Cidade do Vaticano – A contraofensiva � miss�o do cardeal dom Paulo Evaristo Arns para influenciar o Vaticano a combater as ditaduras foi encabe�ada pelo secret�rio-geral da Celam, Alfonso L�pez Trujillo, bispo auxiliar de Bogot� e conhecido por seu conservadorismo. Sua meta era usar o evento para combater o que chamava de "marxiza��o da Igreja" e, principalmente, os defensores da Teologia da Liberta��o.
Em Roma, fontes confirmam que Trujillo impediria a ida a Puebla de bispos ligados a essa tend�ncia e ainda enviaria a cada participante livros como Cristianismo e Marxismo, de G. Cottier, e estudos sobre seguran�a nacional. O pr�prio Jo�o Paulo II – conhecido por sua posi��o anticomunista – colocaria seu peso na defesa da vis�o de Trujillo.
Para tratar dos regimes militares, a Igreja preferiu refer�ncias indiretas. O texto tamb�m destacou as "ang�stias em tantas fam�lias pelo desaparecimento de seus seres queridos, dos quais n�o podem ter not�cia alguma".
Mas o documento tamb�m trouxe fortes cr�ticas contra os dissidentes, principalmente aqueles que haviam recorrido �s armas. A declara��o final de Puebla condenaria as "ang�stias pela viol�ncia da guerrilha, do terrorismo e dos sequestros realizados por extremismos de distintos signos que igualmente comprometem a conviv�ncia social".
Com 91 anos, Arns – arcebispo em�rito de S�o Paulo – leva desde 2007 uma vida reclusa e dedicada �s ora��es no convento das Irm�s Franciscanas da A��o Pastoral, em Tabo�o da Serra.