No meio acad�mico, a not�cia est� sendo analisada com cautela pelas universidades. A maioria preferiu n�o se pronunciar antes de estudar a proposta de Bras�lia. Coordenador do curso de medicina do Centro Universit�rio Uni-BH, Jos� Eduardo Fernandes T�vora aposta que as discuss�es ser�o inflamadas por todo o pa�s. Por causa disso, ele n�o acredita que a altera��o no curr�culo seja aprovada pelo Congresso. “� uma medida demag�gica. Com ela, est�o querendo cobrir a falta de m�dico no interior e justificar a importa��o de profissionais. N�o se pode obrigar o aluno a estudar dois anos a mais e atender pelo SUS”, diz.
Condi��es de trabalho s�o a principal demanda de quem ainda est� na sala de aula. Estudante de uma faculdade particular de Montes Claros (Norte de Minas), La�s Neiva e Oliveira, de 24 anos, est� apenas no 4º per�odo do curso, mas j� v� de perto a realidade. Ela faz est�gio em hospitais e postos de sa�de da cidade tr�s vezes por semana e, agora, est� carregando �lcool em gel na bolsa para limpar as m�os – prote��o para ela e para os pacientes, pois o produto n�o est� dispon�vel nas unidades de sa�de nas quais atende. “Sou a favor de trabalhar para o SUS durante esses dois anos, mas desde que o governo d� condi��es ao m�dico de exercer a profiss�o conforme aprendemos na faculdade. Tenho amiga tirando dinheiro do pr�prio bolso para comprar len�ol para as camas de posto de sa�de”, conta. “Desse jeito, n�o adianta trazer m�dico do exterior, pois ningu�m quer trabalhar sem condi��es”, afirma.
Aumento da carga hor�ria faz brilhar os olhos de Lorena de Castro Mata, de 22, aluna do 5º per�odo de uma institui��o privada de Paracatu, no Noroeste do estado. Ela lamenta n�o aproveitar o novo curr�culo do curso, caso ele seja aprovado. Para Lorena, quanto mais tempo, melhor � a forma��o. “Um professor meu, cardiologista, defende o prazo de 10 anos para o aluno se formar em medicina. Segundo ele, seis anos de forma��o � pouco para cuidar de vidas. E eu concordo. Mais dois anos de pr�tica, trabalhando, aprendendo, convivendo com os pacientes, � muito bom e fundamental para a nossa forma��o”, destaca.