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Estado de Minas

C�mara dos Deputados � front na batalha da intoler�ncia

Grupos se enfrentam todas as quartas-feiras nas sess�es da Comiss�o de Direitos Humanos


postado em 14/04/2013 00:12 / atualizado em 14/04/2013 07:38

Bras�lia – Desde o in�cio de mar�o, quando Marco Feliciano (PSC-SP) foi escolhido por seu partido para comandar a Comiss�o de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da C�mara dos Deputados, as quartas-feiras t�m sido dias de tens�o, correria e muito barulho na Casa. Quando o colegiado vai se reunir, os corredores do Parlamento transformam-se em territ�rio de embates entre manifestantes que participam de protestos contra e a favor do pastor. De um lado est�o estudantes, homossexuais, negros e at� funcion�rios p�blicos que querem a derrubada de Feliciano. De outro, evang�licos que se organizam em caravanas para defend�-lo com a B�blia nas m�os.

Quando a crise se instalou, somente alguns ativistas dos direitos humanos apareciam com cartazes e faixas pedindo a sa�da do presidente da CDHM. Aos poucos, os protestos come�aram a ganhar corpo, com a indispens�vel ajuda das redes sociais. Representantes de grupos j� organizados de religi�es afrobrasileiras e movimentos LGBTT (gays, bissexuais, travestis, transexuais e transg�neros) reuniam-se na C�mara com estudantes da Universidade de Bras�lia (UnB) que estavam de f�rias. O encontro cont�nuo gerou a necessidade de criar grupos espec�ficos para debater o tema. Surgiram, assim, os movimentos N�o me Representa e Vou Tirar Voc� Desse Lugar, que se re�nem toda semana para organizar novas manifesta��es. Alguns, por�m, n�o se encaixam em nenhum desses r�tulos. “Defendo todas as minorias e n�o quero ver nesse posto algu�m que diz tantas barbaridades”, comenta a psic�loga Melissa Viana, 32 anos, que � branca, heterossexual e n�o integra um movimento espec�fico.

At� crian�as

Nas �ltimas semanas, o plen�rio de reuni�es da CDHM come�ou a ser tomado tamb�m por evang�licos que querem manter Feliciano no comando. Geralmente liderados por um pastor da Assembleia de Deus, eles chegam mais cedo, discretos e, de certa forma, ariscos, e ocupam os primeiros lugares da sala antes que a sess�o seja fechada. N�o gostam de dar entrevistas ou divulgar o pr�prio nome. � medida que tamb�m se viram barrados nas sess�es, foram obrigados a dividir o corredor com os demais ativistas. Aumentaram em n�mero e levaram at� crian�as para os protestos. Reagiram �s provoca��es tamb�m aos gritos, com frases quase sempre destacando a palavra “fam�lia”. Um deles chegou a ser detido ao chutar o grupo advers�rio.

Gritos de ordem com o j� famoso “Feliciano n�o me representa” se misturam a hinos da Igreja Evang�lica. Roupas coloridas, piercings, cabelos de cortes modernos e bandeiras contra ternos e saias de tons s�brios, discri��o, cabelos longos e exibi��o de B�blias. Todos garantem que participam dos protestos espontaneamente, sem serem pagos para isso, e que conseguiram folgas ou f�rias regulares para marcar presen�a na C�mara semanalmente em pleno hor�rio de expediente.

Tiroteios


28 de fevereiro
O PSC anuncia a indica��o do deputado e pastor Marco Feliciano (SP) para a Presid�ncia da Comiss�o de Direitos Humanos e Minorias (CDHM). Em 2011, ele escreveu no twitter que o amor entre pessoas do mesmo sexo levava “ao �dio, ao crime e � rejei��o” e que os descendentes de africanos s�o “amaldi�oados”.

7 de mar�o
Feliciano � eleito para a Presid�ncia da CDHM

9 de mar�o
Militantes em Bras�lia, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre, Curitiba e Florian�polis fazem manifesta��es para mostrar descontentamento com a elei��o de Feliciano.

13 de mar�o
Feliciano preside sua primeira sess�o na Comiss�o de Direitos Humanos, em meio a muitos protestos no Congresso. Centenas de militantes foram ao plen�rio da comiss�o. Parlamentares contr�rios a Feliciano abandonaram a reuni�o e alguns quase sa�ram no tapa.

20 de mar�o
Em sua segunda sess�o na Comiss�o de Direitos Humanos, Feliciano abandona a reuni�o depois de apenas oito minutos. Mais uma vez, militantes gritam palavras de ordem contra o pastor e pedem a sua ren�ncia.

27 de mar�o
Feliciano manda prender manifestante que, durante audi�ncia p�blica, o teria chamado de racista.

29 de mar�o
Durante culto em Passos (MG), Feliciano diz que a Comiss�o de Direitos Humanos, antes de ser presidida por ele, era “dominada por Satan�s”.

1º abril
A vice-presidente da CDH, Ant�nia L�cia (PSC-AC), se ofende com a declara��o, amea�a deixar o cargo, mas depois desiste.

2 de abril
A deputada Iriny Lopes (PT-ES) apresenta � Mesa Diretora da C�mara pedido de abertura de processo disciplinar contra Feliciano.

3 de abril
Feliciano decide fechar as reuni�es da Comiss�o de Direitos Humanos.

5 de abril
Feliciano presta depoimento ao STF, em rela��o � a��o penal a que responde por estelionato.

11 de abril
O procurador-geral da Rep�blica, Roberto Gurgel, apresenta nova representa��o contra Feliciano no STF, pela contrata��o de assessores que n�o trabalhariam no gabinete dele, mas em igreja evang�lica.


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