Pronunciamento da presidente � recebido com otimismo e desconfian�a em BH

O aguardado pronunciamento da presidente Dilma Rousseff (PT) provocou rea��es variadas em moradores de Belo Horizonte, que h� uma semana, assim como outras capitais, vem sendo palco de manifesta��es. Em um bar na Zona Sul de Belo Horizonte, frequentadores pararam por alguns minutos a conversa de sexta-feira � noite para ouvir a presidente falar. O gerente do estabelecimento aumentou o volume da televis�o e teve at� quem levou fone de ouvido e assistiu ao discurso de Dilma no celular.

O funcion�rio p�blico Guilherme Meirelles Filho, de 59 anos, se virou de costas para os amigos e se concentrou no seu celular: “Acho que ela foi inteligente, mas acho que ela tem uma vis�o muito te�rica do que est� acontecendo. O que ela fez foi justificar a falta de a��o do governo, que existe h� muito tempo”. Guilherme, que tem uma postura cr�tica em rela��o ao governo, contou que seu filho saiu de casa de cara pintada e participou de uma das manifesta��es, mas disse que n�o o repreendeu por isso.

Marco Polo, de 61 anos, tamb�m funcion�rio p�blico, assistia ao pronunciamento sozinho e afirmou que a presidente est� sem credibilidade. “O Lula deixou muitos problemas para a Dilma. Ela tinha que se pronunciar depois do que aconteceu nos �ltimos dias. Acho que ela demorou para faz�-lo”, comentou. Os gar�ons tamb�m pararam o servi�o e ouviram atentos o que falava a presidente. Numa mesa, amigos se organizaram exclusivamente para ouvi-la e sentaram em frente ao tel�o. No final do an�ncio presidencial o assunto em todas as mesas era um s�: pol�tica.

A pol�tica n�o ficou apenas no bar e foi para as ruas da cidade. Na Pra�a Sete, local que se tornou s�mbolo das manifesta��es na cidade, as pessoas que circulavam por l� tamb�m repercutiam o pronunciamento da presidente. A bi�loga Renata Cristina Brito, de 25 anos, considerou importante a presidente ter feito o discurso. “Ela estava ausente e calada diante de toda a manifesta��o”, avalia a bi�loga. Por�m, Renata � cr�tica e entende que nada vai adiantar se n�o houver um mecanismo eficiente para fiscalizar os governos estaduais e cobrar a melhoria dos servi�os.

J� o estudante de direito Pedro Henrique, de 20 anos, n�o deu cr�dito para a presidente. “Ela precisa de a��es concretas para melhorar os servi�os p�blicos. “Sou desconfiado e acho que esse pronunciamento foi apenas uma maneira de colocar fim �s manifesta��es”, afirma o estudante.

O taxista Cristiano Val�rio, de 39 anos, pensa diferente. Ele gostou das palavras da presidente e acredita que quando tudo que foi prometido for cumprido a sociedade ter� benef�cios. “Isso tudo prova que as manifesta��es tiveram uma import�ncia positiva”, acredita. O taxista entende que a manifesta��o da popula��o foi essencial para despertar os governantes.