Relat�rio da Opera��o Fratelli, desencadeada na semana passada pela Pol�cia Federal e pelo Minist�rio P�blico, mostra que o grupo acusado de fraudar licita��es em prefeituras da regi�o noroeste do interior paulista cita o uso de emendas do deputado e l�der do governo Dilma Rousseff na C�mara, Arlindo Chinaglia (PT). Os documentos transcrevem telefonemas de Gilberto da Silva, o Formiga, apontado como “lobista do PT” na regi�o de S�o Jos� do Rio Preto. Frequentemente, ele faz men��o a Chinaglia e declara o apoio que teria prestado a dois ex-assessores do parlamentar petista, candidatos em 2012 na elei��o municipal de Ilha Solteira, cidade do interior.
O relat�rio da opera��o tamb�m cita outro deputado do PT, Jos� Mentor (SP). Segundo a investiga��o, ele � pr�ximo de um dos integrantes do grupo sob investiga��o, Jair �merson Silva, o Miudinho. Mentor recebeu doa��o de R$ 550 mil, na campanha de 2010 da empreiteira Demop, controlada pelo empres�rio Ol�vio Scamatti, denunciado como chefe da quadrilha que se infiltrou na gest�o de 78 prefeituras.
Um grampo de 1.º de outubro, �s 16h30, pegou Gilberto contando a um aliado sobre suposto encontro com Chinaglia e Toninho do PT, ex-assessor do petista por oito anos que foi eleito vereador de Ilha Solteira. “Deixa eu falar um neg�cio para voc�, o Toninho e o Arlindo estiveram comigo s�bado � tarde, rapaz do c�u, se voc� v� o que ele tem do ch�o preto, j� t� tudo na m�o, � pra colocar, ele tem uns compromissos.”
No dia seguinte, �s 9h46, Gilberto caiu no grampo com “Roberto”, de Mirassol�ndia. Ele diz que se reuniu com Toninho do PT. “Ele (Toninho) disse que d� para p�r um monte de recurso l�.” Gilberto completa que “a gente tem um monte de prefeitura na m�o” e diz que possui “estrutura f�sica e jur�dica, acesso em Bras�lia”. Afirma que no fim de semana “carregou o Arlindo para todo lugar na regi�o”. “O Arlindo vai ter cinquenta milh�es de reais em emendas extraparlamentares prometidos pela presidente Dilma porque ele � l�der dela na C�mara dos Deputados”, diz o lobista. “Isso d� pra colocar num monte de cidade.” Ele relata que “o deputado lhe falou que em cidade pequena pode ser colocada emenda de R$ 130 mil ou at� R$ 140 mil e da� foge de licita��o”. “D� pra arrumar em um monte de lugar vai ser poss�vel arrumar as emendas.”
“Gilberto Formiga presta servi�os a Ol�vio Scamatti, especialmente no que tange aproxima��o do empreiteiro a diversas administra��es municipais, por meio de financiamento de campanhas eleitorais ou mesmo na intermedia��o de libera��o de emendas parlamentares atrav�s de sua atua��o como lobista do PT”, assinala um trecho dos autos da Fratelli, datado de 20 de setembro de 2012. “� consect�rio l�gico que as emendas provisionadas aos munic�pios constituir�o o refor�o financeiro, a posteriori, dos empres�rios que financiaram, �s escuras, campanhas eleitorais.” Segundo a opera��o, Gilberto “� um h�bil articulador nos bastidores da administra��o p�blica”.
Al�m dos deputados petistas, o chefe da Casa Civil do governador Geraldo Alckmin (PSDB), Edson Aparecido, tamb�m � citado pelo relat�rio da opera��o. Ele mant�m estreita liga��o com empreiteiro da Demop, apontado como chefe da quadrilha. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.