(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas O GUERRILHEIRO ROMPE O SIL�NCIO

Calado desde a abertura e �s v�speras de ser julgado, Wellington Diniz conta sua hist�ria de luta contra a ditadura

Diniz assaltou, foi acusado de assassinatos, preso, torturado, exilado, foi seguran�a de Lamarca e Fidel e fez cinema com Rosselini. Ele rompe o sil�ncio �s v�speras de ser julgado em BH pela Comiss�o de Anistia do Minist�rio da Justi�a


postado em 19/05/2013 07:30 / atualizado em 19/05/2013 10:27

Daniel Camargos

'Teve um embate e eu estava presente. A Dilma tinha a convicção dela, que era uma visão mais antimilitar. E nós tínhamos uma visão mais militar. A Dilma acusou o Lamarca de não ter sustentação teórica. Houve tensão, as discussões foram sérias, mas nunca chegou às vias de fato'(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
'Teve um embate e eu estava presente. A Dilma tinha a convic��o dela, que era uma vis�o mais antimilitar. E n�s t�nhamos uma vis�o mais militar. A Dilma acusou o Lamarca de n�o ter sustenta��o te�rica. Houve tens�o, as discuss�es foram s�rias, mas nunca chegou �s vias de fato' (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)

Quem observa o senhor franzino, de 66 anos, morador do Bairro Carmo, em Sete Lagoas, � incapaz de imaginar o peso da hist�ria que ele carrega. Wellington Moreira Diniz lutou contra a ditadura militar no Brasil, participou de a��es armadas em bancos e quart�is para abastecer organiza��es como Colina, Var-Palmares e VPR com armas e dinheiro; foi respons�vel pela seguran�a do �cone da resist�ncia, o capit�o Carlos Lamarca, e presenciou a jovem Dilma Rousseff, ent�o com 21 anos, discutir asperamente com Lamarca. Fez ainda parte do grupo que roubou US$ 2,598 milh�es (R$ 15 milh�es atualmente) do cofre da amante do pol�tico Adhemar de Barros; foi preso e cruelmente torturado, depois libertado em troca do embaixador su��o que havia sido sequestrado por seus companheiros. Exilado no Chile, foi seguran�a do ent�o presidente cubano, Fidel Castro, quando este visitou o pa�s governado por Salvador Allende, em 1971. Trabalhou ainda como assistente em produ��es do diretor de cinema chileno Miguel Litt�n e do italiano Roberto Rosselini e lutou pela independ�ncia de Angola, participando da tomada do aeroporto na capital.

At� a quarta-feira da semana passada, Wellington nunca havia contado sua trajet�ria. Em um depoimento de quase tr�s horas, ele revelou ao Estado de Minas detalhes da sua biografia. Acusado de 38 assaltos, entre bancos, quart�is e autom�veis, e de ter matado 12 pessoas em a��es de resist�ncia � ditadura, ele ser� julgado na pr�xima sexta-feira pela Comiss�o de Anistia, do Minist�rio da Justi�a. O deputado federal e ex-ministro dos Direitos Humanos Nilm�rio Miranda (PT-MG) ser� o relator do processo de Wellington e destaca: “A anistia n�o discrimina luta armada e luta pac�fica. Em uma situa��o de ditadura � considerado l�cito que os militantes peguem em armas”.

“Se eu era bravo? Bravo � boi. Eu seguia as necessidades do momento”, entende Wellington. A ficha do Servi�o Nacional de Informa��es (SNI) imputa 38 a��es, mas ele garante ter participado de 45. Sobre as 12 mortes de que � acusado, garante n�o ser realidade. “Sempre atirei para cima. Se algu�m trombou na bala n�o � problema meu”, ironiza. Um dos apelidos que recebia dos companheiros e tamb�m dos militares era 90. Uma alus�o �s duas pistolas .45 que sempre carregava na cintura durante as a��es. Outro apelido – que ele n�o gosta, ali�s – era “John Wayne da guerrilha”. “Isso � folclore”, rebate.

Distante da �poca el�trica, quando vivia entre um aparelho e outro e chegou a assaltar tr�s bancos no mesmo dia, sendo um no Rio de Janeiro e outros dois em S�o Paulo, Wellington recita sua vida como se estivesse contando para si pr�prio. Em quase tr�s horas de depoimento, fumou 18 cigarros, bebeu mais de uma garrafa de caf� - sem a��car - e fez longas pausas. “Existem as pessoas que passam pela hist�ria e as pessoas que fazem a hist�ria. Foi uma op��o de vida fazer hist�ria”, conclui, deixando o cigarro queimar at� o filtro.


