Os 144 �ndios vindos de comunidades localizadas nas regi�es de influ�ncia dos rios Xingu, Tapaj�s e Teles Pires, no Par�, est�o em Bras�lia h� uma semana. No mesmo dia em que o grupo chegou � capital federal, Gleisi Hoffmann se reuniu com o secret�rio-geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, que defendeu o papel da Funda��o Nacional do �ndio (Funai). “Esperamos que a Funai n�o se esvazie em sua fun��o e que as demarca��es continuem.”
A principal reivindica��o dos manifestantes � a suspens�o de todos os empreendimentos hidrel�tricos na Amaz�nia at� que o processo de consulta pr�via aos povos tradicionais, previsto na Conven��o 169 da Organiza��o Internacional do Trabalho (OIT) - aceita pelo pa�s em 2004 -, seja regulamentado. O governo federal garante que a regulamenta��o j� est� sendo feita pelo grupo de trabalho interministerial criado em janeiro de 2012 para avaliar e apresentar proposta de regulamenta��o dos mecanismos de consulta pr�via.
Recebidos pelo ministro da Secretaria-Geral da Presid�ncia da Rep�blica, Gilberto Carvalho, e representantes de �rg�os do governo federal na ter�a-feira (4) passada, os �ndios deixaram a reuni�o se dizendo insatisfeitos com as respostas de Carvalho. Eles decidiram permanecer em Bras�lia e tentar se reunir com a presidenta Dilma Rousseff e com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, abrindo m�o de retornar ao Par� na manh� seguinte (5), em dois avi�es da FAB.
Um segundo encontro com Carvalho ainda chegou a ser agendado para a manh� dessa segunda-feira, mas n�o ocorreu porque, segundo o Cimi, o ministro se recusou a receber os �ndios. De acordo com a secretaria-geral, entretanto, a reuni�o n�o ocorreu porque os l�deres do grupo insistiram para que Carvalho recebesse todos os 144 �ndios, em vez de apenas dez representantes, conforme combinado previamente. A assessoria da secretaria-geral diz tamb�m que, embora tenham sido avisados de que o ministro s� teria uma hora para se reunir com o grupo, os �ndios chegaram 50 minutos atrasados para o encontro.
Nessa segunda-feira � tarde, o mesmo grupo de ind�genas ocupou a sede da Funda��o Nacional do �ndio (Funai), onde permanecem concentrados e impedem a entrada de servidores do �rg�o, vinculado ao Minist�rio da Justi�a.
“Ocupamos a Funai porque o governo [federal] n�o nos recebeu, pela segunda vez. E mesmo quando nos recebeu, nos chamou de mentirosos e tentou mentir para n�s, nos dividir. E ainda disse que construiria todas as hidrel�tricas nas nossas terras de qualquer jeito. Estamos aqui na Funai agora, mas nossa luta n�o para aqui”, alegam os �ndios em nota veiculada no site do Cimi.