A presidente Dilma Rousseff decidiu nessa ter�a-feira prorrogar at� dezembro de 2014 os trabalhos da Comiss�o Nacional da Verdade, que investiga crimes pol�ticos cometidos por agentes do Estado entre 1946 e 1988. Hoje completa-se um ano da instala��o do grupo que atuaria, a princ�pio, por dois anos e encerraria sua pesquisa em maio do ano que vem. Em encontro no Pal�cio do Planalto com cinco dos seis membros da comiss�o, Dilma disse ter recebido pedidos de entidades estudantis para prorrogar as investiga��es.
A avalia��o da presidente � que a "publicidade" dos depoimentos de agentes influentes como Ustra � importante para o esclarecimento do que ocorreu nos por�es da ditadura. � comiss�o, Ustra, um torturador reconhecido pela Justi�a de S�o Paulo desde 2008, tentou reduzir o impacto das perguntas sobre as mortes e torturas que lhe s�o atribu�das, muitas delas reconhecidas pelos tribunais, usando a estrat�gia midi�tica de atacar a trajet�ria de Dilma em grupos guerrilheiros. N�o h� registros de que Dilma tenha sido investigada pelo torturador na �poca ou tenha ficado presa em unidades chefiadas por ele.
No encontro de ontem, os integrantes da comiss�o anteciparam para a presidente resultados de um levantamento do primeiro ano, que ser� apresentado ao p�blico no dia 21. O coordenador do grupo, Paulo S�rgio Pinheiro, avaliou que o novo prazo permitir� ouvir um n�mero maior de agentes da repress�o e uma an�lise da grande quantidade de documentos oficiais. Um dos entraves das investiga��es � a negativa das For�as Armadas em abrir os arquivos secretos dos tr�s centros de intelig�ncia – Cenimar (Marinha), Ciex (Ex�rcito) e Cisa (Aeron�utica). Em tom diplom�tico, Pinheiro disse que existe um "di�logo construtivo" com os militares.