
Bras�lia – Em uma s�rie de reuni�es com aliados, a presidente Dilma Rousseff recebeu ontem sinais de apoio � realiza��o de um plebiscito sobre a reforma pol�tica, mas ainda ter� que enfrentar resist�ncias na pr�pria base sobre as perguntas a serem feitas � popula��o. Dilma decidiu que enviar� ao Congresso, na ter�a-feira, mensagem enxuta sugerindo uma consulta com no m�ximo cinco quest�es, sobre temas b�sicos, como financiamento de campanha (p�blico, privado ou misto) e sistema para escolha de deputados – voto proporcional, distrital, ou distrital misto, e se em lista aberta ou fechada. Entretanto, pol�ticos aliados, inclusive do PMDB, pretendem esticar a lista, com perguntas sobre o fim da reelei��o e a fixa��o do mandato presidencial em cinco anos.
A proposta de incluir o mandato presidencial na consulta popular partiu do presidente em exerc�cio do PTB, Benito Gama, na reuni�o convocada por Dilma ontem pela manh� com os comandos dos partidos da aliados ao governo, mas tamb�m � considerada fact�vel para outros l�deres da base, como Eun�cio Oliveira (PMDB-CE). O assunto � mais um para integrar a lista de temas espinhosos a serem enfrentados na reforma pol�tica, n�o tocados at� hoje por falta de consenso.
Ao fazer a sugest�o, Benito Gama fez quest�o de ressaltar que a altera��o seria apenas para 2018, de modo a n�o mudar a regra do jogo em que a presidente foi eleita. Mas, obviamente, h� entre os partidos o receio de que esse tema possa ser abordado j� para o ano que vem.
Inicialmente, nenhuma legenda representada pelos l�deres e presidentes em reuni�es no Planalto ontem detalhou o que deseja. Valdir Raupp, que representou o PMDB, afirmou que ainda precisava fechar os pontos com a Executiva Nacional, que se re�ne na semana que vem.
Ciente das dificuldades de fazer com que a popula��o compreenda como funcionam os sistemas eleitorais, Ciro Nogueira (PP-PI) defendeu o referendo, ou seja, a aprova��o a posteriori. A ideia foi prontamente recha�ada na reuni�o dos senadores, mas encontra eco na oposi��o, que ser� recebida pela presidente na segunda-feira.
Na reuni�o com senadores, a presidente Dilma – que far� uma reuni�o ministerial hoje – ressaltou, no entanto, que n�o considera o referendo a melhor op��o. “Se as propostas aprovadas no Congresso s�o submetidas a consulta depois e a popula��o diz n�o, o Congresso fica desgastado. Seria inadequado”, disse a presidente, segundo relato dos que participaram do encontro. A sinaliza��o dos partidos da base, no entanto, � de apoio ao plebiscito.
“A interpreta��o amplamente majorit�ria � que o plebiscito � um instrumento de participa��o social muito importante na reforma pol�tica”, disse o ministro da Educa��o, Aloizio Mercadante, que participou dos encontros. Ele afirmou tamb�m que as duas diretrizes essenciais das perguntas ser�o o financiamento de campanha e o sistema eleitoral. O ministro fez quest�o de defender um plebiscito enxuto. "Um plebiscito, num tema complexo como esse, tem de ir no cerne do problema. Ent�o, n�s vamos tratar daquilo que � essencial”, afirmou.
Para garantir que as regras entrem em vigor j� em 2014 mesmo que aprovadas depois de outubro, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), chegou a cogitar ontem fazer uma consulta sobre a necessidade de mudar a legisla��o. “Se a popula��o, no plebiscito, entende que n�o se deve observar o prazo de um ano para estabelecer a regra eleitoral, isso ser� feito pelo Congresso”, afirmou. J� o presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que pensa em disputar a Presid�ncia no ano que vem, lembrou que, at� hoje, diverg�ncias impediram a discuss�o sobre a reforma pol�tica de andar. “Muitas vezes, o interesse da reelei��o de A ou B, o interesse desse ou daquele partido terminou por inviabilizar a reforma pol�tica”, justificou. (Com ag�ncias)