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Estado de Minas

Presidente ordenou exterm�nio na ditadura, diz Comiss�o


postado em 21/05/2013 20:25 / atualizado em 21/05/2013 20:56

A pol�tica de exterm�nio e tortura de advers�rios pol�ticos da ditadura militar (1964-1985) foi organizada por assessores diretos do presidente da Rep�blica, oficiais das For�as Armadas que estavam na ponta da pir�mide. J� nos primeiros anos ap�s o golpe contra o presidente Jo�o Goulart, a partir de 1964, o regime montou uma s�rie de centros de deten��o e viola��o de direitos humanos em unidades do Ex�rcito. As informa��es est�o num organograma da repress�o e num mapa de centros de tortura e deten��o apresentados nesta ter�a-feira pela Comiss�o Nacional da Verdade.

Em 1970, in�cio da escalada de assassinatos, os ministros M�rcio de Souza Mello (Aeron�utica), Orlando Geisel (Ex�rcito) e Adalberto de Barros Nunes (Marinha) encabe�avam um esquema que tinha o Centro de Opera��es de Defesa Interna (CODI), comandado pelo general Syzeno Sarmento, como p�lo irradiador das a��es e opera��es.

Logo abaixo dos minist�rios militares aparecem os centros de intelig�ncia das tr�s for�as CISA, CIE (atual CIEx) e Cenimar, operados respectivamente pelo brigadeiro Carlos Afonso Dellamora, pelo general Milton Tavares e pelo capit�o de mar e guerra Fernando Pessoa Rocha Paranhos. Em menos destaque, o organograma aponta a 3a Zona A�rea, do brigadeiro Jo�o Paulo Burnier, o I Ex�rcito do pr�prio Syzeno Sarmento e o 1o Distrito Naval, do almirante Oct�vio Jos� Sampaio Fernandes. Oficialmente, 361 pessoas foram mortas pela ditadura. Grupos de direitos humanos citam 457.

O organograma da repress�o e o mapa dos centros de tortura e deten��o foram elaborados pela pesquisadora Helo�sa Starling, da Universidade Federal de Minas Gerais. Ela incluiu no mapa centros de tortura que funcionavam em unidades militares no Rio Grande do Sul, em S�o Paulo, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais, em Goi�s, na Bahia e em Pernambuco. O estudo ressalta que as torturas j� ocorriam no per�odo considerado "brando" da ditadura, de 1964 a 1968, quando foi assinado o AI-5, que aumentou a repress�o no Pa�s. Instrumentos de tortura como o pau de arara (barra de ferro atravessada entre os punhos amarrados e os joelhos do preso, que fica suspenso de ponta-cabe�a), o banho chin�s (a cabe�a do torturado � for�ada para dentro de um barril de �gua) e o churrasquinho (introdu��o de papel retorcido no �nus do torturado, e depois ateado fogo) e telefone (aplica��o de golpes com as palmas das m�os abertas nos ouvidos do preso).

Em 1964, o general Ernesto Geisel, mais tarde presidente, � encarregado de apresentar um relat�rio sobre den�ncias de tortura em Pernambuco. Para Helo�sa Starling, Geisel escondeu que a tortura j� era uma pr�tica em unidades do Ex�rcito. O relat�rio do general teria, na avalia��o da pesquisadora, dado in�cio ao uso da tortura como instrumento de interrogat�rio. A tortura estaria, ainda segundo o estudo da Comiss�o Nacional da Verdade, na origem do golpe militar. No Estado de S�o Paulo, a pesquisa cita a Base A�rea de Cumbica, o Departamento de Ordem Pol�tica e Social e o quartel do 2o Ex�rcito, na capital, e o Navio-Pris�o Raul Soares, em Santos, como centros de tortura.

"V�timas VIPs"

A comiss�o ouviu cr�ticas da plateia. Iara Xavier, representante das fam�lias de mortos pela ditadura, disse que n�o enxergava avan�o nas investiga��es e pediu foco nas mortes de perseguidos pol�ticos. "Como familiar, n�o me senti esclarecida do que est� sendo feito at� agora", afirmou. O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) disse que ir� entrar com pedido de esclarecimento ao Minist�rio da Defesa sobre a "mentira" da Marinha e a manuten��o de segredo dos documentos. "A mentira da � inaceit�vel para quem quer construir uma ordem democr�tica", disse. "Os atuais comandantes militares se solidarizam com os antigos chefes, o que n�o � adequado para das For�as Armadas."

Paulo S�rgio Pinheiro, integrante da comiss�o, rebateu cr�ticas de que o grupo s� investiga assassinatos de personalidades do passado, como o ex-deputado Rubens Paiva e o ex-presidente Jo�o Goulart. "Ao contr�rio do que dizem alguns incautos, a comiss�o n�o trata de v�timas VIPs. O presidente Jo�o Goulart n�o tem culpa de ter sido presidente", disse. Pinheiro anunciou que, na quarta-feira, ser� realizada uma reuni�o, em Porto Alegre, para discutir a exuma��o do corpo do ex-presidente. A comiss�o foi cobrada especialmente pela demora em investigar viola��es de direitos humanos no campo. Entidades que defendem camponeses querem tratamento igualit�rio.


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