A presidente Dilma Rousseff mandou um claro recado ao mercado financeiro ao dizer que o governo federal vai “olhar onde � poss�vel e onde n�o � poss�vel” cortar gastos p�blicos. Dilma aproveitou r�pida entrevista concedida em intervalo da reuni�o com seus 39 ministros nessa segunda-feira para reafirmar a solidez das contas p�blicas em mensagem a investidores, em especial os estrangeiros.
“A pol�tica econ�mica americana mudou”, disse a presidente, indicando que, neste novo cen�rio, haver� uma “transi��o” na gest�o econ�mica brasileira. Dilma, no entanto, foi enf�tica ao garantir a perman�ncia de Guido Mantega no Minist�rio da Fazenda e de Alexandre Tombini no Banco Central. “N�o est� a vista nenhuma mudan�a na equipe econ�mica.”
Segundo a presidente, o mundo est� vivendo uma “flutua��o das for�as internacionais”, que alteram rapidamente a cota��o das moedas - no caso brasileiro, o d�lar chegou a disparar a R$ 2,26 na semana passada.
Foi discutido na reuni�o, segundo Dilma, “a import�ncia de nesse momento sermos muito atentos para a robustez fiscal”. “Isso significa maior controle da infla��o” e estabilidade, disse a presidente.
Al�m do corte de despesas, que interessa ao mercado, Dilma enfatizou que est�o sendo dadas todas as garantias aos investidores est�o garantidos. A presidente afirmou que os investimentos de todas as �reas devem ser acelerados, mas que cortes vir�o.
Econom�s
Ao manifestar sua vis�o sobre este novo cen�rio econ�mico, Dilma falou como economista: “O mercado sup�s que havia uma altera��o nos juros dos treasuries americanos, e houve um recuo tanto de bolsas quanto de moedas”.
Em outras palavras, ela avalia que as fortes quedas nos pre�os das a��es na Bovespa e a disparada do d�lar s�o uma rea��o dos investidores � sinaliza��o dos EUA de que, ap�s seis anos estimulando sua economia, podem voltar a elevar os juros. Como os t�tulos do Tesouro americano - os “treasuries” - s�o considerados os mais seguros do mundo, uma alta nos juros que eles oferecem atrai o aplicador mais conservador, que nos �ltimos anos tem buscado mercados emergentes, como o Brasil.
Este � um foco de preocupa��o do Planalto - h� o temor de que os protestos e o ritmo ainda fraco da economia afugentem capitais preciosos para realizar a grande aposta do governo e do PT para elevar o crescimento do PIB e servir de marca eleitoral em 2014: as concess�es de rodovias, portos, ferrovias e aeroportos, todas previstas para ocorrer no segundo semestre.