Atento aos rumos da economia brasileira, o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva continua ouvindo as avalia��es do ex-ministro da Casa Civil e da Fazenda Antonio Palocci. Longe da vida partid�ria e dos holofotes do Planalto desde que deixou o governo Dilma Rousseff, em 2011 (ap�s o esc�ndalo envolvendo sua evolu��o patrimonial), Palocci faz parte do time de especialistas que discutem com frequ�ncia a conjuntura econ�mica do Pa�s com o ex-presidente.
Palocci - que ainda circula entre os empres�rios - esteve com Lula na segunda-feira (25), participando como ouvinte de um semin�rio onde o palestrante convidado era o ex-secret�rio de Pol�tica Econ�mica Luiz Gonzaga Belluzzo.
Diante de uma plateia formada pelo l�der do governo e do partido na C�mara, Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Jos� Guimar�es (PT-CE), respectivamente, do l�der do PT no Senado, Wellington Dias (PI), do assessor especial para Assuntos Internacionais da Presid�ncia, Marco Aur�lio Garcia, e de assessores do Instituto Lula, o economista fez uma avalia��o da atual conjuntura � c�pula do PT.
O objetivo era ampliar a base de informa��es dos petistas sobre o assunto, que se tornou ponto central nas discuss�es do ano pr�-eleitoral. Segundo relatos de participantes do encontro, Belluzzo disse que a economia enfrentava dificuldades para crescer, mas que tende a ter uma expans�o "razo�vel" este ano.
Denominados "reuni�es de conjuntura", semin�rios como este s�o organizados pelo Instituto Lula periodicamente e visam discutir temas variados, como pol�tica externa, economia e Am�rica Latina. S�o convidados dirigentes partid�rios, governadores, cientistas pol�ticos, economistas e at� membros do governo.
"N�o � uma reuni�o secreta, mas tamb�m n�o � p�blica", disse um assessor pr�ximo de Lula. Segundo o assessor, as reuni�es n�o s�o divulgadas para n�o causar "ciumeira" nos aliados preteridos.
Assim como Belluzzo, Palocci e outros economistas pr�ximos de Lula, como Delfim Netto, participam "de vez em quando" da "troca de ideias", n�o necessariamente nesse modelo de encontro. "O Palocci �s vezes aparece no Instituto, pois ele � amigo do Lula. O Lula tem sempre conversas como as que fez com o Belluzzo. J� teve com o Delfim Netto, por exemplo", revelou outro assessor. "S�o pessoas que ele preza, ouve e faz isso (conversa) regularmente", completou um terceiro assessor.
Desconfort�veis em falar dos encontros de Lula com Palocci, nenhum dos aliados pr�ximos de Lula quis se identificar. Mesmo com a economia na mira dos bombardeios da oposi��o, eles afirmam que o ex-presidente n�o tem nenhuma preocupa��o espec�fica com o setor.
"N�o h� nenhum sinal amarelo batendo aqui no Lula, n�o", afirmou um aliado. "Ele est� atento (� quest�o econ�mica), mas tem uma avalia��o benigna da gest�o da Dilma porque ela estava acompanhando o governo antes e ela sabe o que est� fazendo", completou um participante do encontro.
Avalia��o
Durante o encontro na segunda-feira, Lula disse aos aliados que n�o est� preocupado com a poss�vel candidatura presidencial do governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) e que, diante das pesquisas eleitorais favor�veis � reelei��o da presidente Dilma Rousseff, deve-se evitar o "salto alto". De acordo com um dos participantes da reuni�o, a orienta��o de Lula � focar este ano na resolu��o dos grandes problemas do Pa�s.
Tamb�m foi apresentada aos participantes uma pesquisa encomendada pelo PT em que 85% dos entrevistados disseram que a vida melhorou em dez anos de governo petista. O levantamento mostrou que a percep��o na �rea de Educa��o melhorou, diferentemente das �reas da Sa�de e Seguran�a P�blica, que devem concentrar os esfor�os do governo nos pr�ximos meses.
O ex-presidente comentou a repercuss�o das suas viagens patrocinadas por empreiteiras ao continente africano. "Ele acha que, no que puder ajudar, ele vai ajudar com a imagem que ele tem. Ele quer ajudar a abrir portas", contou um petista.