63 munic�pios.
"Com essa integra��o, vamos minimizar o pre�o do transporte", disse o governador em visita � unidade de Caruaru, que fica na esta��o Experimental do Instituto Agron�mico de Pernambuco (IPA). O governo do Estado tamb�m vai disponibilizar 15 caminh�es para que os latic�nios e queijarias no agreste fa�am o transporte di�rio de cana, a fim de atender os pequenos criadores rurais, que s�o fornecedores desses estabelecimentos. A estimativa � de que o parque industrial de latic�nios esteja com ociosidade de 60%.
Aguardando a visita da presidente, nesta segunda-feira (25), a Serra Talhada, no sert�o, o governador evitou cr�ticas. Avaliou como positivas as a��es realizadas pelo Governo Federal, no seu discurso. "N�o � simples para o Governo Federal coordenar todo esse contexto e enxergar a realidade da seca", comentou, enfatizando que h� uma s�rie de obras em curso que, se estivessem prontas, fariam grande diferen�a. "Temos que compreender a complexidade dessa quest�o e entender que a responsabilidade � de todos", frisou.