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Estado de Minas

Dom Arns foi ao Vaticano contra ditaduras


postado em 31/03/2013 06:00 / atualizado em 31/03/2013 08:01

Cidade do Vaticano – Documentos diplom�ticos mantidos em arquivos de embaixadas na Santa S� revelam que a Organiza��o das Na��es Unidas (ONU) contou com os esfor�os do cardeal dom Paulo Evaristo Arns na tentativa de influenciar o papa Paulo VI e a C�ria no Vaticano para que a Igreja fizesse cr�ticas aos regimes militares sul-americanos nos anos 1970.

Os documentos refor�am as indica��es de que Arns, que completa na quarta-feira 40 anos como cardeal, atuou em coopera��o com ativistas de direitos humanos, exilados e com a ONU para levar � c�pula do Vaticano alertas sobre os regimes militares no Cone Sul. J� se sabia que o cardeal havia atuado para buscar financiamento externo a fim de coletar de informa��es sobre a tortura no Brasil. Os novos documentos mantidos em Roma apontam, agora, que Arns tamb�m aceitou uma proposta da ONU e de �rg�os de direitos humanos para levar aos demais cardeais e ao pr�prio papa uma posi��o cr�tica em rela��o �s ditaduras sul-americanas.

Um dos principais focos da ofensiva nos bastidores era a Confer�ncia Episcopal Latino-Americana (Celam) que o papa Paulo VI tinha convocado para outubro de 1978, auge da repress�o em diversos pa�ses da regi�o. O evento, que estabeleceria uma linha para a Igreja na regi�o e contaria com a presen�a do papa e do alto clero, acabaria ocorrendo apenas em 1979. Paulo VI morreu em 1978 e seu sucessor, Jo�o Paulo I, ficou apenas 33 dias no cargo, falecendo e abrindo um novo per�odo de transi��o na Igreja. Em 15 de outubro daquele mesmo ano, Karol Wojtyla foi eleito e o evento de Puebla (M�xico) foi confirmado para o ano seguinte.

Um dos documentos mantidos em sigilo revela uma reuni�o entre uma miss�o da ONU e Arns, em 6 de janeiro de 1978, em S�o Paulo. Do encontro participou o bispo uruguaio Marcelo Mendiharat, exilado no Brasil por causa da persegui��o em seu pa�s. O objetivo da reuni�o era propor que nos encontros preparat�rios para Puebla os dois religiosos levassem uma proposta de texto que, no fundo, seria redigido pela ONU. "Sondei o terreno com dom. Paulo (a delega��o brasileira ter� entre 40 e 53 bispos entre os 350 em Puebla) e Mendiharat e os dois est�o dispostos a apresentar como seus um texto que n�s lhes ofereceremos", escreveu em 17 de janeiro de 1978 um dos representantes da ONU ao resumir a reuni�o.

Arns, num primeiro est�gio, levaria o texto redigido pela ONU � Confer�ncia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em abril daquele ano para sua aprova��o, como se fosse de sua autoria. "O clero liberal contatado se responsabilizar� em mobilizar as confer�ncias episcopais nacionais onde os textos adotados pelas assembleias ir�o em discuss�o em Puebla depois das reuni�es de trabalho", indicou a ONU.

Segundo o documento, a miss�o sugeria que outros funcion�rios das Na��es Unidas buscassem contatos com cardeais que seguiam a mesma tend�ncia de Arns pela Am�rica Latina para que adotassem uma posi��o semelhante, criando uma rede do alto clero capaz de for�ar a aprova��o de um texto de cr�tica � situa��o latino-americana. Essa lista inclu�a Ricardo Dur�n Flores de Callao, bispo auxiliar de Lima, o cardeal de Quito, Paulo Munoz, e o arcebispo de La Paz, Manrique.


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