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Estado de Minas

Delfim Netto afirma que desconhecia pr�tica de tortura no Pa�s

O economista e ex-ministro da Fazenda dirigiu o Minist�rio da Fazenda entre 1964 e 1967. Em dezembro de 1968 foi um dos signat�rios do Ato Institucional 5, que restringiu ainda mais as liberdades democr�ticas no Pa�s


postado em 25/06/2013 16:01 / atualizado em 25/06/2013 16:32

(foto: Arquivo O Cruzeiro/EM/D.A Press)
(foto: Arquivo O Cruzeiro/EM/D.A Press)
O economista e ex-ministro da Fazenda Delfim Netto negou nesta ter�a-feira ter conhecimento de qualquer esquema de financiamento dos �rg�os da repress�o por empres�rios, nos anos da ditadura militar. Em depoimento perante a Comiss�o da Verdade da C�mara de Vereadores de S�o Paulo, o ex-ministro tamb�m disse que n�o sabia que dissidentes pol�ticos eram submetidos a torturas em institui��es policiais e militares.

Delfim dirigiu o Minist�rio da Fazenda entre 1964 e 1967. Em dezembro de 1968 foi um dos signat�rios do Ato Institucional 5, que restringiu ainda mais as liberdades democr�ticas no Pa�s e causou o recrudescimento das persegui��es pol�ticas. Em seu depoimento, ele disse que, se a situa��o fosse a mesma, voltaria a assinar o ato.

Foi no per�odo em que Delfim estava � frente do minist�rio que um grupo de empres�rios de S�o Paulo se reuniu para coletar fundos destinados a financiar a Opera��o Bandeirantes, organiza��o paramilitar, que mais tarde desaguaria no DOI-Codi. Segundo relato do jornalista Elio Gaspari, autor de livros sobre o per�odo, citado pelos vereadores da comiss�o, Delfim Netto sabia dessa articula��o e chegou a participar de reuni�es com os empres�rios.

Delfim negou insistentemente qualquer conhecimento da a��o do grupo e chegou a manifestar d�vidas quanto � sua exist�ncia. "Eu n�o sei de nada disso. Voc�s deveriam perguntar ao Elio Gaspari, que � um grande jornalista."

O economista afirmou que a �rea de administra��o civil no governo era isolada da �rea militar. "A administra��o econ�mica sempre foi de civis. Nunca tive nada a ver com os militares", afirmou. "O processo militar era totalmente � parte. Nunca ouvi nada dentro do governo sobre casos de tortura."

Diante de informa��es de torturas que estariam ocorrendo em institui��es do Ex�rcito, Delfim, segundo seu depoimento, foi at� o presidente da Rep�blica, Em�lio Garrastazu M�dici e pediu esclarecimentos. "Ele me disse que n�o havia nada", contou.

Os integrantes da comiss�o criticaram o depoimento do ex-ministro. "Como � que um homem com a capacidade intelectual dele, o poder e as liga��es que tinha, pode dizer que n�o sabia do que ocorria nos por�es da ditadura?", perguntou o vereador Gilberto Natalini (PV), presidente da comiss�o. "Qualquer pessoa mais antenada sabia disso."

O vereador Ricardo Young (PPS) tamb�m contestou o ex-ministro. "O senhor era extremamente bem relacionado com os militares e os civis", disse ele ao ex-ministro. "Se tomarmos como verdade o que disse, vamos obscurecer a hist�ria. Eu acho que sua biografia merecia um depoimento melhor do que este que o senhor deu aqui."

Protestos

Na sa�da, o ex-ministro disse que considera positivas as manifesta��es de protesto que est�o ocorrendo no Pa�s. Mas ressaltou que elas n�o t�m rela��o com as que ocorriam em 1968, quando, para aumentar o poder da repress�o, a ditadura recorreu ao AI-5. "Naquela �poca o objetivo era destruir o Pa�s."


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