» O IN�CIO
Wellington nasceu em Belo Horizonte, no Bairro Nova Su��a, filho de pai comerciante e m�e dona de casa. Come�ou a milit�ncia pol�tica na escola t�cnica industrial e logo depois integrou a A��o Popular (AP). Foi preso em 1968. “Foi um esc�ndalo. Eu morava com meus pais e fui levado de cueca para o CPOR”, lembra. Foi interrogado, mas como n�o entregava nada seguiu preso. “Nesse tempo a tortura n�o era institucionalizada. Era s� pancadaria. Eles batiam muito com cacetete de borracha”, detalha.

Recebia toda semana a visita dos pais e, para n�o assust�-los, dizia que estava bem e se sentia em uma col�nia de f�rias. Certo dia, durante a visita, um coronel mandou que ele tirasse a camisa. Wellington resistiu, mas foi agarrado. “Meu pai viu como eu estava, porque o cacetete de borracha deixa lanhos na pessoa”, lembra. O coronel levou o pai dele para outra sala e teve uma conversa reservada. No dia seguinte, o pai de Wellington, Nereu Diniz, ent�o com 46 anos, foi internado em um hospital e morreu de problemas card�acos. “Meu pai n�o tinha nenhuma milit�ncia, n�o era ligado a nenhum partido pol�tico. Ele era s� meu pai”, indigna-se.

» AO ATAQUE
Tr�s dias ap�s deixar a pris�o, em Belo Horizonte, foi decretado o Ato Institucional n�mero 5 (AI-5). Por�m, Wellington n�o esperou pelo endurecimento do regime militar e j� estava vivendo clandestinamente no Rio de Janeiro. Ingressou no Comando de Liberta��o Nacional (Colina). O contato dele era o tamb�m belo-horizontino Juarez Guimar�es de Brito. “Juarez � na minha vida de 66 anos a pessoa mais honesta, mais parceira, mais companheira e que me ensinou muito na vida”, afirma Wellington. O Colina fundiu com a Vanguarda Popular Revolucion�ria (VPR), de Carlos Lamarca, e formou a Vanguarda Armada Revolucion�ria Palmares (VAR-Palmares).

Entre as a��es empreendidas na resist�ncia � ditadura,  Wellington destaca o assalto � ag�ncia do banco Andrade Arnaud, que ficava pr�ximo ao Minist�rio da Guerra e � delegacia de repress�o de assalto a bancos, na capital fluminense. “Isso deixou os militares furiosos”, recorda. Outro estrat�gia ousada foi o assalto � ag�ncia Urca da antiga Uni�o dos Bancos Brasileiros, que era onde os militares depositavam o dinheiro, pois era vizinho da Escola Superior da Guerra. Wellington tamb�m assaltou o carro do general Syzeno Sarmento, ent�o ministro da Guerra. “Eu mesmo peguei o carro dele. Um carro bom, porque tinha placa fria e uma pistola .45 no porta-luvas”, lembra.

O assalto ao quartel de Manguinhos, na Avenida Brasil, tamb�m marcou. “�ramos cinco pessoas. O Darcy Rodrigues chegou para o sentinela e gritou: qual � o f. que disparou a arma?”, lembra Wellington. O guarda, assustado, n�o soube responder e atendeu a ordem de Darcy, que estava vestido como militar. Cerca de 40 militares foram reunidos em uma sala e colocados em posi��o de sentido. “Estava todo mundo com o fuzil na m�o. O Darcy entrou e deu posi��o de sentido. A� eu entrei. Com uma Thompson (metralhadora) na m�o”, recorda.

» O GRANDE ASSALTO
(foto: Ronaldo Moraes/O Cruzeiro/EM)
(foto: Ronaldo Moraes/O Cruzeiro/EM)
A maior a��o e mais not�ria foi o roubo do cofre da amante de Adhemar de Barros, no Bairro de Santa Tereza, no Rio de Janeiro. Adhemar morreu em mar�o de 1969 e deixou grande parte do dinheiro com sua principal amante, Anna Gimel Benchimol Capriglione. No dia 18 de junho de 1969, 11 militantes da VAR-Palmares,     Wellington entre os l�deres, invadiram a mans�o, renderam todos os funcion�rios e levaram o cofre, que em valores de hoje tinha o equivalente a R$ 15 milh�es.

