Rio, 22 - Representantes da chapa Vladimir Herzog, de oposi��o � atual diretoria da Associa��o Brasileira de Imprensa (ABI), v�o � Justi�a para tentar impugnar a chapa advers�ria, Prudente de Morais, encabe�ada pelo atual presidente e candidato � reelei��o pela terceira vez, Maur�cio Az�do. Diretor financeiro da chapa oposicionista, Paulo Jer�nimo de Sousa, mais conhecido como "Pag�" acusa Az�do de ter usado um cheque pessoal para quitar d�bitos de 17 s�cios que integram a Prudente de Morais, entre eles Arcanjo Ant�nio Lopes do Nascimento, mais conhecido como Tim Lopes, jornalista da Rede Globo de Televis�o assassinado em 2002 por traficantes do Complexo do Alem�o, zona norte do Rio.
"A inten��o do Az�do era, na verdade, quitar os d�bitos de Miro Lopes, irm�o de Tim, que integra a chapa dele. Mas na pressa, acabou escrevendo o nome do falecido Tim. Desta forma, Miro continua inadimplente, e a Prudente de Morais tem de ser impugnada pelo mesmo motivo que a Vladimir Herzog foi impedida de concorrer. � o caso do malandro que se perde na pr�pria malandragem", afirmou "Pag�".
Procurado pela reportagem, Az�do disse que o Regimento Eleitoral permite a substitui��o de membros das chapas. Az�do tamb�m prometeu que denunciar� "Pag�" e Domingos Meirelles, presidente da Vladimir Herzog, � Delegacia de Repress�o aos Crimes de Inform�tica (DRCI) da Pol�cia Civil do Rio, na quinta-feira (25). "Os senhores Pag� e Domingos Meirelles est�o cometendo um crime porque pegaram um cheque meu, de maneira irregular e com a coniv�ncia de funcion�rios da ABI, e puseram na internet com objetivos escusos", disse Az�do, que preside a entidade desde 2004.
O pleito para presid�ncia da ABI, marcado para sexta-feira (26), est� sub judice: a 8.ª Vara C�vel do Rio negou na semana passada pedido da Vladimir Herzog para adiar liminarmente a elei��o por suspeitas de irregularidades, mas estabeleceu que o resultado s� ser� homologado ap�s a an�lise do m�rito da quest�o. A a��o foi interposta ap�s a "Vladimir Herzog" ter sido impugnada pela comiss�o eleitoral por ter, entre os membros, s�cios inadimplentes com a ABI.
Mem�ria
A briga de chapas na ABI contrasta com um passado de envolvimento em lutas pela democracia no Brasil praticamente desde a funda��o, em 1908. Durante a ditadura militar (1964-1985), essa postura transformou a entidade em alvo de grupos anticomunistas. Em 1976, uma bomba, supostamente detonada por agentes da repress�o pol�tica, explodiu em sua sede. At� a redemocratiza��o, a ABI liderou movimentos como a campanha das Diretas-J�, em 1984, que exigiu elei��es diretas para presidente da Rep�blica. Com a democracia, por�m, seu peso pol�tico foi diminuindo, enquanto outras entidades, como partidos pol�ticos e centrais sindicais, surgiam e se fortaleciam no campo pol�tico. A ABI viveu um de seus derradeiros momentos de destaque em 1992, quando seu ent�o presidente, Barbosa Lima Sobrinho, assinou, com o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcelo Laven�re Machado, o pedido de impeachment do presidente Fernando Collor.