O ministro da Secretaria-Geral da Presid�ncia, Gilberto Carvalho, disse nesta quinta-feira que a popula��o est� preparada para o plebiscito que definir� uma reforma pol�tica no pa�s. “Acho que suspeitar do despreparo da popula��o seria um erro, o mesmo erro de quem desconsideraria a capacidade da mobiliza��o nas ruas. Naturalmente, tem que haver um grande investimento na divulga��o e no debate intenso”, disse o ministro antes de participar do Semin�rio Mem�ria e Compromisso, no Centro Cultural de Bras�lia.
Sobre o apartidarismo das marchas, Gilberto Carvalho disse que isso representa uma cr�tica � forma como os partidos t�m se organizado e se expressam institucionalmente no Legislativo e no Executivo. “Acho importante os partidos verem essa cr�tica, procurarem entender sua raz�o e passarem a ter um comportamento de maior comunica��o, de cuidado nas atitudes, de ouvir cada vez mais as pessoas”, disse. No entanto, o ministro considera que, apesar de representar um desafio para que se aprofunde o debate pol�tico, n�o h� democracia sem partido. “O que existe sem partido � ditadura.”
O ministro voltou a dizer que a sociedade brasileira avan�ou muito, e n�o precisa pedir p�o nem emprego nas ruas, como ocorre em alguns pa�ses europeus, mas reconheceu que ainda h� setores que precisam melhorar e que as cr�ticas, principalmente sobre mobilidade urbana, est�o corretas. “Ningu�m pode aceitar ficar 2 ou 3 horas dentro de uma condu��o que n�o seja descente e minimamente confort�vel, pagando o que paga.”
As maiores li��es que o governo tira das manifesta��es, segundo o ministro, � que n�o se pode acomodar e que a popula��o quer participar das decis�es do pa�s. “Por isso, o plebiscito, que vai permitir que as pessoas se manifestem sobre uma reforma pol�tica, � extremamente importante”, disse.
Entre os principais pontos que ministro espera ver respondidos no plebiscito, est� o financiamento p�blico de campanha. Para ele, o financiamento empresarial de campanha � o nascedouro da corrup��o e deve ser extinto. “Temos de ir para um financiamento p�blico de campanha, modesto, com muita fiscaliza��o, ou no m�ximo um financiamento combinado p�blico com o financiamento de pessoa f�sica, e dentro de um limite. Se n�o tivermos coragem de mudar isso, n�o adianta, � hipocrisia a gente criticar a corrup��o.”