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Estado de Minas

Oposi��o na Associa��o Brasileira de Imprensa espera liminar para concorrer � elei��o


postado em 08/04/2013 18:52 / atualizado em 08/04/2013 19:12

Rio, 08 - Representantes da chapa Vladimir Herzog, de oposi��o � atual diretoria da Associa��o Brasileira de Imprensa (ABI), esperam a concess�o, pela 8.ª Vara C�vel do Rio, de uma liminar que lhes permita concorrer �s elei��es para a entidade. Eles entraram na Justi�a para adiar o pleito, marcado para o dia 26, depois de n�o conseguir se registrar para concorrer no processo eleitoral da institui��o, um dos pilares da luta pela redemocratiza��o no Brasil nos anos 1970 e in�cio dos 1980, mas que se tornou centro de uma pol�mica marcada por acusa��es de m� gest�o, cal�nia e, ironicamente, comportamento antidemocr�tico. Somente a chapa encabe�ada pelo atual presidente, Maur�cio Az�do, no terceiro mandato, obteve registro. Os oposicionistas pedem novo prazo - e novas condi��es, que considerem justas - para entrar na disputa.

"Um bando de oportunistas", classificou Az�do, que tenta novo mandato de tr�s anos para comandar a ABI, que tem 3 mil s�cios e um or�amento anual de R$ 3 milh�es, e cuja sede, um pr�dio da d�cada de 1930 na Rua Ara�jo Porto Alegre, � o principal patrim�nio da associa��o. A chapa da oposi��o, que tem como candidato a presidente Domingos Meirelles, diretor financeiro dissidente da atual diretoria, por�m, contesta as acusa��es de oportunismo e faz acusa��es ao presidente da ABI.

De acordo com o ex-diretor Paulo Ger�nimo de Souza, mais conhecido como Pag�, que pretende concorrer ao posto de diretor financeiro pela Vladimir Herzog, a ABI enfrenta na Justi�a 25 execu��es fiscais, por d�vidas com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e Impostos de Renda (IR) e Predial e Territorial Urbano (IPTU). Tr�s andares e duas lojas da sede est�o penhorados, disse. Pag� tamb�m acusa Az�do de n�o reunir a diretoria h� anos, n�o prestar contas a ningu�m e delegar a administra��o � mulher, Maria Ilka. O ex-diretor tamb�m afirma que o presidente da ABI tornou imposs�vel o registro dos oposicionistas porque, ao mesmo tempo, exigiu o cumprimento do dispositivo estatut�rio que obriga que todos os candidatos estejam em dia com as mensalidades, mas deu f�rias ao funcion�rio encarregado das cobran�as, e os boletos n�o s�o emitidos, nem enviados pelo correio, aos s�cios que contestam a atual administra��o. "Quando cobrado, o Az�do esperneia, xinga", disse. "N�o se consegue dialogar com ele." A oposi��o pede � Justi�a o cancelamento da elei��o e a abertura de novos prazos para que possa concorrer.

Contesta��o

Az�do acusa os oposicionistas de "difama��o" e nega que a entidade esteja em dificuldades financeiras. "N�o � verdade. S�o informa��es erradas. A ABI est� com todas as obriga��es em dia, tem saldo em tr�s bancos: Ita�, Bradesco e Banco do Brasil. E est� desenvolvendo um programa de obras sem necessidade de contribui��es extras." Ele afirmou ainda que a penhora dos andares e lojas "� not�cia atrasada" porque ocorreu em 2008. Os bens foram apresentados para serem penhorados para que a institui��o pudesse contestar na Justi�a a cobran�a de d�vidas com o INSS, geradas pelo fim da isen��o da contribui��o patronal, a que tinha direito, decretada no fim do governo Fernando Henrique Cardoso. A d�vida, de R$ 3,238 milh�es, j� foi reduzida para R$ 1,606 milh�o, disse. Az�do tamb�m contesta que haja outras d�vidas.

"A ABI tem imunidade tribut�ria na Constitui��o", afirmou. O atual presidente da ABI tamb�m afirmou ser "uma cal�nia de car�ter puramente eleitoral" a acusa��o de n�o ter promovido reuni�es da diretoria. "N�o tem havido reuni�o porque tr�s diretores ligados � oposi��o n�o comparecem", disse, afirmando que os dirigentes s�o chamados por telegrama e n�o v�o. Az�do tamb�m declarou que o funcion�rio da tesouraria encarregado de receber as mensalidades entrou de f�rias porque entrou em seu per�odo aquisitivo, mas disse que os boletos est�o sendo emitidos normalmente. "� s� pegar e ir ao banco pagar." A oposi��o n�o p�de registrar a chapa porque, al�m de inadimplentes, tinha candidatos que n�o eram s�cios da entidade, declarou. Sua mulher, disse, apenas lhe d� "ajuda para enfrentar os problemas da ABI".

Passado

A briga de chapas na ABI, que lembra disputas de sindicatos pequenos e de agenda puramente econ�mica, contrasta com um passado de envolvimento em lutas pela democracia no Brasil praticamente desde a sua funda��o, em 1908. Durante o regime de 1964-85, essa postura transformou a entidade em alvo de grupos anticomunistas. Em 1976, uma bomba, detonada presumivelmente por agentes da repress�o pol�tica, explodiu em sua sede. At� a redemocratiza��o, a ABI esteve na vanguarda de movimentos como a campanha das Diretas-J�, em 1984, que exigiu a restaura��o do regime democr�tico e elei��es diretas para presidente da Rep�blica. Com a democracia, por�m, seu peso pol�tico foi diminuindo, enquanto outras entidades, como partidos pol�ticos e centrais sindicais, surgiam e se fortaleciam no campo pol�tico.

A ABI viveu um de seus derradeiros momentos de destaque em 1992, quando seu ent�o presidente, Barbosa Lima Sobrinho, assinou, com o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcelo Laven�re Machado, o pedido de impeachment do presidente Fernando Collor. Em anos mais recentes, sua import�ncia minguou drasticamente, situa��o que Az�do n�o reconhece. "N�o acho que a ABI perdeu peso. H� menos de meia hora recebi um telefonema do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), nos convidando para integrar o Conselho de Transpar�ncia P�blica do Senado, ao lado do Instituto Ethos e da Transpar�ncia Brasil", disse.


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