 “Eu n�o podia trocar dinheiro. Nem eu e nem o pessoal mais militarizado. Isso ficava para os simpatizantes. A Dilma (a presidente Dilma Rousseff) estava come�ando e foi junto com a Iara (Iara Averbeck, militante e namorada de Carlos Lamarca) trocar parte do dinheiro em uma casa da c�mbio no Copacabana Palace”, lembra. A maior parte, entretanto, foi levada para o embaixador da Arg�lia por Wellington.

 “Todo dinheiro era para a organiza��o. Eu nunca coloquei a m�o em um tost�o de todas as opera��es que fiz. Eu inclusive apanhei porque n�o tinha uma nota de US$ 1”, sustenta Wellington. Os militantes decidiram que cada um dos participantes poderia ficar com uma nota de US$ 1 como recorda��o do feito, mas Wellington recusou, o que fez ele apanhar ainda mais na pris�o por n�o revelar onde estava a nota. A hist�ria do assalto � contada no livro O cofre do dr. Rui (Civiliza��o Brasileira), escrito por Tom Cardoso. At� a quarta-feira da semana passada, Wellington nunca havia contado sua trajet�ria. Em um depoimento de quase tr�s horas, ele revelou ao Estado de Minas detalhes da sua biografia. Acusado de 38 assaltos, entre bancos, quart�is e autom�veis, e de ter matado 12 pessoas em a��es de resist�ncia � ditadura, ele ser� julgado na pr�xima sexta-feira pela Comiss�o de Anistia, do Minist�rio da Justi�a. O deputado federal e ex-ministro dos Direitos Humanos Nilm�rio Miranda (PT-MG) ser� o relator do processo de Wellington e destaca: “A anistia n�o discrimina luta armada e luta pac�fica. Em uma situa��o de ditadura � considerado l�cito que os militantes peguem em armas”.

 “Se eu era bravo? Bravo � boi. Eu seguia as necessidades do momento”, entende Wellington. A ficha do Servi�o Nacional de Informa��es (SNI) imputa 38 a��es, mas ele garante ter participado de 45. Sobre as 12 mortes de que � acusado, garante n�o ser realidade. “Sempre atirei para cima. Se algu�m trombou na bala n�o � problema meu”, ironiza. Um dos apelidos que recebia dos companheiros e tamb�m dos militares era 90. Uma alus�o �s duas pistolas .45 que sempre carregava na cintura durante as a��es. Outro apelido – que ele n�o gosta, ali�s – era “John Wayne da guerrilha”. “Isso � folclore”, rebate.

Distante da �poca el�trica, quando vivia entre um aparelho e outro e chegou a assaltar tr�s bancos no mesmo dia, sendo um no Rio de Janeiro e outros dois em S�o Paulo, Wellington recita sua vida como se estivesse contando para si pr�prio. Em quase tr�s horas de depoimento, fumou 18 cigarros, bebeu mais de uma garrafa de caf� – sem a��car – e fez longas pausas. “Existem as pessoas que passam pela hist�ria e as pessoas que fazem a hist�ria. Foi uma op��o de vida fazer hist�ria”, conclui, deixando o cigarro queimar at� o filtro.

 

» LAMARCA

(foto: Arquivo)
(foto: Arquivo)
Ap�s a fus�o entre a Colina e a VPR que originou a VAR-Palmares, Wellington passou a comandar a terceira base operacional da organiza��o. “O meu grupo prop�s uma opera��o para matar o Lamarca (Carlos)”, lembra. O motivo � que eles tinham visto uma not�cia no jornal em que Lamarca, ent�o capit�o do Ex�rcito e um dos melhores atiradores do pa�s, dava um curso de tiro para gerentes de banco reagirem aos assaltos. Wellington n�o sabia, entretanto, que no final de janeiro de 1969 Lamarca havia desertado e fugido do quartel de Quita�na, em S�o Paulo, com uma Kombi carregada de fuzis, metralhadoras e muni��o e entrado para a VPR.

O plano n�o foi pra frente e meses depois Wellington foi deslocado para uma tarefa. Quando entra no aparelho se depara com Lamarca. “Ele morreu de rir. Disse que eu queria mat�-lo, mas teria era que cuidar dele”, afirma. Wellington se recorda de quando passou a ser seguran�a do principal nome da guerrilha armada. “Fui com ele quando foi fazer uma cirurgia pl�stica. As enfermeiras pensaram que �ramos um casal. Me gozaram muito no hospital. Mas elas n�o sabiam que debaixo do capote que vestia havia duas pistolas .45, uma metralhadora Thompsom e algumas granadas”, detalha.

