A Pol�cia Federal investiga o envolvimento de desembargadores do Tribunal de Justi�a do Paran�, ju�zes de primeira inst�ncia e servidores do Judici�rio com uma m�fia que manipula a administra��o de processos de fal�ncias em todo o Estado.
A investiga��o chegou ao Superior Tribunal de Justi�a (STJ) em abril. Nesta semana, ju�zes da Corregedoria Nacional de Justi�a e a subprocuradora-geral da Rep�blica Lind�ra Maria Ara�jo fizeram uma busca no TJ do Paran� em busca de novos ind�cios contra os suspeitos.
Dois grupos opostos se enfrentam na disputa por esse quinh�o e, para isso, estariam travando no tribunal uma guerra por prest�gio e favores a desembargadores e ju�zes. Um dos principais benefici�rios desse suposto esquema e alvo das investiga��es seria o advogado Marcelo Sim�o. De acordo com dados preliminares colhidos nas investiga��es, esse grupo recebia somente com a administra��o da massa falida R$ 200 mil mensais, afora o ganho com a venda dos bens da empresa em processo de fal�ncia.
As grava��es, conforme avalia��o dos investigadores, revelam que nove desembargadores e dois ju�zes de 1.ª inst�ncia poderiam estar envolvidos no direcionamento das fal�ncias para determinados advogados. Um dos nomes constantes do inqu�rito � o do presidente do tribunal, desembargador Clayton Coutinho de Camargo.
Parentesco
O magistrado � pai de uma ju�za da Vara de Fal�ncias e do deputado F�bio Camargo, que, como advogado, administrava fal�ncias no passado. A suspeita dos investigadores � de que ele seria inimigo do grupo liderado por Sim�o e trabalharia para direcionar os casos para outros advogados.
Na Assembleia Legislativa do Paran�, F�bio Camargo patrocinou uma CPI para investigar as atividades de Marcelo Sim�o. A apura��o foi barrada por decis�o dos integrantes do tribunal, o que levantou suspeitas da PF.
Os dois trocam acusa��es. Mas em uma das grava��es, segundo os investigadores, o pai de Marcelo Sim�o, Rubens Sim�o, sugeriria um acordo com Clayton Camargo. O pacto seria selado com a indica��o do filho do magistrado para o Tribunal de Contas do Estado.
O teor das conversas entre advogados e magistrados chamou a aten��o da PF, da Corregedoria e do Minist�rio P�blico. O tom de amizade entre advogados e desembargadores sugere a exist�ncia de um conluio. E o receio de magistrados de conversar por telefone, sugerindo encontros reservados, refor�ou a suspeita.
No in�cio da semana, a subprocuradora Lind�ra e ju�zes auxiliares da Corregedoria foram ao Paran� aprofundar a investiga��o. Nos pr�ximos dias, o corregedor de Justi�a, Francisco Falc�o, pedir� explica��es aos magistrados citados.
A investiga��o estava na Justi�a paranaense at� os nomes de desembargadores aparecerem. O inqu�rito � relatado pelo ministro Ari Pargendler e tramita em segredo de justi�a.