Bras�lia - As For�as Armadas continuam desafiando as investiga��es de crimes cometidos por agentes de estado no per�odo da ditadura militar, segundo a nova coordenadora da Comiss�o Nacional da Verdade, Rosa Maria Cardoso. A advogada, que defendeu a presidente Dilma Rousseff e outros perseguidos pol�ticos na �poca do regime militar, anunciou tamb�m que tentar� novos “caminhos” para ter acesso aos arquivos da repress�o.
A comiss�o completa nesta quinta-feira um ano de funcionamento sem conseguir acesso a valiosos arquivos da repress�o. O grupo encarregado de investigar crimes do Estado teve sua entrada barrada pelas For�as Armadas nas depend�ncias do CISA, CIEX e Cenimar - os centros de intelig�ncia da Aeron�utica, Ex�rcito e Marinha que organizavam as opera��es de combate a grupos armados nas cidades e nas �reas rurais.
A advogada, que assume nesta sexta-feira a fun��o da coordenadora da comiss�o, n�o adiantou quais caminhos a comiss�o usar� para chegar aos documentos. Uma das possibilidades seria esgotar todas as estrat�gias legais para entrar nas salas dos centros de intelig�ncia. Reservadamente, j� se chegou a discutir um pedido legal de busca e apreens�o.
Legisla��o
A Lei 12.528, que criou a comiss�o, destaca que o grupo pode requerer ao Judici�rio acesso �s informa��es. A mesma lei ressalta que � “dever dos servidores e dos militares colaborar com a comiss�o”.
A comiss�o j� tentou de diferentes maneiras convencer os comandos militares a cumprir a determina��o. Em junho do ano passado, o ministro da Defesa, Celso Amorim, chegou a sinalizar, em entrevista - tendo ao lado de membros da comiss�o -, que as For�as Armadas cumpririam a lei e abririam os arquivos dos centros de intelig�ncia. “A lei diz que n�s temos todo o dever de cooperar. Em termos gerais, tudo estar� aberto”, disse na ocasi�o o ministro.