» DILMA
(foto: Arquivo)
(foto: Arquivo)
Ap�s o assalto ao cofre da amante do governador Adhemar de Barros houve um encontro da VAR-Palmares em Teres�polis, na regi�o serrana fluminense. Um grupo, liderado por Lamarca, priorizava as a��es armadas, e outro, do qual Dilma fazia parte, tinha o discurso da conscientiza��o da massa de trabalhadores. Eram os “foquistas”, que desejavam implantar focos de guerrilha ante os “massistas”.

 “Teve um embate e eu estava presente. A Dilma tinha a convic��o dela, que era uma vis�o mais antimilitar. E n�s t�nhamos uma vis�o mais militar, que foi o grupo que formou a Vanguarda Popular Revolucion�ria. A Dilma acusou o Lamarca de n�o ter sustenta��o te�rica. Houve tens�o, as discuss�es foram s�rias, mas nunca chegou �s vias de fato”, recorda Wellington.

» A QUEDA
Wellington viveu um tempo como campon�s na regi�o serrana do Rio de Janeiro preparando aquele que seria o cativeiro – caso o plano fosse efetivado – do ent�o ministro da Marinha, Augusto Rademaker, e do militar Gary Prado, que estava no Brasil e foi um dos respons�veis pela ca�ada que matou Ernesto Che Guevara. “Fui ao Rio porque ia ter um encontro para fechar essa quest�o. Como eu era o seguran�a do Lamarca, sempre ia na frente para averiguar. Na hora em que abri a porta do apartamento tinha um Fal (fuzil) na minha cara”, lembra.

Wellington diz que correu, mas se deparou com outros militares. Chegou a trocar tiros, mas foi atingido de rasp�o na cabe�a e outro nas costas. Acabou preso. “Ai me meteram duas algemas. Um militar enfiou o fuzil na minha boca, quando eu estava ca�do. Fui levado para o DOI-Codi, na Bar�o de Mesquita. No elevado da Bar�o de Mesquita dei uma cabe�ada no motorista do carro e ele esbarrou o carro na mureta”, destaca a pr�pria valentia. Preso, Wellington afirma ter conseguido segurar 72 h oras sem abrir a boca. Ele sabia muito. Sabia onde estava Lamarca e tamb�m o destino do dinheiro do cofre da amante do Adhemar de Barros e, por isso, foi torturado intensamente.

» EX�LIO E FIDEL
Com o sequestro do embaixador su��o Giovanni Enrico Bucher, comandado por Lamarca, Wellington entrou na lista dos 70 nomes que seriam trocados pelo diplomata. Foram para o Chile, que era governado por Salvador Allende. Chegando ao pa�s andino, ele trabalhou com o cineasta Miguel Litt�n, como assistente de c�mera no filme A terra prometida. Por�m, quando o general Augusto Pinochet tomou o poder, seu nome foi inclu�do na lista de procurados e teve que deixar o pa�s.

Antes, em 1971, quando o ent�o presidente cubano Fidel Castro visitou o Chile, Wellington foi destacado pelo Movimento de Esquerda Revolucion�ria (MIR) para compor a equipe de seguran�a do l�der cubano. “Precisavam de pessoa com certa experi�ncia e desenvoltura para auxiliar nos trabalhos. Com gente disposta ao que desse e viesse. Fidel era um �dolo, assim como Che Guevara. E nos tratava de igual para igual, chamando-nos de companheiro e tomando um caf� igual n�s estamos tomando aqui”, relata.

» CINEMA E REVOLU��O
(foto: Reprodução)
(foto: Reprodu��o)
No Chile, al�m de trabalhar na produ��o de filmes, Wellington conheceu Renzo Rosselini, filho do cineasta italiano Roberto Rosselini. Quando teve que deixar o pa�s ap�s a tomada do poder por Pinochet, Wellington chegou � It�lia, passando por M�xico e B�lgica antes. L�, conta que foi assistente de dire��o de Roberto Rosselini em filmes feitos para a  tev� italiana RAI. No Brasil, quando retornou, foi assistente de dire��o de Helv�cio Ratton no filme A dan�a dos bonecos (1986). “Um cara extremamente corajoso. N�o era de falar muito e nem de discutir, mas era um sujeito de muita a��o”, lembra Ratton.

