O deputado federal Prot�genes Queiroz (PC do B-SP) acusou a subprocuradora-geral da Rep�blica Cl�udia Sampaio de ter recebido R$ 280 mil do banqueiro Daniel Dantas, do Banco Opportunity. Prot�genes sugeriu que o dinheiro teria sido dado para que ela emitisse parecer ao Supremo Tribunal Federal favor�vel � quebra de seu sigilo telef�nico, fiscal e banc�rio. Ele disse ainda que Dantas teria oferecido dinheiro ao procurador-geral da Rep�blica, Roberto Gurgel, marido de Cl�udia.
Prot�genes fez as acusa��es no dia 9 de maio durante uma palestra na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), subse��o de S�o Caetano do Sul, cidade da Grande S�o Paulo. Tema do encontro era “Os bastidores da Opera��o Satiagraha”. Ele afirmou tamb�m que Dantas, a quem chamou de “banqueiro bandido”, ofereceu US$ 20 milh�es a um delegado da Pol�cia Federal e a cinco policiais, mas n�o citou nomes nem o motivo da oferta.
A opera��o foi completamente anulada pelo Superior Tribunal de Justi�a por ilegalidades e emprego de arapongas da Ag�ncia Brasileira de Intelig�ncia. Prot�genes foi condenado a 3 anos e 11 meses de pris�o por fraude processual e viola��o de sigilo funcional - ele teria vazado dados da Satiagraha. Sua rela��o com o empres�rio Luiz Roberto Demarco, desafeto de Dantas, tamb�m � investigada.
O caso foi bater no STF, porque Prot�genes assumiu o mandato parlamentar, ganhando foro privilegiado. Inicialmente, Cl�udia Sampaio se manifestou pelo arquivamento da investiga��o. No fim de abril, ela reapresentou parecer, agora favoravelmente � apura��o, acolhendo informa��o de que Prot�genes mant�m conta banc�ria na Su��a e de que em sua resid�ncia a PF havia apreendido R$ 280 mil em dinheiro. O ministro Dias Toffoli, do STF, decretou a quebra do sigilo banc�rio, telef�nico e fiscal do deputado. Demarco tamb�m � investigado.
Prot�genes afirmou em sua palestra que vai pedir � Justi�a certid�o comprovando que n�o houve a apreens�o daquele dinheiro. “Essa mulher (Cl�udia) fez isso (...) Essa certid�o vai ter de atestar que n�o existe 280 mil apreendidos, eu n�o sei de onde ela tirou, talvez seja os 280 mil que o Daniel Dantas tenha dado para ela, pr� dar esse parecer... de cafezinho, n�?”
'Luminoso'
Em seguida, aponta para o chefe do Minist�rio P�blico Federal. “Daniel Dantas ofereceu 20 milh�es de d�lares para um delegado da Pol�cia Federal e cinco policiais, quanto que n�o deve ter oferecido, n�o ofereceu, para o procurador-geral da Rep�blica, n�? Ent�o, eu vou exigir deles tamb�m que exponham o seu sigilo banc�rio, que exponham seu sigilo telef�nico, n�, pr� gente ver de onde saiu esse luminoso parecer.”
Prot�genes citou Cl�udia Sampaio a partir do 38.º minuto de sua fala de 1 hora e 48 minutos. “A procuradora, Cl�udia, � mulher do procurador-geral, ela � mulher dele e trabalha juntamente analisando todos os pareceres que s�o proferidos por ele. Ela faz o parecer e ele fala ‘aprovo’. Foi para ela novamente, e ela fez um novo parecer totalmente detalhado contra mim diretamente. Contra os outros n�o. No parecer diz que na minha casa houve uma busca e apreens�o. Eles estava atr�s de fragmentos da Satiagraha das intercepta��es. Tem muito segredo aqui, s� que eu n�o vou guardar esses dados, est�o com alguns ju�zes. Ela diz que encontraram na minha casa 280 mil reais. N�o tem isso. Ela escreveu isso e assinou.”
Aos 47 minutos ele acusou Cl�udia de ter recebido os R$ 280 mil. Disse que em nenhum outro caso a Procuradoria voltou atr�s. Quando a palestra atingiu 1 hora e 7 minutos, o deputado disse: “� perigoso para o Estado ver institui��es superiores comprometidas e corruptas”.
Ele se insurgiu contra as suspeitas que cercam seu patrim�nio - Prot�genes recebeu im�veis “em doa��o” de um ex-policial federal Jos� Zelman, a quem chama de padrinho. “Ela (Cl�udia) diz que o meu patrim�nio � suspeito, que eu tenho uma casa de praia em Niter�i, condom�nio Camboinhas, e que tenho apartamento no Jardim Bot�nico. Sustenta que a minha casa vale um milh�o de reais, e que esse apartamento vale tamb�m um milh�o. S� que ela esqueceu de um detalhe. Esse patrim�nio eu constitu� quando eu era advogado.”
Ele mirou o senador cassado Dem�stenes Torres (GO), “arauto da moralidade”, e Gilmar Mendes. “O povo apelida de Gilmar Dantas, por causa da grana que recebeu. A� eles fabricaram uma investiga��o dizendo que eu tinha feito intercepta��o clandestina do Dem�stenes e ele. N�o se provou nada.”