Por�m, antes de retornar ao Brasil, Wellington tamb�m esteve em Angola e participou da luta pela liberta��o do pa�s, que culminou na independ�ncia, em 1975. No pa�s africano nasceu um de seus seis filhos. Ap�s retornar ao Brasil, estudou medicina oriental e, por muitos anos, teve um cl�nica de acupuntura no Bairro Santa Efig�nia, em Belo Horizonte, al�m de dar aulas e escrever livros sobre o assunto. H� tr�s anos mora em Sete Lagoas. Mudou-se  para a cidade para viver mais pr�ximo de sua m�e, que morreu em mar�o deste ano.


» IDEOLOGIA
Wellington afirma que na primeira elei��o de Luiz In�cio Lula da Silva (PT) antigos companheiros o sondaram sobre a oportunidade de trabalhar em Bras�lia. Por�m, ele permanece radical. “Eu n�o tenho est�mago ainda. Eu ainda n�o tenho essa capacidade de exercer minha serenidade frente a pessoas que torturaram ou que financiaram a tortura. Eu n�o tenho o que fazer l�”, afirma. Wellington n�o se arrepende de nada do seu passado. “Tenho muito orgulho de ter feito parte de uma situa��o que pode resultar hoje na nossa possibilidade de falar”, garante. O ex-combatente faz quest�o de deixar um recado para os jovens: “Acredito profundamente no ser humano e acredito nessa juventude que est� vindo a�. Que pode trazer novos valores saindo desse colonialismo mental que existe at� hoje. N�o somos n�s, os dinossauros da hist�ria, quem vai promover essas mudan�as. Essas mudan�as est�o na m�o dos jovens que n�o recebem press�o ideol�gica do jeito que receb�amos e que tem a liberdade de poder criar algo novo. Tenho um orgulho muito grande de ter participado na constru��o deste espa�o. Quando vejo meus filhos com valores novos, com propostas novas, a vida est� feliz e eu estou realizado”. 

 

Gloss�rio

AI-5 – O Ato Institucional n�mero cinco foi decretado pelo presidente Costa e Silva em 13 de dezembro de 1968. Fechou o Congresso e deu poderes absolutos para o regime ditatorial militar.

AP – A A��o Popular foi um movimento surgido da esquerda cat�lica, em Belo Horizonte, que combateu o poder dos militares.

Adhemar de Barros – Pol�tico paulista, governou S�o Paulo, foi derrotado por Juscelino Kubitschek para a Presid�ncia da Rep�blica e cunhou a express�o “rouba, mas faz”.

Augusto Pinochet – Governou o Chile entre 1973 e 1990, ap�s tomar o poder com um golpe militar. Morreu em dezembro de 2006.

Carlos Lamarca – Capit�o do Ex�rcito brasileiro, campe�o de tiro, desertou e passou a combater a ditadura em organiza��es de esquerda. Morreu no sert�o da Bahia, ap�s intensa persegui��o, em 17 de setembro de 1971.

Colina – Sigla de Comando de Liberta��o Nacional, grupo de extrema- esquerda iniciado em Minas Gerais. Em 1969, se fundiu com a VPR e formou a VAR-Palmares.

Fidel Castro – Liderou a Revolu��o Cubana, em 1959, e presidiu Cuba at� 2006, quando passou o poder para seu irm�o, Raul Castro

Miguel Litt�n – Um dos mais importantes cineastas chilenos. Diretor de obras como Ata geral do Chile (1986) e A terra prometida (1974)

Roberto Rosselini – Cineasta italiano, diretor de v�rios filmes c�lebres, como Roma, cidade aberta (1945). Morreu em 1977.

Salvador Allende – Primeiro presidente socialista eleito democraticamente. Governou o Chile entre 1970 e 1973, quando se matou, durante o golpe e bombardeio empreendido pelo sanguin�rio Augusto Pinochet.

VAR-Palmares – Sigla de Vanguarda Armada Revolucion�ria Palmares. Adotou a t�tica de guerrilha e surgiu da fus�o do Colina e com a VPR.

VPR – Sigla de Vanguarda Popular Revolucion�ria (VPR). Foi a primeira organiza��o de esquerda em que o capit�o do Ex�rcito
Carlos Lamarca ingressou.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)